quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Representante da Organização Mundial da Saúde. Países africanos desvalorizam plantas medicinais



– revelou, ontem, Abdou Moha, representante da Organização Mundial da Saúde, falando na abertura da 1ª Conferência Internacional de Etnobotânica

Apenas 13 países já adoptaram políticas nacionais de conservação de plantas medicinais

Maputo (Canalmoz) - Grande parte de países africanos não está a dar o devido valor às plantas medicinais, apesar da importância que estas desempenham na cura de diversas doenças. Esta situação é notória pelo facto de em muitos países africanos não existir ainda legislação para a conservação sustentável das plantas, sobretudo aquelas com valor medicinal, o que faz com que muitas plantas do género se encontrem em ameaça de extinção. Esta afirmação foi revelada ontem por Abdou Moha, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), que falava no âmbito do arranque da 1ª Conferência Internacional de Etnobotânica, que decorre em Maputo até dia 25 deste mês.
O representante da OMS reconheceu que, embora seja em números ínfimos, existem países africanos que já adoptaram algumas políticas de conservação das plantas medicinais, sob recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Moha defende que é preciso que os países africanos incentivem o sector privado a investir na investigação e na formação de pessoal em medicina tradicional, assim como no cultivo e na preservação das plantas medicinais. Alega ser prioritário incentivar África a enveredar pela preservação das suas florestas ricas em plantas com valor medicinal.
Por seu turno, Maria da Luz Guebuza, patrona desta 1ª Conferência Internacional de Etnobotânica, reconheceu que o país vive numa era conturbada sob ponto de vista ambiental. No entanto, segundo ela, a realização desta conferência traduz um compromisso permanente de se preservar o meio ambiente, sobretudo as florestas africanas.

O país regista exportação ilegal de plantas medicinais em larga escala

“A demanda mundial de plantas medicinais está a aumentar nos mercados fitoterapêuticos internacionais. Em consequência disso, Moçambique regista cada vez mais um elevado índice de exportação ilegal de plantas com valor medicinal, gerando margens de lucros que pouco ou em nada beneficiam ao Estado. Esta situação acontece devido à falta de mecanismos eficazes de controlo de aproveitamento dessas plantas”, revelou Venâncio Massingue na mesma conferência. (António Frades)

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