sábado, 25 de abril de 2009

O 'abc' da gripe suína


D.F. Efe
Actualizado sábado 25/04/2009 01:03 (CET)

EL MUNDO

MÉXICO D.F. – O surto da gripe suína que afecta a capital mexicana já matou mais de 60 pessoas e afecta já a outro milhar. Por esta razão, o Ministério da Saúde publicou este guia.

- O que é a gripe suína?

É uma enfermidade das vias respiratórias causada por um vírus extremamente contagioso. Existem três tipos diferentes de vírus (A, B, C), que podem mutar, e ademais vários subtipos. É importante porque afecta a todas as idades, e mutações importantes do vírus podem causar complicações graves incluso a morte num grande número de pessoas, frequentemente meninos e idosos.

- É o mesmo que um resfriado comum?

Não, ainda que ambas são enfermidades respiratórias agudas e têm sintomas comuns, o microrganismo que causa a gripe dos porcos é diferente à que causa o resfriado ou gripe comum.

- Como se contagia?

De pessoa a pessoa através das secreções do nariz e da boca (tossir, espirrar, falar, cantar) ou por contacto directo (as mãos, quando o enfermo não as lava, os beijos). É muito contagiosa (3-7 dias uma vez que se iniciam os sintomas) e de maior risco quando ocorre em lugares fechados (habitações, berçários infantis, escolas, asilos, albergues, entre outros). Estima-se que uma epidemia poderá percorrer o mundo num período de três a seis meses.

- Quais são os sintomas?

* Febre acima dos 38° C
* Tosse frequente e intensa
* Dor de cabeça
* Falta de apetite
* Congestão nasal
* Mal-estar geral


- Como se diagnostica?

É necessário que um médico faça um exame clínico detalhado e investigue antecedentes doutras enfermidades, contactos e viagens. O diagnóstico realiza-se mediante a identificação do vírus em secreções do nariz ou da laringe (isolamento viral) durante as primeiras 24-72 horas depois do início da enfermidade, ou mediante o estudo do sangue para identificar anticorpos.

- A gripe dos porcos pode-nos complicar?

Sim, um quadro de gripe dos porcos não tratado adequadamente ou associado a outra enfermidade não controlada pode gerar complicações, principalmente respiratórias (otites, sinusites, rinites, pneumonia, broncopneumonia, laringite obstrutiva), cardíacas ou incluso a morte). Isto observa-se frequentemente quando ocorrem grandes surtos ou epidemias. É necessário vigiar os meninos que recebem tratamento com ácido acetilsalicílico porque podem apresentar encefalites.

- Existe tratamento para a gripe dos porcos?

A gripe dos porcos é causada por um vírus, para o qual não existe tratamento. Sem dúvida há medicamentos que fazem a enfermidade mais suportável, encurtam-na e moderam os sintomas, sempre e quando se administrem durante as primeiras 48 horas da enfermidade. Os medicamentos são para usar com cuidado, só o médico está capacitado para determinar se devem administrar-se a um paciente, já que não estão isentos de efeitos secundários.

- Como se pode prevenir?

Existe uma vacina que se refere como a melhor forma de prevenir a gripe dos porcos. Prepara-se cada ano considerando os tipos de vírus circulantes no mundo, é bem tolerada mas não deve aplicar-se a pessoas com alergia às proteínas do ovo com antecedentes de reacção grave à vacina ou que tenham padecido a Síndroma de Guillain-Barré (seis semanas antes da vacinação).

- Recomendações à população em geral
* Manterem-se afastados das pessoas que tenham infecção respiratória
* Não saudar com beijos nem dando a mão
* Não compartilhar alimentos, copos ou talheres
* Ventilar e permitir a entrada do sol em casa, nos escritórios e em todos os lugares fechados
* Manter limpas as toalhas de cozinha e banho, utensílios, assim como brinquedos, telefones ou objectos de uso comum

No caso de apresentar um quadro de febre alta de maneira repentina, tosse, dor de cabeça, muscular e das articulações, dever-se-á acudir de imediato ao seu médico ou à sua unidade de saúde
* Abrigar-se e evitar mudanças bruscas de temperatura
* Comer frutas e verduras ricas em vitaminas A e C (cenoura, papaia, goiaba, laranja, tangerina, lima, limão e ananás)
* Lavar as mãos frequentemente com água e sabão
* Evitar a exposição a contaminantes ambientais
* Não fumar em lugares fechados nem próximo de meninos, idosos ou enfermos
* Chamar o médico imediatamente quando se apresentarem os sintomas

- Que medidas se recomendam para os enfermos?

* Permanecer em casa, evitar acudir a centros de trabalho, escolas ou lugares onde exista concentração de pessoas (teatros, cines, bares, autocarros, metro, discotecas, festas, etc.). Isto evitará que outros se infectem através de você
* Cubra a boca e o nariz com um pano ao falar, tossir, espirrar. Isto evitará que as pessoas ao seu redor adoeçam
* Evite tocar nos olhos, boca e nariz já que o vírus dissemina-se quando uma pessoa toca algum objecto contaminado e logo se toca os olhos, boca ou o nariz
* A gripe pode-se prevenir mediante a aplicação de una vacina que se prepara segundo o tipo de vírus circulante no mundo), é necessário vacinar-se cada ano
* Evite o pó, fumo do tabaco e outras substâncias que podem interferir com a respiração e que fazem os meninos mais propensos a adoecerem
* Utilizar máscaras, tirar o lenço descartável da bolsa de plástico e espirrar sobre o ângulo interno do cotovelo
* Uma vez transcorridas 24 horas sem nenhum sintoma, pode-se regressar aos labores habituais

Foto: Um vendedor ambulante com máscara protectora, nas ruas do México

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Medicina nos Anos Dois Mil (1)


Por Manuel Luciano da Silva, Médico

Para ganharmos maior lanço em profetizarmos o que vai acontecer no campo da Medicina nos Anos Dois Mil, devemos fazer uma revisão rápida e retrospectiva da Medicina desde a Antiguidade, salientando os marcos mais importantes alcançados no progresso científico da Medicina.

Hipócrates

Quatrocentos anos antes de Cristo nascer, o médico grego Hipócrates na Ilha de Kós, começou a exercer medicina baseado única e exclusivamente nos sinais e sintomas das doenças, separando assim pela primeira vez na História da Humanidade, a medicina da religião e das bruxarias. Numa altura em que as superstições explicavam todos os fenómenos da natureza, Hipócrates conseguiu retirar o tratamento médico das mãos da religião. Foi o primeiro médico no mundo a tratar os doentes com dieta, ar fresco, mudança de clima, chamando a atenção para os maus hábitos e para as medidas higiénicas. Igualmente insistia que os medicamentos deviam ser administrados baseados nos seus efeitos curativos. Foi um passo gigante para a Medicina de tal modo que ainda hoje, no mundo ocidental, ele é cognominado o "Pai da Medicina".

Diabetes

Passaram-se 400 anos até que outro médico grego de nome Areteu na Capadócia descrevesse a doença que ele denominou de diabetes com os sintomas clássicos de ter muita sede, beber muito, comer muito e ao mesmo tempo ficar muito fraco ou asténico até entrar em coma.

Mas devido às influências do filósofo e fisiologista Aristóteles o mundo da medicina entrou no período chamado Galeno no qual a investigação científica médica esteve parada. Durante o Império Romano houve a preocupação dos balneários e das termas, mas os romanos comiam e bebiam exageradamente. Se triunfaram na arquitectura e nas artes, na investigação medicinal os romanos foram medíocres.

Só mil e seiscentos anos depois de Areteu ter descrito a doença da diabetes é que o médico inglês Thomas Willis descobriu que a urina dos diabéticos tinha açúcar porque teve a coragem de meter o dedo no penico e provar a urina dos doentes!

E assim durante séculos a medicina andou subjugada às influências "dos deuses e dos castigos", sem se fazer nenhuma investigação ou experiência médica científica! Parece que todas as energias eram concentradas nos aspectos religiosos, nas construções de templos e obras de arte de carácter religioso. Os lidadores concentravam as suas energias em preparar os seus cidadãos para o caminho do céu!

Foto: William Harvey fazendo uma demonstração ao Rei Carlos I da Inglaterra, com o coração de um veado. Circulação Sanguínea

terça-feira, 21 de abril de 2009

DESIDERATA.Diz a tua verdade calma e claramente


Vai serenamente por entre a agitação e a pressa e lembra-te da paz que pode haver no silêncio. Sem seres subserviente, mantem-te tanto quanto possível em boas relações com todos.

Diz a tua verdade calma e claramente e escuta com atenção os outros, mesmo que menos dotados e ignorantes, também eles têm a sua história. Evita as pessoas barulhentas e agressivas; são mortificações para o espírito. Se te comparas com os outros podes tornar-te presunçoso e melancólico porque haverá sempre pessoas superiores e inferiores a ti.

Apraz-te com as tuas realizações tanto como com os teus planos. Põe todo o interesse na tua carreira, ainda que ela seja humilde; é um bem real nos destinos mutáveis do tempo. Usa de prudência nos teus negócios porque o mundo está cheio de astúcia; mas que isto não te cegue a ponto de não veres virtude onde ela existe; muitas pessoas lutam por altos ideiais e em todo o lado a vida está cheia de heroísmo.

Sê fiel a ti mesmo. Sobretudo não simules afeição nem sejas cínico em relação ao amor porque em face da aridez e do desencanto, ele é perene como a relva. Toma amávelmente o conselho dos mais idosos, renunciando com graciosidade às ideias da juventude. Educa a fortaleza de espírito para que te salvaguarde numa inesperada desdita.

Mas não te atormentes com fantasias. Muitos receios surgem da fadiga e da solidão. Para além de uma disciplina salutar, sê gentil contigo mesmo. Tu és um filho do universo, e tal como as árvores e as estrelas, tens o direito de o habitares. E quer isto seja ou não claro para ti, sem dúvida que o universo é-te disto revelador.

Portanto vive em paz com Deus seja qual for a ideia que dele tiveres. E quaisquer que sejam as tuas lutas e aspirações, na ruidosa confusão da vida, conserva-te em paz com a tua alma. Com toda a sua falsidade, escravidão e sonhos desfeitos o mundo é ainda maravilhoso. Luta para seres feliz.


1927-Max Ehrmann. Renewead 1954 Berta K. Ehrmann
Composto, arranjado e conduzido por:
Fred Werner

Produção de Fred Werner e Les Crane

Tradução livre de Maria Luiza Peixoto

























sábado, 18 de abril de 2009

A Genética dos Habsburgo


A endogamia acabou com os Áustrias
Os matrimónios aparentados durante gerações provocaram alterações genéticas
Carlos II sofreu essa situação em forma de diversas enfermidades como a hidropisia


MARÍA VALERIO
MADRIDE. - Carlos II, o Encantado, foi o último rei da dinastia dos Habsburgo que governou a Espana e a sua morte em 1700 deixou a passagem aos Borbons. Diz-se dele que era impotente (morreu sem descendência depois de dois matrimónios), ejaculador precoce, de constituição débil e curta estatura; padecia diarreias e vómitos frequentes e tinha aspecto de ancião quando morreu apenas com 39 anos. Investigadores galegos acabam de demonstrar que as relações de consanguinidade podem ser a causa da extinção da casa de Áustria e dos males do monarca.

A dinastia dos Habsburgo governou o nosso país entre 1516 e 1700. Precisamente o seu empenho nesses dois séculos para manter o poder no seio da família à base de matrimónios entre parentes directos pode ser a causa da sua desaparição; segundo explicam na revista 'PLoS ONE' investigadores da Universidade de Santiago de Compostela e a Fundação Pública Galega de Medicina Genómica.

Para o seu estudo, os geneticistas Gonzalo Álvarez e Francisco Ceballos e a doutora Celsa Quinteiro repassaram a árvore genealógica de mais de 3.000 indivíduos ao longo de 16 gerações; incluindo o próprio Carlos II, descendente de três gerações de avós com sete matrimónios consanguíneos (a maioria entre tios e sobrinhos ou primos carnais). O seu próprio pai, Filipe IV, casou-se com a sua sobrinha carnal Mariana; filha do matrimónio composto por Fernando III e a sua prima Maria Ana.

Para cada indivíduo, os investigadores calcularam um coeficiente de endogamia; um valor matemático que indica a probabilidade de que dois genes sejam idênticos pela descendência. Quer dizer, se uma pessoa herda uma cópia de cada gene do seu pai e outra da sua mãe; nos filhos de parentes próximos existe a probabilidade de que ambas as cópias herdadas sejam iguais.
Similar a um incesto

A árvore genealógica dos Áustrias, Carlos II (seguido próximo pelo seu avô paterno, Filipe III) foi o sujeito com um pior coeficiente de endogamia. "O rei tinha um coeficiente de 25%, que equivale ao que teria um individuo fruto dum incesto entre irmãos ou entre pais e filhos", explica Gonzalo Álvarez, que teve a ideia de indagar nesta questão enquanto preparava uma classe de genética evolutiva para os seus alunos de Santiago.

Esses 25% significam que uma quarta parte do seu genoma era homocigoto; quer dizer, "que as sequencias num cromossoma [o herdado do pai] e o outro [por via materna] eram idênticos". Esta circunstância já se havia relacionado até agora com a susceptibilidade de um indivíduo a padecer diversas enfermidades; "mas nunca havia visto nenhum caso com um índice tão elevado", explica o investigador, que insiste em que o seu trabalho só confirma desde o ponto de vista genético o que os historiadores já diziam há algum tempo.

De facto, Álvarez explica que ainda a endogamia é frequente entre tribos actuais de África e Ásia, como o foi também entre os egípcios e outras realezas europeias (como os Borbons), é difícil que alcançasse um índice de consanguinidade tão elevado como Carlos II. "Porque a sua é uma situação herdada depois dos matrimónios familiares que se sucederam durante gerações e gerações. É o que se chama uma consanguinidade remota".

Sabendo que essa homocigosis fazia-o muito susceptível a certas enfermidades hereditárias, a doutora Quinteiro repassou todas as manifestações clínicas do débil monarca (muitos delas através dos retratos que os melhores artistas da época deixaram dele) para tratar de dar com as patologias que poderiam estar por detrás dos seus padecimentos. "A deficiência de hormonas pituitárias e a acidose tubular renal, duas enfermidades causadas por genes recessivos, permitem-nos explicar mais de 90% dos sintomas que padecia Carlos II", explica Álvarez, "mas não deixa de ser algo especulativo. Uma hipótese".

A arte, aliada da genética neste caso, retratou vários dos infantes dos Áustrias (que sofriam uma mortalidade infantil maior que a média da sua época) cobertos de amuletos e símbolos de boa sorte para protegê-los dos maus espíritos. "Eles eram conscientes de que se passava algo e por isso tratavam de protegê-los desde meninos", conclui o professor.

EL MUNDO

Foto: Retrato de Carlos II realizado cerca de 1685 pelo pintor Juan Carreño de Miranda. (Foto: EL MUNDO )

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Poesia médica


Ao responsável pelo meu coração continuar batendo por mais tempo, minha gratidão obrigado.

Há médicos do corpo e "médicos da alma". Felizes são aqueles que, como você, conseguem reunir as duas profissões. Parabéns!

Aproveito esta data para dizer do meu respeito e carinho por sua profissão. Admiro sua devoção por ela. Nossa família lhe deve esse reconhecimento. Feliz dia do Médico!

Presto minha homenagem aos guardiões da saúde, escolhendo você como representante desta classe. A escolha não foi por acaso. O resultado de seu trabalho. Parabéns pelo seu dia!

Nosso médico é o nosso anjo da guarda e a sua data merece ser comemorada. Parabéns pelo Dia do Médico.

Ao pediatra de nossa maior riqueza, o reconhecimento por sua dedicação. Feliz Dia do Médico.

Ao responsável pelo meu coração continuar batendo por mais tempo, minha gratidão obrigado. Feliz dia do Médico!

http://www.mensagenscomamor.com/frases_de_medicos.htm

domingo, 12 de abril de 2009

Intoxicação com gerador a gasolina causa perda de memória em brasileiro


O gás liberado pelo gerador é o monóxido de carbono (CO). Em contato com o sangue, pode levar à morte por asfixia. A exposição a doses relativamente elevadas do monóxido de carbono, que é altamente tóxico, pode causar problemas de visão, redução da capacidade de trabalho e até mesmo matar.

O brasileiro ficou gravemente intoxicado ao usar um gerador de gasolina para uso externo dentro de casa. Reprodução

O uso inadequado de equipamentos fabricados especialmente para uso externo pode causar sérios danos à saúde. Um exemplo é o brasileiro conhecido como Júnior “Murrá”, que colocou dentro do apartamento onde morava em Danbury, Connecticut, um gerador movido à gasolina. Segundo os médicos, se não tivesse sido socorrido a tempo, Murrá não teria sobrevivido.

Segundo Rogério, amigo de Murrá, o acidente aconteceu há cerca de três meses. O brasileiro teria utilizado o gerador à gasolina porque faltou energia elétrica no apartamento. O equipamento soltou monóxido de carbono e intoxicou Murrá, que foi encontrado desacordado por amigos.

Levado inicialmente ao Hospital de Danbury, Murrá foi transferido para o Hospital de Norwalk, a fim de ser ligado a uma máquina para limpar o sangue. Os médicos disseram que Murrá não ficaria com sequelas, mas a perda de memória sofrida por ele pode levar até três anos para ser totalmente curada.

O gás liberado pelo gerador é o monóxido de carbono (CO). Em contato com o sangue, pode levar à morte por asfixia. A exposição a doses relativamente elevadas do monóxido de carbono, que é altamente tóxico, pode causar problemas de visão, redução da capacidade de trabalho e até mesmo matar.

Morando atualmente com Rogério, Murrá ainda sofre perda de memória e às vezes não lembra coisas básicas, como quem esteve visitando ele. “Se você der comida, ele come, se não der, não come”, disse Rogério, acrescentando que é preciso sempre pedir para ele fazer as coisas. Mesmo assim, disse que Murrá está se recuperando aos poucos.

Murrá é natural de Guanhães (MG) e está nos EUA há cerca de seis anos, onde trabalhava com roofing. Sem parentes no país, ele não quer ir embora, mas Rogério está decidido a enviá-lo de volta ao Brasil, onde está a família do amigo. “Vai depender do que o médico disser, depois da consulta no dia 20 deste mês”. De acordo com Rogério, Murrá, que é solteiro e tem um filho, tem consciência de que está doente.

Para Rogério, o caso de Murrá serve de alerta. “Jamais ligar um gerador destes dentro de casa”. Ele não soube especificar o que aconteceu com o gerador, mas disse que Murrá utilizava o equipamento em ambientes externos, como deve ser, e acha que o amigo foi imprudente em colocar um aparelho deste tipo dentro de casa.

Bom senso ajuda a evitar tragédias
De acordo com Alex Ferreira, bombeiro voluntário da Companhia Independent 4 em Danbury, a melhor coisa é usar o bom senso. “É preciso pensar muito no que se traz para dentro de casa”, disse. Apesar de não ser experiente na área de prevenção, Alex disse que é bom estar atento para pequenas ações. “Use tudo da maneira certa. Se não consegue ler o manual, peça a alguém que consiga”.

Dois casos ocorridos em Connecticut chamam a atenção. Em um deles, as cinzas retiradas da lareira foram colocadas num balde plástico. Como ainda havia brasa, a casa foi totalmente perdida e os dois cachorros morreram. No outro caso, um casal de idosos esqueceu de desligar o carro quando chegou em casa à noite. Intoxicados pela fumaça do cano de descarga, foram encontrados mortos cerca de dois dias depois.

Cuidados
Segundo dicas de segurança fornecidas pela empresa Caterpillar, líder mundial na fabricação de motores à diesel e gás natural, muitas pessoas já morreram por se intoxicarem com CO, devido ao uso de ferramentas e geradores à gasolina em ambientes sem ventilação adequada. A intoxicação grave causa danos neurológicos, doenças, coma e morte.

Ao menor sinal dos sintomas de intoxicação por CO – dores de cabeça, tonturas, sonolência, náuseas e perda da consciência – principalmente em ambientes internos, desligue o equipamento imediatamente, evacue o local e chame a emergência (911 nos Estados Unidos).

Entre as medidas de precaucão dadas pela Caterpillar estão: evitar o uso de equipamentos a diesel, gás propano líquido (LP) ou gasolina em ambientes internos. Se possível, utilize equipamentos elétricos; abra as janelas; verifique se os geradores possuem cerca de 1 metro a 1,5 metros de espaço livre nos lados e acima; ao utilizar algum equipamento internamente, verifique se ele está em boas condições de funcionamento; e por fim, se apresentar qualquer um dos sintomas de intoxicação por CO, procure ar livre e assistência médica.
Por: Angela Schreiber
http://www.comunidadenews.com/local/intoxicacao-com-gerador-a-gasolina-causa-perda-de-memoria-em-brasileiro-4558

sábado, 11 de abril de 2009

Aedes aegypti vector do dengue


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Aedes (Stegomyia) aegypti (aēdēs do grego "odioso" e ægypti do latim "do Egipto") é a nomenclatura taxonômica para o mosquito que é popularmente conhecido como mosquito da dengue, é uma espécie de mosquito da família Culicidae proveniente de África, atualmente distribuído por quase todo o mundo, com ocorrência nas regiões tropicais e subtropicais, sendo dependente da concentração humana no local para se estabelecer.

O mosquito está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicilio humano onde consegue reproduzir-se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa, isto é, pobres em matéria orgânica em decomposição e sais, o que as concede características ácidas, que preferivelmente estejam sombreados e no peridomicílio. É considerado vector de doenças graves como o dengue e a febre amarela e por isso mesmo o controle das suas populações é considerado assunto de saúde pública.

O Aedes aegypti é um mosquito que se encontra ativo e pica durante o dia, ao contrário do Anopheles, vector da malária, que tem atividade crepuscular tendo como vítima preferencial o homem. O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. Como em quase todos os outros mosquitos, somente as fêmeas se alimentam de sangue para a maturação de seus ovos; os machos se alimentam apenas substâncias vegetais e açucaradas.

Por se adaptar bem a vários recipientes, a expansão deste mosquito a partir do seu habitat original foi rápida. O 'Aedes aegypti' foi introduzido na América do Sul através de barcos provenientes de África, nas Américas se admite que sua primeira colonização sobre o novo mundo ocorreu através dos navios negreiros no período colonial junto com os escravos. Houve casos em que os barcos ficaram com a tripulação tão reduzida que passaram a vagar pelos mares, constituindo os "navios-fantasmas". No Brasil o Aedes aegypti foi erradicado na década de 1950, entretanto nas décadas de 60 e 70 ele voltou a colonizar esse país, vindo dos países vizinhos que não haviam conseguido promover a sua total erradicação.

O Aedes aegypti está presente nas regiões tropicais de África e da América do Sul, chegando à Ilha da Madeira, em Portugal e ao estado da Flórida nos Estados Unidos da América. Nesta zona, o Aedes aegypti tem vindo a declinar, graças à competição com outra espécie do mesmo gênero, o Aedes albopictus. Este facto, porém, não trouxe boas notícias, uma vez que o A. albopictus é também um vector do dengue, bem como de vários tipos de encefalite equina.

O Aedes aegypti parece ser sensível a repelentes baseados no composto N,N-

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aedes_aegypti
Foto: Larva de Aedes aegypti

aedes

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os gordos vivem menos


A obesidade moderada encurta a vida três anos, e a mórbida, até uma década

GONZALO CASINO – Barcelona – 24/03/2009

Pesar 20 ou 30 quilos a mais encurta a vida uns três anos. E quem pesar o dobro do saudável (algo todavia infrequente), viverá uns 10 anos menos do que o esperado. Trata-se, por suposição, de cifras médias, de projecções estatísticas, de simples cálculos da esperança de vida da população obesa e com sobrepeso. Mas estas cifras são novas e rigorosamente certas, com um nível de certeza muito superior ao que se tinha até agora.

Tabagismo e excesso de peso

O risco de morte precoce dos grandes obesos é como o dos fumadores

Um em cada quatro falecimentos por enfarte e icto associam-se ao peso

Pela primeira vez pode afirmar-se rotundamente que a obesidade mata. A afirmação apoia-se na análise da mortalidade de 900.000 adultos de 19 países, dos quais morreram uns 100.000 nos 10-15 anos de seguimento.

A análise publicada em The Lancet mediu o nível de gordura mediante o índice de massa corporal ou IMC. Este índice (o resultado de dividir o peso em quilos pelo quadrado da altura do corpo em metros) é uma boa medida da adiposidade de uma pessoa; permite saber se, em relação com a cintura, se tem um peso normal (IMC de 18,5 a 25), sobrepeso, obesidade moderada, severa ou mórbida (veja-se o gráfico). Assim, uma pessoa que meça 1,75 metros estará em sobrepeso se pesa mais de 77 quilos, terá uma obesidade moderada se pesa mais de 92 quilos e será um grande obeso se pesa mais de 125 quilos.

E outro dado importante: a análise foi realizada por uma equipa de bioestatísticos dirigida por Richard Peto, o epidemiólogo que colaborou com sir Richard Doll para chegar a idêntica conclusão em relação com o tabagismo: fumar mata.

Hoje sabe-se de certeza que fumar encurta a vida uns 10 anos em média. E o novo estudo da equipa de Peto, que se publicará em 28 de Março na revista The Lancet e está já na sua edição de Internet, mostra que o risco de morte prematura dos grandes obesos (que pesam o dobro do saudável) é comparável ao dos fumadores. Contudo, a comparação deve ter em conta um detalhe: há muitos mais fumadores que grandes obesos.

Sem dúvida, a obesidade moderada é muito mais frequente na maioria dos países ocidentais (um terço dos adultos de meia idade no Reino Unido e algo menos em Espanha). A obesidade moderada é esses 20 ou 30 quilos a mais, segundo os casos, que encurtam a vida três anos. "Três anos é muito, mas é muito menos que o efeito do tabagismo, pois fumar toda a vida reduz a esperança de vida una década", explica a EL PAÍS o epidemiólogo da Universidade de Oxford (Reino Unido) Gary Whitlock, primeiro signatário deste estudo.

"Fumar tem como diferença principal, o risco evitável para a saúde das pessoas. Mas o segundo é sem dúvida o sobrepeso e a obesidade", assegura rotundo a EL PAÍS Richard Peto, professor de Estatística Médica e Epidemiologia da Universidade de Oxford (Reino Unido).

Ainda desde há séculos se suspeita que a obesidade favorece diversas enfermidades, e provavelmente as companhias de seguros conhecem desde há muito tempo que os gordos têm maior risco de mortalidade prematura, as primeiras provas científicas não apareceram até à década de 1960 ou 1970. Agora, há provas cada vez mais consistentes de que "a obesidade causa pelo menos uma dezena de enfermidades graves, incluindo as do rim e do fígado, meia dezena de tipos de cancro e, o que é mais importante quanto ao número de pessoas afectadas, enfarto do miocárdio e icto", assegura Whitlock. Nos EE UU, uma de cada três mortes por enfarto e icto e uma de cada 12 por cancro associam-se com o excesso de peso; no Reino Unido, a relação é de uma em cada quatro e de uma em cada 16, respectivamente.

Qual é a massa corporal óptima? O estudo dirigido por Peto e Whitlock reflexa que as menores taxas de mortalidade por todas estas causas relacionam-se com um IMC de 23 ou 24, embora Whitlock reconheça que é difícil responder com precisão: "Tudo o que posso assegurar é que um índice de massa corporal entre 20 e 25 é muito seguro. E que o risco somado por ter um índice de massa corporal de 18-19 ou de 26-27 é ligeiro, para logo crescer rapidamente para debaixo de 18 e para cima de 27". O excesso de mortalidade associado a um IMC inferior a 22,5 deve-se provavelmente a enfermidades relacionadas com o tabagismo, segundo se comenta no estudo, embora isto não esteja todavia bem aclarado.

"Mudar a dieta mas seguir fumando não é a melhor maneira de aumentar a esperança de vida. Para os fumadores, o que funciona é deixar de fumar", afirma Peto. "Se não fumas mas tens excesso de peso", acrescenta Whitlock, "o mais importante é não começar a fumar e evitar ganhar mais peso". E tentar emagrecer.

Tabagismo e excesso de peso
- Esperança de vida. Fumar encurta a vida tanto como a obesidade mórbida (pesar o dobro do saudável).

- Riscos. Um em cada quatro cancros associa-se ao tabagismo; um em cada 16, com a obesidade e o sobrepeso.

- Recomendações. Se fuma e tem excesso de peso, o principal é deixar de fumar; se não fuma, não ganhar mais peso.

EL PAÍS

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Os enfermeiros ganham terreno aos médicos (fim)


A economista Beatriz González diz que um dos problemas de Espanha é que aqui se utiliza excessivamente o sistema sanitário. Que o número de consultas por habitante e ano é muito mais alto que, por exemplo, o dos países nórdicos. Quiçá é também o mau funcionamento dos serviços sanitários o que obriga a multiplicar as visitas ao médico. Que alguns enfermeiros possam receitar determinados medicamentos e seguir os tratamentos dos pacientes crónicos seria já um alívio para os médicos e a estrutura piramidal em que trabalham.

Se, ademais, esses enfermos puderem economizar a visita médica, ainda mais livres ficarão os profissionais. Nisso envolvem-se algumas comunidades autónomas e o Ministério da Saúde. Confiam nas bondades do cartão da saúde electrónico. " E utiliza-se na Andalucía e Navarra", explica José Martínez Olmos, secretário-geral da Saúde. "Com esses cartões o enfermo crónico já não terá que ir sempre ao médico buscar a sua receita, senão que pode ir directamente à farmácia comprá-lo, porque estará prescrita convenientemente de maneira electrónica no seu cartão. Com este sistema, reduzem-se em 25% as tarefas burocráticas das equipas sanitárias", conclui.

Um enfermeiro por cada médico
- Abaixo da média. O número de médicos espanhóis está na média europeia, mas o dos enfermeiros está muito por baixo. Em Espanha há aproximadamente um por cada médico. A média europeia é de dois por cada médico.

- Tarefas distintas. No Reino Unido, podem fazer determinadas receitas e provas diagnosticas.

- Maioria de mulheres. 84% dos enfermeiros são mulheres, frente a 45% de médicos.

- A opção espanhola. Uma proposta de lei apresentada no Congresso abrirá a porta a que enfermeiros e podólogos possam prescrever certos medicamentos.

- Excessiva hierarquia. Segundo alguns informes, em Espanha a organização dos serviços sanitários está excessivamente hierarquizada.

- Trabalho em equipa. A tendência europeia é a de trabalhar em equipas em que participem técnicos e, desde logo, enfermeiros.

EL PAÍS

terça-feira, 7 de abril de 2009

A luta interna do organismo contra a gordura


Descoberto um novo mecanismo
Descobrem a maquinaria interna que controla a gordura acumulada nas células
O descobrimento permitirá criar fármacos para evitar a deterioração do envelhecimento


Actualizado quarta-feira 01/04/2009 19:00 (CET)

ISABEL F. LANTIGUA

MADRIDE. - Como os lava-loiças que se anunciam na TV com o slogan 'o milagre anti-gordura', o corpo humano também tem um mecanismo interno que controla a acumulação de gordura nas células e se encarrega de convertê-la em energia para o organismo, segundo acabam de descobrir os cientistas. Não obstante, o envelhecimento pode prejudicar esta maquinaria, o que favorece a aparição de transtornos como o fígado gordo ou a diabetes.

Investigadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein da Universidade de Yeshiva (Nova Iorque, EEUU) viram pela primeira vez – tanto 'in vitro' como 'in vivo' – quais são os agentes do corpo implicados neste processo de destruir a gordura. O seu descobrimento publica-se na revista 'Nature'.

Todas as células necessitam de energia, que tomam dos nutrientes. Não obstante, como medida de precaução, as células também acumulam gordura no seu interior em forma de depósitos para utilizá-la no caso de que lhes faltem nutrientes. Segundo explica a EL MUNDO Ana María Cuervo, do Departamento de Biologia Molecular da Universidade e uma das autoras da investigação, "se a quantidade de gordura que um individuo ingere através da dieta é muito alta, as células acumularão muita mais e isto poderá interferir nas suas funções".

Sem dúvida, "vimos que as células são capazes de evitar isto. Para não acumularem demasiada gordura, mobilizam-na constantemente para transformá-la em energia. Uma tarefa na qual intervêm os lisossomas, que sempre se acreditou serem como recipientes de lixo que limpavam só as coisas más que existem no interior da célula; mas para nossa surpresa resulta que também têm uma função muito importante na hora de reciclar os depósitos de gordura", indica a especialista de Yeshiva.

O processo, denominado autofagia – literalmente 'comer-se a si mesmo'-, consiste em que os lisossomas recebem parte da gordura acumulada em forma de triglicéridos e a convertem em ácidos gordos que a mitocondria pode usar para produzir energia. Ana María Cuervo ilustra-o da seguinte maneira: "É como o jogo do 'comecocos', no qual os lisossomas seriam o boneco que vai pela célula comendo as bolsas de gordura".

As consequências da idade

Um dos aspectos que destacam os investigadores é que o labor dos lisossomas diminui à medida que a pessoa vai envelhecendo. "Ao envelhecermos, a actividade destas 'latas do lixo' do corpo reduzem-se, o que significa que a quantidade de gordura acumulada nas células aumentará e que não se pode obter energia delas tão facilmente", reconhece a investigadora.

As consequenciais deste excesso de gordura intracelular são negativas. Pode dar lugar ao desenvolvimento do fígado gordo, uma enfermidade crónica que muitas vezes termina em cirrose, ou a padecer diabetes, já que a acumulação de gordura torna as células resistentes à insulina e, incluso, a problemas no cérebro, já que as células deste órgão também terão mais gordura do que o aconselhável e não funcionarão como antes.

Tal e como comprovaram os autores deste trabalho, "uma vez que se acumula gordura acima do nível, inibe-se a actividade dos lisossomas, pelo que se cria um círculo vicioso: mais gordura, menos lisossomas, e de novo mais gordura". Por isso, o passo seguinte da investigação consistirá em desenvolver terapias capazes de melhorar o processo de autofagia e poder prevenir enfermidades como as citadas anteriormente.

O grupo de Yeshiva comprovou em ratos velhos que se pode aumentar a autofagia mediante um modelo genético. Sem dúvida, como a manipulação genética não se pode aplicar a toda a população, à medida que envelhece "temos que buscar compostos químicos que façam o mesmo labor", conclui Cuervo.

Assim com esta ferramenta também se poderá reduzir a obesidade, a autora explica que "indirectamente sim". "A obesidade (ou o que vemos por fora) está relacionada mais com depósitos de gordura nos adipócitos (o tecido adiposo, os típicos 'michelines') e aí a autofagia é distinta, mas o que é importante é que o processo que temos visto poderá controlar as consequências da obesidade, como as enfermidades cardiovasculares".

Para a cientista "existe uma relação na acumulação de gordura nas células e a obesidade, porque por exemplo se as células do fígado se enchem de gordura não podem metabolizar bem o que se come na dieta e isto começa a acumular-se no tecido adiposo".

EL MUNDO
Foto: Deste modo, assim representa Ana María Cuervo, o controlo do organismo sobre a gordura.

Os enfermeiros ganham terreno aos médicos (3)


Tratar-se-ia, em definitivo de aproveitar os cada vez mais altos conhecimentos dos enfermeiros, da sua maior especialização e da sua experiência para gerar sinergias que, finalmente, lograrão uma melhor atenção aos pacientes. Tratar-se-ia, como também explica a deputada socialista e impulsionadora da proposta de lei antes mencionada, de "optimizar os recursos humanos do sistema sanitário".

Em alguns hospitais também se começou a trabalhar cada vez mais em equipa e, de facto, o habitual é que nos comités de direcção dos hospitais há um director gerente, um financeiro, um médico e um director de enfermaria. "É o lógico. Temos um grande potencial que se pode rentabilizar", adverte a porta-voz do sindicato dos enfermeiros Satse María José García. "O reforço que pode aportar a enfermagem repercutir-se-á positivamente na população, que é a grande beneficiária".

É urgente dar resposta a estes chamamentos porque algumas universidades espanholas aplicam o plano europeu de Bolonha que amplia os estudos de enfermagem de modo que estes já não serão um diplomando de três anos, senão uma carreira de grau em que se pode chegar a doutorar-se e a fazer investigação sem necessidade de optar por outra carreira como ocorre agora.

Quando o sistema se implantar em todo o território nacional, não para lá do próximo ano, então será quando a sociedade não poderá permitir-se contratar uma enfermeira altamente qualificada para dedicar-se a trabalhos burocráticos ou tarefas menores. Porque, ademais, estará mais especializada em áreas médicas como a ginecologia, a geriatria ou a de saúde mental.

O Ministério da Saúde, consciente da necessidade de readaptar-se, começou a analisar a situação. Em 4 de Março passado apresentou o resultado do informe Oferta e demanda de especialistas 2008-2025, que se pode consultar completamente através da página do ministério (www.msc.es). Dele saiu o alerta do ministro Bernat Soria de que a Espanha necessita urgentemente mais 3.200 médicos para atender a demanda sanitária e apontou a ideia de terminar com o numerus clausus nas faculdades de medicina. Sem dúvida, em comparação com outros países próximos, a Espanha tem uma média de médicos por cada mil habitantes (3,8) acima dos 3,0 da média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e acima da França e Alemanha, segundo as estadísticas que maneja a OCDE.

Onde há um verdadeiro e alarmante deficit é na enfermagem. Será o próximo estudo do Ministério da Saúde, mas já existem dados contundentes. O número de enfermeiros por cada 100.000 habitantes (veja-se o gráfico) onde estamos muito abaixo da média europeia; no lugar 22 de um total de 27. Em Espanha há um enfermeiro por cada médico, enquanto que na média europeia o nível é de dois enfermeiros por cada médico activo.

Médicos e enfermeiros asseguram que nesta nova configuração já não pode haver um preconceito de género. É verdade que 84% dos enfermeiros são mulheres e sofrem grande precariedade laboral, mas também que 45% dos médicos de hoje são também mulheres. Mas há receios profissionais frente às mudanças. Os conhecedores do sistema dizem que os médicos jovens são menos reticentes.

Pode ser que não custe muito dinheiro organizar melhor os equipamentos multidisciplinares em que médicos e enfermeiros contem com técnicos e outros profissionais especializados. O problema é que situar o plano da enfermagem ao nível europeu geraria um importante problema orçamentário; o escolho de sempre, como diz Luis Aguilera. Algumas mudanças, sem dúvida, gerarão poupanças consideráveis ao sistema de saúde. Libertariam os profissionais de determinadas tarefas, se especializariam, reduziriam as esperas dos pacientes e seriam, em definitivo, mais eficientes.

EL PAÍS

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Coca-Cola causa obesidade, cáries, e tem alto conteúdo de cafeína.




Coca-Cola rectificará os seus anúncios na Austrália por "enganosos"
As autoridades consideram "inaceitável" assegurar que a bebida não pode causar obesidade ou produzir cáries

EFE – Sidney – 02/04/2009

A Comissão de Defesa do Consumidor da Austrália ordenou hoje à Coca-Cola, para rectificar os anúncios publicitários onde assegura que consumir o refresco não envolve nenhum risco para a saúde. O regulador considera "inaceitável" que a multinacional diga que esses riscos são só um "mito", segundo um comunicado oficial.

A Coca-Cola lançou no passado Outubro na Austrália uma campanha de anúncios em periódicos, onde afirma que é falso que a bebida cause obesidade e cáries, e nega que tenha um alto conteúdo em cafeína.

Essas mensagens "são totalmente inaceitáveis e dão a impressão enganosa de que tomar Coca-Cola jamais poderá contribuir a ganhar peso ou danificar a dentadura", indicou a Comissão de Defesa do Consumidor.

A multinacional aceitou rectificar os anúncios nos diários e colocar na sua página web uma série de quadros que comparam os níveis de cafeína dos seus refrescos com os do chá e do café, anunciou o regulador australiano.

EL PAÍS

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Homem que sobreviveu à radiação de duas bombas atómicas


O Japão certificou um cidadão de 93 anos como o único sobrevivente das bombas de Hiroshima e Nagasaki

Tsutomu Yamaguchi é conhecido no Japão por sobreviver à bomba atómica de Nagasaki, sua cidade, em 1945. Sem dúvida, as autoridades nipónicas acabam de certificar a história que há anos vinha contando: Yagamuchi, hoje de 93 anos, também viveu o bombardeamento de Hiroshima, três dias antes.

E depois de 6 de Agosto de 1945, o homem saltou para a mídia de todo o mundo quase 64 anos depois, quando se encontrava de viajem de negócios em Hiroshima. Nesse dia, um avião estado-unidense deixou cair sobre aquela cidade a primeira bomba atómica, uma das que destruiriam a zona e gerariam radiações por anos.

Em Hiroshima, Yamaguchi sofreu graves queimaduras depois do bombardeio e passou a noite ali. Mas dois dias depois já estava de volta à sua cidade natal, Nagasaki, sem ter a menor ideia de que o destino lhe perseguiria e que ali sobreviveria a um segundo bombardeio atómico. Yamaguchi regressou a casa exactamente no dia 9 de Agosto e, horas mais tarde, converteu-se no que ele hoje mesmo chama "o mensageiro de uma lição de paz para as futuras gerações".

"O facto de ter sobrevivido às radiações das bombas atómicas é hoje um assunto oficial no governo japonês", disse Yamaguchi à BBC, uma vez certificada a sua experiência no seu país. "Agora posso contar aos jovens a minha terrível história, e todo o mundo saberá o que vivi, incluso depois da minha morte".

Aproximadamente 140.000 pessoas morreram em Hiroshima depois do bombardeamento, enquanto outras 70.000 pereceram depois da destruição de Nagasaki. Os sobreviventes vivem com as sequelas das radiações, que incluem graves enfermidades por anos depois das bombas. Yamaguchi, segundo o Guardian, só perdeu levemente a audição de um dos seus ouvidos.

EL PAÍS – Madrid – 25/03/2009


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Os enfermeiros ganham terreno aos médicos (2)


"Há uns quatrocentos fármacos que não necessitam prescrição", explica. "São os antipiréticos, calmantes, antiácidos, laxantes, apósitos, antiinflamatórios... Os enfermeiros podem ocupar-se perfeitamente de recomendar também todos os acessórios sanitários, para a incontinência, por exemplo. Por último, também podem ocupar-se do seguimento de certos tratamentos, em especial das enfermidades crónicas, em que os pacientes devem tomar fármacos para a hipertensão, a diabetes ou contra a coagulação do sangue", debaixo da supervisão do médico, como dizem quase todos os consultados.

A fórmula não é inédita. Dos 800.000 enfermeiros que há no Reino Unido, uns 50.000 já fazem receitas de certos medicamentos ou acessórios sanitários desde 1992. É o que se chama a prescrição suplementar. "Em tudo isto, em Espanha estamos muito atrasados. Tudo está inventado. Copiemos, por Deus, copiemos!", urge Ramón Gálvez, director gerente do Complexo Hospitalar de Toledo, que continua: "Não nos enredemos num debate ideológico médico/enfermeira. As novas tecnologias obrigam-nos a redefinir as funções dos profissionais da saúde. A questão é desenhar qual é a atenção sanitária que queremos e necessitamos para o século XXI".

Os documentos franceses, britânicos e canadenses com que Gálvez trabalha falam da necessidade de adaptar-se às novas circunstâncias que, em ocasiões, aumentam a pressão e colapsam os sistemas sanitários: os pacientes querem participar mais nos seus processos, demandam mais informação, necessitam profissionais que, ademais, sabem algo de psicologia para comunicar-lhes os seus diagnósticos, querem ter melhor estado de saúde e, sobretudo, envelheceram muito.

Para eles, o sistema espanhol de saúde dispõe de 199.123 médicos e de 237.775 enfermeiros. Ademais de serem insuficientes, as suas funções apenas evoluíram. E isso apesar de que a formação dos enfermeiros é hoje muito superior à que receberam os seus predecessores, que, em muitos casos, prepararam-se só para desenvolver um oficio pouco qualificado.

A professora de Economia da Saúde de Las Palmas, Beatriz González López-Valcárcel, é a autora de algumas das análises sobre a profissão sanitária que está manejando agora o Ministério da Saúde. "Eu creio que na atenção primária avançámos muito e as enfermeiras já não fazem as funções de meras secretárias", explica Beatriz González. "Mas poderão fazer muito mais. O problema é que nos custa muito mudar as coisas". É uma pena porque muitos médicos de hospital consideram que a enfermagem é um elemento chave da atenção clínica. E é uma pena porque na atenção primária, como assinalam os especialistas em medicina familiar, o trabalho da enfermagem também o é.

"Estamos potenciando trabalhar em equipas e aproveitar ao máximo o valor da enfermagem, que ademais de poder indicar certos medicamentos tem a capacidade de gerar fidelidade sanitária com os enfermos", explica o presidente dos médicos de família Luis Aguilera.

EL PAÍS