sábado, 27 de dezembro de 2014

Identificado o mecanismo que explica por que comer pouco prolonga a vida





O estudo foi feito em ratos. / Cordon Press

Produção de sulfeto de hidrogênio, que aumenta com a restrição calórica, tem efeito protetor sobre partes fundamentais das células


Existe uma recomendação chinesa tradicional de saúde, conhecida como hara hachi bu, que consiste, mais ou menos, em comer apenas até que se esteja 80% satisfeito. Embora só seja por acaso, essa tradição milenar parece ter respaldo na ciência. Até agora, a única intervenção com eficácia demonstrada para ampliar a longevidade no caso de animais consiste em reduzir as calorias ingeridas, sem chegar à subnutrição.
No momento, a utilidade desse tratamento para viver mais não foi comprovada em humanos, mas é um caminho de pesquisa que desperta muito interesse. Agora, uma equipe de pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard (HSPH, na sigla em inglês) identificou em ratos um mecanismo molecular fundamental que pode ajudar a explicar por que comer menos pode prolongar a vida.
Há muito tempo se observa que um dos efeitos positivos da restrição calórica é a proteção das mitocôndrias, as centrais energéticas das células, contra a oxidação. O mecanismo protetor dessas peças essenciais do organismo seria o sulfeto de hidrogênio (H2S). Experimentos com células, moscas e vermes mostraram que se eles são suplementados com H2S ou se lhes proporcionam algum meio para gerá-lo, a proteção em relação a danos como o que produz o estresse oxidativo é aumentada e, no caso de moscas e vermes, sua existência é prolongada. De modo inverso, quando se anula a capacidade das células de produzir H2S, o efeito é o oposto.
Os cientistas, que publicaram seus resultados na revista Cell, observaram que, restringindo na dieta a presença de dois aminoácidos, a metionina e a cisteína, a produção de H2S é incrementada e são reduzidos os danos que ocorrem quando, durante o transplante de um órgão ou um derrame cerebral, o fluxo sanguíneo é interrompido.
Embora os próprios autores reconheçam que são necessários mais experimentos para compreender como se produzem os efeitos benéficos do H2S, um deles, James Mitchell, afirma que seus achados proporcionam “uma nova perspectiva sobre em quais moléculas podem ser concentrados os esforços terapêuticos para combater a doença humana e o envelhecimento”. Em um período mais breve, segundo explicou em um comunicado Christopher Hine, outro dos autores do estudo, poderia ser encontrada a utilização desse conhecimento sobre a capacidade de proteção do H2S para ajudar a decidir “o que comer e o que não comer antes de uma cirurgia na qual o risco de lesão de isquemia possa ser relativamente alto”.


Descubierto un proceso que rejuvenece el sistema inmunitario





David Escors en su laboratorio. / navarrabiomed

La activación de los linfocitos puede ayudar a tratar infecciones o cánceres


El sistema inmunitario —las defensas del organismo— también envejece. En concreto los linfocitos T, que son clave en la detección de organismos extraños para su posterior eliminación, van perdiendo sus propiedades con el tiempo, lo que explica, por ejemplo, por qué las personas mayores son más propensas a adquirir infecciones. El proceso por el que esto ocurre ha sido descrito por un equipo liderado por David Escors, del organismo de investigación Navarrabiomed, lo que permite pensar en trabajar para revertirlo. Lo han publicado en Nature Immunology.
El proceso de envejecimiento es más rápido de lo que se piensa. El propio Escors, que midió su sistema inmunitario como parte del trabajo, tenía entre un 35% y un 40% de sus linfocitos T envejecidos a los 37 años, cuando fue analizado (ahora tiene 40).
En el proceso están involucradas varias rutas (el gen p38, la AMPK), lo que ofrece distintas alternativas para actuar sobre ellas. La idea es reactivar el sistema inmunitario para fortalecerlo cuando surge una infección o para activarlo en inmunoterapias contra el cáncer, por ejemplo. De hecho, ya hay fármacos que actúan sobre el p38 (presente en algunos tipos de cáncer).
Otra opción sería usar una terapia génica para modificar los linfocitos y que perdieran la capacidad de envejecer. Por ejemplo, el sensor metabólico AMPK activa el p38, que, a su vez, hace que no se exprese la telomerasa. Esta enzima es clave para mantener la integridad de la información genética en la división celular, y al inhibirla se impide ese proceso. La consecuencia, al no haber envejecimiento, es que no hay mutaciones (cambios en el ADN que dan lugar a comportamientos anómalos de las células), y se detiene el proceso.
El AMPK también actúa cuando detecta una bajada de glucosa (el nutriente básico de las células), y activa un sistema de ahorro que reduce las divisiones celulares (y, por tanto, el envejecimiento).
El proceso, sin embargo, tiene otra lectura, y lo importante es encontrar el equilibrio. El envejecimiento de los linfocitos y su consecuente inactivación es un mecanismo de protección ante las mutaciones que hayan podido adquirir. Por eso a la hora de rejuvenecerlos hay que tener en cuenta ese aspecto con sus posibles riesgos (una reacción autoinmune, por ejemplo).


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Passa de 7 mil número de mortos por ebola na África





Profissionais de saúde retiram corpo de vítima de Ebola no distrito de Waterloo, em Freetown (Serra Leoa)

http://correiodobrasil.com.br

O número de mortos devido à epidemia de ebola na África Ocidental aumentou para 7.373, num total de 19.031 casos registados nos três países mais atingidos. É o que indica um balanço divulgado neste sábado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 17 de dezembro, data da divulgação do balanço anterior da OMS, o número de mortos aumentou em 458 e o de casos de doença, em 428. No país mais afetado, Serra Leoa, registaram-se 8.759 casos. No balanço anterior, haviam sido indicados 8.356. O número de mortos sobe para 2.477, contra os 2.085 contabilizados anteriormente.
Na Libéria, que foi durante algum tempo o país com mais casos de doença, houve um abrandamento na propagação do vírus. Em 14 de dezembro, o país registava 7.819 casos contra 7.797 do registro anterior. O número de mortos chegou a 3.346. No antigo balanço eram eram 3.290. Na Guiné-Conacri, onde a epidemia começou há quase um ano, os dados registados até 16 de dezembro indicam que já se verificaram 1.550 mortos (1.525 antes) e 2.453 casos (2.416 antes).
Segundo a OMS, até 14 de dezembro, 649 membros de equipes médicas foram contaminados pelo vírus, 365 dos quais foram casos mortais.

Dor no Peito e Sindrome de Tietze




O que é a Síndrome de Tietze?
Síndrome de Tietze é uma inflamação entre a cartilagem costal e o externo. Podemos defini-la como uma externo-condrite.

http://www.marcosbritto.com/2011/11/dor-no-peito-sindrome-de-tietze.html

Porque essa patologia recebe esse nome?
A externo-condrite foi descrita pelo cirurgião alemão Alexander Tietze que deu nome a síndrome.

Como a doença de manifesta?
A principal queixa da síndrome de Tietze é a dor aguda. Essa dor torácica aguda muitas vezes assusta o paciente que pensa que está infartando. Diferente do infarto ocorre aumento da dor com a palpação local a região fica dolorida e algumas vezes inchada (edema, aumento de volume local)

Quanto tempo dura a Síndrome de Tietze?
A duração é variável e está relacionada a sua causa. Pode duras poucos dias nos casos após esforços físicos porém a literatura salienta casos de ate 12 semanas nos casos de infecção viral.

A dor pode se tornar crônica?
Sim, porem isso é raro.

Quais as características da dor na Síndrome de Tietze?A dor pode ser idêntico a um ataque cardíaco e pode causar hiper ventilação, ataques de ansiedade, desmaios, ataques de pânico, torpor temporários e pseudo paralisia nos paciente mais ansiosos. A dor piora com a inspiração profunda e à leve palpação local.

O que causa a síndrome de Tietze?Não sabemos exatamente as causas da Síndrome de Tietze, porém muitas vezes resulta de um esforço físico, tosse repetida, espirros, vômitos, impactos no peito ou mesmo rir seguidamente .

Qual o diagnóstico diferencial?
Como os sintomas podem ser semelhantes é importante descartar um ataque cardíaco.

Dr. Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Traumatologista e Médico do Esporte
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Imagem: Wikipedia

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Artigo apresenta enfoque histórico sobre o tratamento da hanseníase e o uso de planta





O uso do óleo da chaulmoogra é citado desde o século 6 por publicações chinesas (Foto: Governo de Taiwan) 

Pesquisadores da Fiocruz fizeram um estudo histórico sobre o óleo de chaulmoogra – produto que, até a década de 40 do século 20, representou a grande esperança nas tentativas de cura da hanseníase, doença que, naquela época, ainda era chamada de lepra. As chaulmoogras são plantas tropicais cujas sementes fornecem um óleo usado há séculos, na Ásia, para o tratamento de doenças de pele. O trabalho, publicado no periódico História, Ciências, Saúde – Manguinhos, analisa como o óleo de chaulmoogra foi incorporado ao conhecimento científico ocidental, destacando a participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) nesse processo, sobretudo a partir da década de 20.

Fernanda Marques

“O primeiro relato do uso desse óleo advém da tradição oral dos povos hindus que contam a lenda de um rei de Burma. Ao ficar leproso, o rei abandonou o trono e escondeu-se na floresta, onde se curou comendo as sementes do fruto de kalaw – nome dado pelos birmanenses e siameses para a chaulmoogra Taraktogenos kurzii”, dizem no artigo os historiadores Fernando Dumas e Letícia Pumar e o químico Antonio Siani. Desde o século 6, as chaulmoogras já eram citadas em importantes compêndios, como a farmacopéia chinesa Pê-ts’ao-kang-mu (1552-1578) e o dicionário médico árabeMakhzan-al-Aswiya (1771). Contudo, foram a quarta edição da British pharmacopoeia e a primeira edição da Farmacopea venezolana (1898) que marcaram a inclusão das chaulmoogras nas farmacopéias de países ocidentais.
“Quando o uso do óleo de chaulmoogra para o tratamento de doenças de pele se tornou conhecido entre os cientistas e médicos ocidentais, a ação terapêutica desse óleo passou a ser verificada nos laboratórios e clínicas, dando início ao processo que culminou na sua integração às normas impostas pela terapêutica de estilo ocidental”, explicam os pesquisadores no artigo. “Isto ocorreu por volta da metade do século 19, época em que o Império Britânico explorava, por meio do estabelecimento das instituições médicas na Índia, o potencial das tradições locais de uso de plantas medicinais, buscando consolidar esses conhecimentos em farmacopéias e práticas que pudessem ser utilizadas pelos médicos britânicos instalados naquelas áreas de colonização”.
Em outras palavras, o saber indiano em relação às chaulmoogras foi incorporado ao modelo científico ocidental, passando a ser alvo de investigações sistemáticas que resultavam na publicação de artigos técnicos. Logo, de produto vegetal aplicado pela população indiana, o óleo de chaulmoogra se transformou em medicamento produzido nos laboratórios farmacêuticos ocidentais. Esse medicamento era, inicialmente, de uso externo. Porém, em seguida, foram desenvolvidas pílulas e injeções, com o objetivo de aumentar a eficácia do tratamento, embora este fosse doloroso.
O objetivo dos pesquisadores, no entanto, não é julgar o valor terapêutico do óleo de chaulmoogra, mas destacar o papel que ele teve, durante décadas, no enfrentamento da hanseníase, inclusive no Brasil. No país, a partir da década de 20, o IOC foi um importante local de produção do óleo de chaulmoogra e seus derivados, bem como de pesquisa e ensino da terapêutica baseada nesses produtos.
Na Seção de Química Aplicada eram produzidos o óleo e seus derivados, fornecidos, por exemplo, para o Departamento Nacional de Saúde Pública, a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas, o Serviço Sanitário de São Paulo, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e a Secretaria de Saúde Pública de Minas Gerais. Encomendas eram feitas também por laboratórios particulares.
Além da Seção de Química Aplicada, o Laboratório de Leprologia, inaugurado em 1927, sob a chefia de Souza Araújo, também fazia trabalhos científicos sobre o óleo de chaulmoogra e seus derivados. Os medicamentos produzidos eram experimentados em pacientes e distribuídos gratuitamente para o Hospital dos Lázaros do Rio de Janeiro e para leprosários do Paraná, Pará e Acre.
No relatório de atividades do IOC de 1926, o célebre cientista Carlos Chagas informava que a instituição havia produzido quase 23 mil doses de ésteres de óleo de chaulmoogra. Na mesma época, o IOC começava a preparar e testar o óleo de Carpotroche brasiliensis, espécie considerada a chaulmoogra brasileira.
Entretanto, “os esforços de pesquisa envidados no sentido de aperfeiçoar o tratamento da lepra utilizando-se os derivados das chaulmoogras não foram suficientes para construir sua aceitação inequívoca entre os médicos”, destacam os autores no artigo. “Os efeitos colaterais desse tipo de terapêutica criavam muitos problemas. Além disso, era um tratamento muito longo e com uma efetividade questionável, pois não havia consenso acerca das reais possibilidades de cura. Muitos médicos e pesquisadores consideravam os derivados de chaulmoogra apenas como medicamentos paliativos”, acrescentam.
Assim, na década de 40, o óleo de chaulmoogra e seus derivados são substituídos, no tratamento da hanseníase, pelas sulfonas, oriundas da química sintética. “No Brasil, o óleo ainda foi utilizado por mais alguns anos, porém a introdução das sulfonas permitia a transformação da política de isolamento dos doentes, os quais poderiam ser tratados apenas com visitas ambulatoriais”, sublinham os autores no artigo. Ou seja: as sulfonas aparecem não só como um medicamento mais eficiente, mas possibilitam uma prática contrária ao isolamento dos pacientes nos leprosários. “Em 1962, o decreto 968, de 7 de maio, pôs fim ao isolamento obrigatório dos doentes no Brasil. No entanto, o Departamento de Profilaxia de São Paulo continuou isolando portadores da doença até 1967”, lembram.