Os principais sintomas apresentados pela
síndrome são a sensação de esgotamento físico e emocional
Com o mercado cada vez mais competitivo,
as pessoas passam a trabalhar cada vez mais, estando no seu limite durante dias
e até meses seguidos, e isso tudo pode custar um preço caro em curto/médio
prazo. Não faz bem trabalhar sempre sob pressão e na sua máxima capacidade
durante muito tempo, mas do jeito que as coisas caminham hoje em dia, quem não
faz isso, corre maiores riscos de perder o emprego e ser substituído em menos
de uma semana. E é por isso que surge uma nova síndrome que acomete os
trabalhadores: a Síndrome de Burnout.
Segundo João Alexandre Borba, psicólogo
e coach, a principal característica dessa doença é o estado de tensão emocional
e estresse crônicos que é criado por causa das condições de trabalho
emocionais, físicas e psicológicas desgastantes. “Todos estão sujeitos a
sofrerem com o Burnout, mas percebo que os pacientes que mais sofrem com a
presença da Síndrome são aqueles que trabalham em profissões que exigem
envolvimento interpessoal intenso e direto, como médicos e demais profissionais
da área da saúde, policiais e bombeiros, agentes penitenciários, pessoas que
enfrentam dupla jornada, jornalistas, advogados, professores e até mesmo
voluntários”, comenta Borba.
Os principais sintomas apresentados pela
síndrome são a sensação de esgotamento físico e emocional, e isso se reflete em
todas as áreas da vida por meio de agressividade, isolamento, ansiedade,
depressão, pessimismo, baixa autoestima, dificuldade de concentração, mudanças
de humor, atitudes negativas, ausências no trabalho, lapsos de memória, etc. “A
pessoa não precisa ter todos esses sintomas para que esteja com a síndrome, mas
esses são os mais fáceis de serem notados. Além disso, questões envolvendo a
saúde física também podem estar relacionados com a doença, como dores de cabeça
e enxaquecas, pressão alta, insônia, dores musculares, problemas estomacais,
sudorese, palpitação, etc.” explica o psicólogo.
O mais importante nesse caso é entender
que isso é sim uma doença, e não uma “frescura” do profissional, que, para
chegar até esse ponto, com certeza aguentou muitos problemas – e engoliu muitos
sapos. “E comparar um profissional a outro é extremamente errado. Se dois
profissionais trabalham na mesma área e somente um deles começa a apresentar os
sintomas, não significa que ele é fraco ou qualquer coisa do tipo – assim como
não significa que o outro é melhor. Cada um tem seu limite, e é preciso
respeitá-lo”, exalta o especialista.
Para tratar a síndrome pode ser preciso
o apoio profissional, desde psicólogos até psiquiatras, que podem indicar antidepressivos
dependendo do grau da doença. “Mas o apoio profissional não é tudo. O paciente
precisa entender pelo o que está passando e se dedicar para que os sintomas
sejam controlados e ele volte a ter uma vida boa e saudável – algo que, no
momento, pode lhe parecer impossível”, explica Borba.
Esse é um dos problemas das crises: os
pacientes acham que ela nunca vai acabar, e eles estão errados. Tudo passa,
mas, para passar de forma mais rápida e eficiente, eles precisam tomar as
rédeas das suas vidas e cuidar da sua saúde. “Atividades físicas regulares e
exercícios de relaxamento são de grande auxílio para pessoas que sofrem com o
Burnout. Além disso, a pessoa não deve usar a desculpa de ‘falta de tempo’ para
não praticar exercícios ou não aproveitar momentos de lazer. Para isso, a
melhor sugestão é: mude seu estilo de vida, assim você previne/trata a síndrome
de forma mais natural e saudável, sem precisar partir para tratamentos mais
rígidos”, ressalta o coach que lembra: drogas e álcool apenas afastam as crises
de ansiedade, mas não a curam, podendo, em certos casos, até piorar a situação.
Portanto, deixe-os de lado e aposte em tratamentos mais saudáveis.
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