terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por que o álcool faz bem para o seu coração?


Porque você não deve beber, provavelmente já lhe falaram (ou você já sentiu na pele). O que as pessoas podem estar tentando esconder de você é que, quando você bebe um copo vinho ou champanhe, está na verdade fazendo um favor a seu coração.

Claro, isso não significa que as pessoas estão liberadas para fazer a farra. Segundo um novo estudo, o consumo moderado de álcool pode ajudar a prevenir doenças cardíacas, através do bloqueio de sinais de moléculas ligadas ao acúmulo de placas nas artérias.

As moléculas, chamadas proteínas “Notch”, são vitais para o desenvolvimento embrionário. Nos adultos, elas ajudam a controlar os músculos involuntários minúsculos que regulam o fluxo sanguíneo das artérias. Quando as moléculas são estimuladas por elevados níveis de tabagismo, colesterol ou alterações no fluxo de sangue, elas estimulam as células desse músculo a se multiplicar, o que pode levar ao desenvolvimento de placas arteriais.

Mas quando essas células musculares são expostas ao álcool, a sinalização de Notch fica bloqueada, e as células da parede arterial não crescem, nem engrossam.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores cultivaram células de artérias coronárias humanas em pratos, e as expuseram ao álcool. Eles descobriram que o álcool evitou o crescimento das células arteriais, bloqueando a capacidade de sinalização de Notch.

Em seguida, os pesquisadores testaram os efeitos do álcool em ratos. Um grupo de ratos bebeu o equivalente a duas bebidas alcoólicas por dia, e outro grupo não recebeu álcool. Os que beberam tiveram menos sinalizações da molécula Notch, e as paredes de seus vasos sanguíneos ficaram mais finas.

A descoberta confirma evidências de outros estudos que afirmam que o consumo moderado de álcool faz bem para a saúde do coração. Por exemplo, um estudo recente constatou que pacientes cardíacos do sexo masculino que bebem leve ou moderadamente são menos propensos a precisar de outro procedimento cardíaco, ou de sofrer um ataque cardíaco ou derrame, do que os pacientes que não bebem.

Segundo os pesquisadores, beber pequenas quantidades de álcool regularmente é a forma de obter o melhor efeito. As pessoas que têm a melhor proteção são as que tomam um ou dois copos por dia. Já grandes quantidades de álcool podem ser prejudiciais ao coração e levar a casos de derrame.

Mas o que conta como uma dose “saudável” de álcool? Especialistas recomendam que mulheres saudáveis não bebam mais de três drinques em uma ocasião, ou sete doses por semana. Os homens saudáveis com 65 anos ou menos não devem beber mais de quatro doses por ocasião, ou 14 doses por semana. Homens saudáveis com mais de 65 anos não devem beber mais de três drinques por ocasião, ou sete doses por semana.

Uma cerveja de 354,88 ml, um copo de vinho de 147,87 ml, ou um copo de aguardente de 44,36 ml contam como um drinque ou dose.

Os pesquisadores dizem que esse estudo abre muitas portas. Se eles forem capazes de descobrir o mecanismo com o qual o álcool funciona para beneficiar o coração, futuras pesquisas poderão desenvolver um medicamento que imite esse efeito benéfico, sem os prejuízos intoxicantes do álcool. [LiveScience]

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HYPESCIENCE

10 chocantes práticas do passado



Impressionante o modo como a humanidade mudou o seu pensamento nos últimos 50 anos. Antes de várias descobertas científicas e, principalmente, no campo da medicina, fazíamos coisas absurdas! Mas se você acredita que ainda vivemos como nossos avós, é bom dar uma olhada nessa lista. Se você não acredita, pode ler e escolher qual é a prática que acha a mais bizarra. Deixe sua opinião nos comentários:

10. VENDA DE ESPOSAS

É claro que isso ainda acontece em alguns países, mas antigamente era um evento “um pouco” mais humilhante. Durante a época medieval, quando um homem e uma mulher se casavam, eles se tornavam uma “entidade” literalmente. Tudo o que a mulher possuía, incluindo ela mesma, passava a ser do seu marido. E, se ele quisesse, poderia vendê-la em um leilão público, que era anunciado por todos os cantos da cidade. Em alguns casos (e você pode até imaginar quais) a própria mulher arranjava sua “venda” e levava o dinheiro ao ex-marido.

9. ENEMA DE TABACO

Era realmente um procedimento médico colocar um tubo “lá” e soprar fumaça de cigarro para dentro do sujeito doente. E isso aconteceu até o século XIX. O tratamento era usado para aliviar dores de cabeça, de estômago, cólicas e, ironicamente, problemas respiratórios.

8. EXAMES DE GRAVIDEZ BIZARROS

Como saber se você realmente está grávida sem ter que esperar pelo próximo mês? As moças da antiguidade tinham vários métodos. No Egito e na Grécia antigos elas faziam xixi sobre um saco de trigo. Se ele germinasse, é porque ela estava grávida. Hipócrates, um dos pais da medicina, sugeria que a mulher tomasse água com mel antes de dormir. Se tivesse cólicas, o teste deu positivo. Mas um dos testes mais bizarros era o dos coelhos, desenvolvido em 1927. A urina da moça supostamente grávida era inserida no útero das coelhas. Se os ovários delas respondessem, é porque um certo hormônio estava presente e a moça estava grávida.

7. XAROPE CALMANTE MRS. WINSLOWS

Entre os séculos XIX e XX, várias substâncias foram testadas e, algumas, mostraram ter um impacto no cérebro. Um bom exemplo é o xarope calmante Mrs. Winslows, que era usado para acalmar crianças pequenas. Ele diminuía o batimento cardíaco dos pequenos e isso fazia com que eles dormissem rápido. Só que alguns bebês começaram a morrer após a ingestão da mistureba. E, apesar de denúncias, o xarope continuou a ser vendido até 1930.

6. LOBOTOMIA

Você já deve ter ouvido falar de lobotomias, mas você sabe realmente do que se trata? Ela é uma terapia extremamente invasiva e radical, muito praticada na primeira metade do século XX, para tratar as pessoas que tinham problemas mentais. A lobotomia simplesmente cortava as conexões do córtex pré-frontal do cérebro com outras partes do órgão. Os médicos furavam os crânios dos pacientes e destruíam os tecidos que cercavam os lobos frontais. Obviamente, os pacientes que sofriam de esquizofrenia, depressão e outros problemas mentais, aparentavam mudança significativa no comportamento. Só que isso porque o paciente, além de sua doença, passava a sofrer com lesões cerebrais que o incapacitavam. Apesar de seus efeitos colaterais, estima-se que centenas de milhares de lobotomias tenham sido feitas. Hoje, ela é uma prática ilegal.

5. BIBLIOPEGIA ANTROPODÉRMICA

A Bibliopegia antropodérmica é uma prática deveras perturbadora. Basicamente, consiste em encapar um livro usando não couro ou outro material, mas pele humana. No século XIX, onde ocorriam muitas dissecações de cadáveres, essa se tornou uma prática comum e várias universidades ainda possuem alguns exemplares de livros encapados com pele. No fim dos anos 1800, vários criminosos apareceram nos EUA – um deles era conhecido como Big Nose George (ou George Narigudo). Ele foi capturado e, posteriormente, morto. Seu corpo foi doado para pesquisa científica e acabou nas mãos de Thomas Maghee e John Eugene Osborne, médicos. Eles dissecaram o corpo, ofereceram o topo de seu crânio para uma menina de 15 anos chamada Lilian Heath (que, mais tarde, se tornaria a primeira mulher a exercer a medicina no estado americano de Wyoming) que o usou como cinzeiro, peso de papel e de porta. A pele do criminoso foi removida e usada para fazer sapatos para John Eugene e uma mala. Ele usou o sapato quando foi eleito governador do estado. Hoje, os sapatos estão em exposição, juntamente com o topo do crânio de Big Nose George.

4. DRAPETOMANIA

Drapetomania foi um “distúrbio” descoberto por um médico americano em 1851 que causava aos escravos negros uma “misteriosa” vontade de fugir das fazendas onde trabalhavam. Segundo o médico Samuel A. Cartwright isso era culpa dos proprietários dos escravos, que, frequentemente, os tratavam como iguais e não como seres inferiores. Para curar essa “doença”, o médico sugeria que os proprietários punissem os escravos até que eles fossem completamente submissos.

3. DIREITO DIVINO DOS REIS

Basicamente, é a premissa de que os reis podem governar porque têm direito divino – ou seja, suas ações seriam justificadas porque Deus estava por trás delas. A teoria foi especialmente usada em governos europeus. Exemplos são James VI da Escócia(1567–1625), James I da Inglaterra (1603–1625) e Louis XIV da França (1643–1715). Só que isso causava um problema para os educadores dos príncipes. Como você não poderia punir o representante de Deus na Terra, se um príncipe jovem fazia alguma besteira, os seus colegas eram punidos na frente dele. Como, normalmente, os filhos do rei eram educados isoladamente, amizades não eram formadas. Para isso, usava-se alguns meninos de classes mais baixas, que, supostamente, formariam amizades com o futuro rei e, quando ele não obedecesse, havia esse menino especialmente contratado para ser chicoteado na frente dele. Então se considerava que punir um amigo do príncipe era uma maneira de atingi-lo sem machucá-lo. O problema é que nem todos os reis e príncipes eram tão benevolentes com pessoas de classes sociais inferiores.

2. MIMIZUKA

No período da história japonesa conhecido como Sengoku, havia muitas disputas militares. Uma das práticas após os conflitos era que o lado vencedor poderia levar “troféus” da batalha – normalmente as cabeças decepadas dos inimigos. Normalmente, a recompensa que os lordes davam aos seus guerreiros era baseada na quantidade de cabeças inimigas que eles traziam de volta. Quando o Japão invadiu a Coréia, era mais prático trazer de volta não as cabeças inteiras, mas uma orelha ou um nariz, que eram trazidos ao Japão em barris. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas foram mortas. Templos que continham essas partes foram erguidos e o maior deles se chama Mimizuka – estima-se que ele guarde os restos de 38 mil coreanos.

1. HISTERIA FEMININA

A histeria feminina já foi um diagnóstico comum que, hoje, está completamente desacreditado. Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença. Acreditava-se que a “vida moderna” do século XIX fazia com que as moças fossem mais suscetíveis a desenvolver histeria. E isso não é o mais chocante. Como a histeria era associada com insatisfação sexual, o médico fazia “massagens pélvicas” na moça até que elas passassem por “paroxismo histérico” – em outras palavras, o médico masturbava a paciente até que ela tivesse um orgasmo. E, estranhamente, eles diziam que apesar das pacientes não terem risco de morte, elas precisavam de tratamento constante – não vamos esquecer que eles eram pagos pelas massagens pélvicas. Em 1873, o primeiro vibrador foi inventado para propósitos médicos – eles eram apenas disponíveis para os médicos que os usavam e não para as moças insatisfeitas diretamente. Posteriormente, o aparelho se popularizou e as moças puderam comprar seus companheiros sem a “interferência médica”. [Listverse]

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HYPESCIENCE

Dica simples para viver mais tempo


Segundo um novo estudo, comer bastante laranja e vegetais verdes escuros, como cenoura, batata doce e feijão verde, pode levar a uma melhor saúde.

O consumo de frutas e vegetais tem sido associado a menores riscos de problemas de saúde, como câncer e doenças cardíacas. No entanto, ainda não estava claro quais os elementos que contribuíam para os efeitos na saúde ou de que modo eles contribuíam.

Os cientistas acreditam que os antioxidantes carotenóides presentes nos vegetais e frutas promovem a saúde mediante a neutralização de danos relacionados ao oxigênio no DNA. O beta-caroteno presente nos vegetais já tinha sido apontado como saudável, mas o foco do estudo recente é no seu primo, o alfa-caroteno. Ambos são membros da família de antioxidantes carotenóides.

Como estudos recentes não encontraram nenhum benefício aparente para os suplementos de beta-caroteno. Então, os pesquisadores resolveram medir o benefício do muitas vezes ignorado alfa-caroteno.

Eles analisaram informações de mais de 15.000 pessoas. Todos forneceram amostras de sangue no início do estudo, que durou 14 anos, juntamente com informações médicas e de estilo de vida. Ao final da pesquisa, cerca de 4.000 participantes haviam morrido.

Os pesquisadores descobriram que, quanto mais alfa-caroteno os participantes tinham em seu sangue no início do estudo, menor o risco de doença e morte. Por exemplo, quando comparados com indivíduos com pouco alfa-caroteno no sangue, aqueles com níveis mais elevados tinham um risco até 39% menor de morrer.

Esses resultados se mantiveram mesmo após os pesquisadores levarem em conta fatores de risco como idade e tabagismo, e também foram semelhantes quando se analisou especificamente as taxas de morte por doenças cardíacas e câncer. Ainda assim, os cientistas advertem que os resultados não provam que o alfa-caroteno foi o responsável pela taxa de mortalidade menor.

Segundo os pesquisadores, o alfa-caroteno pode ser pelo menos parcialmente responsável pela redução do risco. Entretanto, eles não podem descartar as possíveis ligações de outros antioxidantes ou outros elementos em vegetais e frutas com o menor risco de mortalidade.

O alfa-caroteno tem um monte de sobreposição de propriedades químicas com o beta-caroteno, bem como o mesmo efeito. É difícil separar os dois entre si, pois eles tendem a andar juntos. As cenouras, por exemplo, são uma fonte farta de ambos.

Ainda assim, há elementos potenciais para diferenciá-los. Estudos de laboratório sugeriram que o alfa-caroteno é aproximadamente 10 vezes mais eficaz na inibição de algumas formas de câncer de cérebro, fígado e pele do que o beta-caroteno.

Apesar dos resultados ainda não terem sido confirmados, os pesquisadores reforçam o argumento de que não há desvantagem em aumentar a sua ingestão de frutas e vegetais. [MSN]

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Epidemia de obesidade também atinge seu melhor amigo


A obesidade tem se provado um problema crescente na sociedade atual. Agora, estudos mostram que ela não se limita aos seres humanos. O problema realmente abrange a sociedade, incluindo os animais. Uma nova pesquisa constatou o aumento das taxas de obesidade em mamíferos selvagens que variam de ratos a animais domésticos e primatas de laboratório.

Normalmente, os principais culpados pela epidemia de obesidade são as dietas calóricas e a falta de exercício. No entanto, os resultados com animais apontam para outras causas ainda não identificadas para tal aumento de casos de obesidade.

Segundo os pesquisadores, não há como explicar as mudanças de peso dos animais pelo fato de que eles comem em restaurantes com mais freqüência, ou pelo fato de não praticarem educação física nas escolas. Ou seja, podem haver outros fatores, além do óbvio.

A primeira evidência de excesso de peso de animais que os pesquisadores perceberam foi através da observação de dados sobre saguis em um centro de pesquisa. O peso médio dos macacos havia subido ao longo das décadas, e não parecia haver nenhuma explicação plausível para isso.

Os pesquisadores consultaram o centro quanto a possíveis causas: os saguis estavam vindo de um fornecedor diferente? Poderiam ter sido criados para ficarem maiores? As respostas foram “não” e “não”.

Porém, as dietas dos macacos haviam sido alteradas ao longo dos anos, o que foi bem documentado pelo laboratório. Os pesquisadores controlaram os resultados para incluir a mudança de dieta. A descoberta foi que, com a mudança de dieta, os animais deveriam ter perdido peso, ao invés de ganhar.

Intrigados com os resultados, os pesquisadores decidiram estudar mais a fundo. Eles reuniram dados de mais de 20 mil animais, que vivem em 12 populações distintas. Eram oito espécies no total: macacos de laboratório, chimpanzés, macacos, saguis, camundongos, cães domésticos, gatos domésticos e ratos domésticos e selvagens de áreas rurais e urbanas.

Todas as populações tiveram registros de peso que se estendem até a segunda metade do século 20. Apenas os grupos de controle de animais de laboratório foram incluídos para afastar os efeitos de tratamentos ou experiências sobre a obesidade. Os pesos foram medidos em várias épocas da vida dos animais.

Os pesquisadores dividiram as 12 populações em conjuntos masculinos e femininos, em um total de 24 grupos. Eles então analisaram cada população para descobrir a porcentagem de mudança no tamanho do corpo de cada uma ao longo do tempo. Segundo eles, em 24 dos 24 casos, o peso corporal aumentou. Isso sugere que há algo acontecendo.

Em uma segunda análise, os pesquisadores designaram os 15% mais pesados dos primeiros dados de peso dos animais como “obesos”. Enquanto a obesidade humana começa com um índice de massa corporal (IMC) de 30, não há uma definição universal da obesidade para os animais. Eles então usaram essas medidas para ver quantos animais de cada população entraram na categoria de obesos, conforme o tempo passou. Desta vez, o percentual de animais obesos aumentou em 23 dos 24 casos.

O tamanho da mudança variou com a espécie, mas em muitos casos foi bastante significativa. Por exemplo, o peso corporal do macaco aumentou 7,7% por década nos machos e 7,9% por década nas fêmeas. Os camundongos machos aumentaram o peso em 10,5% por década e as fêmeas 11,8% por década. As gatas engordaram 13,6% por década, e os gatos 5,7%. Os cães experimentaram um aumento de 2 a 3% em peso por década. Até os ratos selvagens engordaram: os machos 5,7% por década, e as fêmeas 7,22%. Ratos rurais mostraram resultados semelhantes.

Embora não seja surpreendente que animais domésticos estejam engordando junto com seus donos, ou mesmo que ratos estejam engordando por comerem o lixo humano rico em calorias, o aumento no peso corporal de animais de laboratório, por exemplo, é inesperado.

Segundo os pesquisadores, isso só ressalta o quão pouco os seres humanos sabem sobre o que está acontecendo em termos de aumento de peso corporal da população. Talvez o problema não seja tão simples quanto a ingestão energética e o gasto energético, que tem sido a mensagem predominante nos últimos 10 anos.

Há diversas teorias das causas dessa epidemia de obesidade, além do fast food e da preguiça. Patogenias poderiam ser as culpadas. Por exemplo, um vírus chamado adenovírus 36 tem sido associado com a obesidade em seres humanos e animais. Compostos desreguladores de hormônios, ou disruptores endócrinos, também provocam obesidade em ratos expostos a eles no útero.

Outro fator pode ser os ambientes cada vez mais artificiais. A poluição luminosa e as perturbações no sono têm sido associadas à obesidade. É até possível que o ar condicionado e os aquecedores sejam culpados.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que estes fatores são apenas especulações. Vários estudos estão pesquisando o que pode ser a chave para compreender a epidemia da obesidade. Segundo eles, se o número de calorias consumidas é a mesma ao longo do tempo, mas há um ganho de peso, então, obviamente, a maneira essas calorias estão sendo gerenciadas mudou, ou alguma outra coisa mudou. Descobrir o que mudou é fundamental se os seres humanos quiserem inverter essa tendência. [LiveScience]

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sábado, 27 de novembro de 2010

Ladrões de corpos? Delírio transforma os seus entes queridos em impostores


Num dia comum de janeiro, uma ideia assustadora aterrorizou uma mulher de 45 anos de idade, no estado norte-americano do Nebraska: seu marido e filhos adolescentes não eram, de fato, seu marido e filhos adolescentes. Pessoas estranhas, idênticas aos membros de sua família, tinham tomado o lugar delas. Para se defender, a mulher os ameaçou com o instrumento de acender lareiras e chamou seus vizinhos – além da polícia.

Isso soa como um episódio do antigo seriado de ficção “Além da Imaginação”, mas a mãe e esposa de Nebraska estava sofrendo na vida real. Seu mal: a chamada “ilusão de Capgras”, um distúrbio psiquiátrico raro em que o paciente acredita que seus amigos ou familiares não são quem eles dizem que são. Segundo quem sofre do distúrbio, as pessoas reais foram substituídos por impostores mal-intencionados.

Nós reconhecemos os diversos rostos graças a uma parte do cérebro chamada giro fusiforme, que está localizada no lobo temporal. Ele processa os rostos que vemos e envia essa informação para outra parte do cérebro, a amígdala, responsável pelo processamento de emoções.

Em pacientes com Capgras, porém, há uma desconexão entre o centro visual e ao centro emocional, como explica a Mariam Garuba, a psiquiatra de Nova York que tratou a mulher do início da matéria quando ela foi internada em uma sala de emergência em Omaha, Nebraska, há três anos. (Miriam escreveu sobre o caso incomum, referindo-se ao paciente apenas como “Sra. A”, em uma revista de psiquiatria clínica no ano passado.)

Em suma: a “Sra. A” sabia que as pessoas dentro da sua casa pareciam, falavam e agiam como seu marido e filhos, mas eles não a faziam sentir do jeito que ela sempre se sentiu quando estava na presença deles.
É importante notar que se um paciente de Capgras falar com uma pessoa amada no telefone, ele reconhecer a voz. Porém, se essa mesma pessoa entra no quarto, o paciente vai acusá-la de ser um impostor porque a audição e a visão tomam caminhos diferentes para chegar ao centro emocional do cérebro.

Em alguns casos, essa desconexão que é tida como a causa da Capgras é provocada por um ferimento na cabeça, em outros, está relacionado a um transtorno psiquiátrico ou neurológico já existentes. A “Sra. A” se encaixa no segundo grupo: ela é uma paciente com transtorno bipolar de longa data, além de já ter sido diagnosticado com esclerose múltipla. Apesar de ter tomado medicamentos para tratar o transtorno bipolar no passado, ela não estava tomando nenhum – sequer para a esclerose múltipla – em janeiro de 2007, quando a confusão mental contra sua família ocorreu.

Seus médicos, incluindo Garuba, acreditam que o delírio de Capgras ocorreu por causa de uma recaída da esclerose múltipla da “Sra. A”. Ela foi tratada com antipsicóticos, e depois de alguns dias, ela foi gradualmente deixado de acreditar que os médicos estavam tentando envenená-la. Depois de quase um mês no hospital, ela parou de acreditar que os membros da sua família eram impostores.

O distúrbio raro presta homenagem a Joseph Capgras, o psiquiatra francês que primeiro escrever sobre a ilusão, em 1923, depois de tratar uma mulher que se convenceu de que o marido e os outros que ela conhecia eram realmente dublês de corpo. Casos semelhantes à “Sra. A” nos últimos anos incluem o da mulher de 24 anos que, após algumas complicações com pneumonia pneumocócica, sofreu crises epilépticas e começou a acreditar que alguns dos médicos da UTI tinham sido substituídos por impostores.

No Reino Unido, uma mulher de 42 anos alegou que, enquanto ela estava na UTI por pneumonia em 1999, cada um dos membros da sua família – com exceção de sua mãe – foi substituído por alienígenas. [msnbc]

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sintomas na adolescência podem “prever” endometriose em mulheres


Segundo um novo estudo, períodos menstruais dolorosos que interfiram na vida normal de algumas adolescentes podem sinalizar um risco aumentado de desenvolver a forma mais extensa de endometriose.

Na endometriose, pedaços do tecido que revestem o útero (endométrio) também crescem fora do órgão, geralmente nos ovários, nas trompas de Falópio, ou em outras partes da pelve. Como o endométrio, essas alterações teciduais equivocadas mudam em cada ciclo menstrual, endurecendo e, em seguida, se quebrando e sangrando.

Isto leva a um acúmulo de aderências ou cicatrizes fora do útero, com sintomas como dor pélvica e períodos menstruais dolorosos e pesados. Algumas mulheres também têm dificuldade para engravidar.

Há três formas de endometriose: endometriose superficial, endometriomas de ovário, e endometriose profunda, sendo esta última a forma mais extensa. Mulheres com endometriose profunda geralmente têm cicatrizes em várias áreas da bacia, incluindo vagina, bexiga, intestino e ligamentos que anexam o útero na pelve.

Pesquisadores franceses estudaram 229 mulheres submetidas à cirurgia de endometriose, com idade média no momento da cirurgia de 32 anos. Todas realizaram a cirurgia em um único centro médico entre 2004 e 2009. 43% tinham endometriose profunda, e o resto tinha as formas menos extensas. As mulheres foram entrevistadas sobre seu histórico de sintomas.

Os pesquisadores descobriram que as que tinham endometriose profunda eram mais propensas a ter menstruações dolorosas quando adolescentes. Como grupo, elas eram quatro vezes mais propensas do que mulheres com endometriose não profunda a terem usado pílulas anticoncepcionais para tratar dor menstrual severa antes dos 18 anos, e eram 70% mais propensas a dizer que tinham perdido dias de aula por causa de sintomas menstruais.

Globalmente, 58% das mulheres com endometriose profunda haviam tomado pílulas para tratar dor menstrual severa, contra 26% das mulheres com formas menos extensas. Da mesma forma, 21% das mulheres com endometriose profunda tiveram sua primeira prescrição antes dos 18 anos, comparado com 6% do outro grupo.

Quanto aos dias de ausência à escola, 38% das pacientes com endometriose profunda afirmaram que faltaram à escola devido a sintomas menstruais, contra um quarto das mulheres do outro grupo.

Mulheres com endometriose profunda também tinham mais probabilidade de relatar histórico familiar de endometriose. 13% dessas mulheres relataram histórico familiar, em comparação com pouco menos de 5% das pacientes de formas menos extensas.

A endometriose pode ser complicada de diagnosticar, e muitas mulheres passam anos com a doença sem umdiagnóstico. A condição pode, por exemplo, ser confundida com outras causas de dor pélvica, como cistos ovarianos, doença inflamatória pélvica ou, dependendo dos sintomas, síndrome do intestino irritável.

Além disso, embora exames pélvicos ou teste de ultra-som sejam muitas vezes usados para ajudar a diagnosticar endometriose, a única maneira de diagnóstico definitivo da doença é através de cirurgia laparoscópica minimamente invasiva, para tirar uma amostra de tecido.

Em comparação com as outras formas de endometriose, a profunda parece ter um atraso maior para ser diagnosticada. Agora, os resultados obtidos sugerem que esses problemas na adolescência podem predizer, por vezes, um diagnóstico de endometriose profunda.

O estudo tem uma série de limitações, incluindo o fato de que as mulheres pesquisadas tinham que se lembrar de sintomas da adolescência. Um estudo que acompanhasse mulheres jovens ao longo do tempo para ver se os sintomas previam um diagnóstico seria mais informativo. Mas os pesquisadores esperam que os resultados obtidos definam as bases para esse estudo a longo prazo.

Porém, o centro do problema é se o diagnóstico precoce da endometriose levará à diminuição de casos profundos e a menor necessidade de cirurgia, pois segundo os pesquisadores, hoje, não há nenhuma maneira eficaz de prevenir a progressão da endometriose em seu estágio mais grave.

Além disso, os resultados atuais sugerem que o tratamento da dor menstrual severa com pílulas anticoncepcionais não impede a progressão para a forma profunda, no entanto, também não significa que as pílulas contribuíram para o desenvolvimento da forma profunda.

Ainda assim, mesmo que não esteja claro se a progressão para a forma profunda pode ser prevenida, o diagnóstico precoce da endometriose seria útil. De acordo com os pesquisadores, meninas e mulheres com dor menstrual severa que não respondem a analgésicos como ibuprofeno devem ver seus médicos e, se necessário, serem avaliadas para a endometriose.

Além de analgésicos e pílulas, tratamentos não-cirúrgicos para a endometriose incluem vários tipos de medicamentos hormonais que inibem o crescimento do tecido endometrial. [Reuters]

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Vinho tinto possui compostos que combatem a diabetes


O vinho é objeto de muitas controvérsias quanto a seus efeitos saudáveis – ou não. Pesquisas já falaram que ele faz bem para o coração, enquanto as pessoas são bombardeadas com propagandas que afirmam que as bebidas alcoólicas não fazem bem para a saúde.

Agora, um novo estudo mostra que o vinho tinto é uma poderosa fonte de compostos antidiabéticos, mas eles podem nem serem processados pelo seu corpo.

Pesquisadores austríacos testaram 10 vinhos tintos e dois brancos para descobrir como os vinhos se ligavam a uma proteína chamada PPAR-gama, um tipo de proteína conhecida como “receptor”. Entre outras coisas, ela regula a absorção de glicose nas células adiposas.

Essa proteína é visada pelo medicamento anti-diabético rosiglitazona. A droga é comercializada sob o nome de Avandia nos EUA, mas foi retirada do mercado na Europa devido a temores de efeitos colaterais. Rosiglitazona alveja a PPAR-gama nas células de gordura para torná-las mais sensíveis à insulina e melhorar a captação de glicose. O remédio é usado como um tratamento para a diabetes tipo 2, uma condição em que as pessoas ou não produzem insulina suficiente para manter seus níveis de glicose no corpo, ou se tornam resistentes aos níveis de insulina normais.

Vários estudos têm mostrado que o consumo moderado de vinho tinto pode reduzir o risco de diabetes tipo 2. Os pesquisadores resolveram então determinar a afinidade dos vinhos com a PPAR-gama e compararam os resultados com os efeitos da rosiglitazona.

Eles descobriram que os vinhos brancos tinham baixa afinidade de ligação, mas todos os tintos eram facilmente ligados a proteína: a tendência de 100 mililitros de vinho tinto (cerca de metade de um copo) se vincular com a PPAR-gama é até quatro vezes mais forte que a mesma tendência de uma dose diária de rosiglitazona.

Os pesquisadores ficaram surpresos com uma atividade tão alta. Eles continuaram pesquisando e identificaram os compostos responsáveis do vinho. O flavonóide epicatequina galato, que também está presente no chá verde, teve a maior afinidade de ligação, seguido pelo ácido elágico polifenól, que vem dos barris de carvalho onde o vinho é mantido. Os pesquisadores acreditam que algumas das atividade antidiabéticas do vinho tinto podem ser devido a estes compostos de ativação do PPAR-gama.

Os pesquisadores advertem que estes compostos não fazem do vinho tinto uma solução mágica. Tais substâncias do vinho podem ter outros efeitos antidiabéticos e, em qualquer caso, nem todos os compostos serão absorvidos ou ficarão disponíveis para o corpo usar. A maioria dos polifenóis não passa pelo trato digestivo inalteradamente, e não pode ser absorvida. Além disso, o vinho também contém etanol, que adiciona ao corpo calorias.

O próximo passo dos pesquisadores será medir os efeitos metabólicos dos compostos do vinho em pessoas saudáveis. Eles salientam que o consumo moderado é a chave para obter os benefícios na saúde do vinho. A obesidade é um dos principais problemas da sociedade americana, por isso limitar o consumo é essencial. Além disso, beber vinho demais pode ser ruim até para quem tem diabetes não apenas pelas razões óbvias, mas para o nível de açúcar da bebida. [NewScientist]

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Pesquisadores identificam embriões com códigos de barra


Mas não se preocupe – não há chances do código de barra aparecer “tatuado” na testa da pessoa. Basicamente, os cientistas estão colocando códigos de barra em embriões para facilitar o processo da fertilização in vitro.

Usando células de embriões de ratos os pesquisadores daUniversidade de Barcelona colocaram pequenos códigos de barra feitos de silicone na membrana exterior da célula. Logo a técnica será usada em embriões humanos.

A técnica deve funcionar para evitar confusões em fertilizações in vitro. Em 2002 um caso ficou famoso – um casal caucasiano que havia feito uma fertilização in vitro deu à luz a gêmeos negros.

O método já foi aprovado pelo governo espanhol. Resta saber se ficará popular no resto do mundo. [PopSci]

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HYPESCIENCE

É verdade que celulares causam alergia?


Os celulares certamente carregam riscos, e se você já ouviu histórias que envolviam choques e explosões, elas podem ser verdadeiras, visto que o aparelho possui alguns elementos que podem levar a tais situações. Mas e a história de que celular dá alergia? Seria isso verdade?

Sim. Nos últimos anos, dermatologistas têm observado um número pequeno, mas crescente, de pessoas com erupções que causam coceira no rosto, queixo e orelhas, e que desaparecem quando o uso do celular é interrompido. Segundo pesquisadores, o motivo é uma alergia aos metais nos celulares, na maioria das vezes níquel.

Globalmente, a alergia ao níquel atinge cerca de 3% dos homens e quase 20% das mulheres. As mulheres são mais susceptíveis de serem afetadas porque muitas vezes são sensibilizadas a níquel por piercings, brincos e outras jóias de metal.

Ainda não está claro quantas pessoas desenvolvem reações alérgicas a seus celulares. Mas a literaturamédica está repleta de estudos de caso. Em um caso típico, ocorrido em 2008, uma pessoa de 18 anos desenvolveu uma erupção estranha no lado direito do rosto. Os cientistas analisaram seu celular, e encontraram níquel no fone de ouvido. Quando o paciente mudou para um celular sem níquel, a erupção desapareceu.

Mais tarde, os pesquisadores testaram 22 modelos populares de celulares e encontraram níquel em 10 deles, principalmente nos fones de ouvido e nos botões. Se você quiser descobrir se é alérgico a níquel, ou a outro metal, um teste dermatológico pode fornecer a confirmação. Também, um simples teste do cotonete pode revelar a presença de níquel em um telefone ou outro produto. [NewYorkTimes]

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HYPESCIENCE

Fumo passivo mata 600 mil pessoas por ano, 165 mil crianças


O tabagismo passivo provoca mais de 600 mil mortes por ano em todo o mundo, sendo que 165 mil dessas vítimas são crianças, revela um estudo divulgado hoje pela revista britânica The Lancet.

As crianças são as primeiras vítimas do tabagismo passivo, uma vez que não podem privar-se da principal fonte de exposição, os seus pais que fumam em casa, sublinham os autores da investigação.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=480852&page=1

Se a estas 600 mil mortes se somarem as cerca de 5,1 milhões de mortes atribuídas todos os anos ao tabagismo ativo, o número de vítimas mortais devido ao tabaco dispara para os 5,7 milhões, por ano.

Este é o primeiro estudo que avalia o impacto global do tabagismo passivo. Os seus autores, que pertencem ao Instituto Karolinska (Estocolmo, Suécia) e à Organização Mundial de Saúde, utilizaram dados de 2004, os mais recentes disponíveis, de 192 países.
Quarenta por cento das crianças, 35 por cento das mulheres e 33 por cento dos homens não fumadores estiveram expostos ao fumo passivamente, o que se traduz em 379 mil mortes coronárias, 165 mil devido a infeções das veias respiratórias, 36 900 por asma e 21 400 mortes por cancro do pulmão.

Imagem: ELMUNDO

Nos hospitais de Homoíne e Maxixe. Enfermeiros deixam doentes aos molhos


Inhambane (Canalmoz) – Os doentes que diariamente se deslocam aos centros de saúde de Homoíne e Maxixe, na província de Inhambane, em busca de tratamentos, ficam aos molhos à espera de ordens de serventes e enfermeiros que muitas vezes se entretêm em brincar com telefones ou em conversas entre colegas.
A reportagem do Canalmoz visitou, recentemente, estas duas unidades sanitárias, tendo constatado estes factos. Por exemplo na Maxixe, os pacientes não podiam comprar senhas porque além de bicha do consultório que continuava longa, os serventes estavam embalados em conversas e trocas de mensagens via telemóveis. Em Homoíne, os serviços de Odontologia registavam uma bicha enorme porque o enfermeiro responsável pela extracção de dentes não se fazia a sala há três dias.
“Há duas semanas que não consigo falar com o médico. Esta fila do lado dos bancos de madeira quer ter com o médico que só trabalha uma vez por semana, mas esta é a segunda semana que não vem e não sabemos o que se passa”, desabafou uma paciente que foi transferida de maternidade de Dambo (a16 quilómetros a sul da Maxixe).
Na Maxixe, o Bloco de Consultas Externas funciona com quatro consultórios, mas no dia que a reportagem do Canalmoz escalou o hospital dois consultórios estavam inoperacionais. O terceiro consultório funcionava para doenças gerais, apresentava-se com uma bicha enorme. Soubemos no local que o quarto consultório só abre às quartas-feiras para consultas com o médico, mas curiosamente há duas semanas que o mesmo não abria.
Quando quisemos entender porque é que apenas funcionavam dois consultórios, a resposta foi que os técnicos estavam empenhados na compilação de dados das recém-terminadas campanhas de vacinação.

Venda de senhas
As senhas que dão acesso a salas de consultas, são vendidas ao preço de um metical, de acordo com a ordem da bicha, depois se segue ao pavilhão das consultas. Neste local, volta-se a marcar novamente a bicha. Aliás, na sala de venda de senhas, na bicha havia uma senhora a sucumbir nos bancos e dois adolescentes também deitados nos bancos, mas estes não podiam comprar senhas porque a bicha do consultório continuava longa e os serventes estavam embalados em conversas e trocas de mensagens via telemóveis.
No mesmo instante acabou chegando no local um jovem angariador de clientes na praça da Maxixe, local de trânsito e partida de semi-colectivo de passageiros. O jovem sofreu uma queda em cima de um autocarro quando arrumava as bagagens e sangrava pela cabeça, mas os serventes responsáveis pela venda de senhas continuavam a conversar em linguagens codificadas para que os pacientes não se apercebessem do que se tratava.
Já no Centro de Saúde de Homoíne, a bicha de consultas não era tão longa, apenas a dos serviços de Odontologia é que era enorme, isto porque o enfermeiro responsável pela extracção de dentes não estava no sector do seu trabalho, passavam mais de três dias, segundo os protestos que ali ouvimos. Os doentes que queriam extrair dentes gemiam ante o olhar sereno de outro pessoal hospitalar. O sofrimento alheio ali é um gozo para os funcionários indiferentes.
Ainda nesta unidade sanitária, nas consultas não havia bicha, mas os doentes que se mostravam piores também não tinham atendimento especial, continuavam a dormir nos bancos. Outro aspecto importante é que as visitas neste hospital não observam um horário. Os visitantes que trazem refeições chegam a qualquer hora e como o centro não tem um refeitório, estendem-se esteiras em sombras das mangueiras e tomam-se as refeições. Nos quartos que visitámos, os doentes de nada se queixaram.

Farmácias
Na farmácia da Maxixe, as enfermidades dos pacientes pioravam. Muitos deles disseram que chegaram por volta das 05 horas da manhã e já passavam das 13 horas da tarde. Depois das bichas de senhas, consultório e chegados neste sector marcam outra bicha para comprar medicamentos. Aqui as enchentes eram provocadas por pacientes atendidos nos dias anteriores que vinham ver se os medicamentos prescritos já existiam na farmácia.
Os doentes confidenciaram à reportagem de Canalmoz que, se o medicamento desejado não existir na farmácia do hospital e devido a impossibilidade de comprar fora, deviam recorrentemente e regularmente visitar hospital a fim de verificar se o hospital já dispõe desses medicamentos. É um vai-vem constante sem sucesso a maior parte das vezes. As pessoas sofrem e desesperam.

Em Homoine tudo melhor
Diferentemente da farmácia do Centro de Saúde da Maxixe, em Homoíne, o cenário é outro. Nesta farmácia, não havia bicha, até existem descontos do custo dos medicamentos, por exemplo os doentes crónicos têm um desconto de 80 porcento, 50 porcento para idosos com mais de 60 anos, aposentados e deficientes físicos. Para os estudantes em regime de internamento nas Escola Secundária 25 de Setembro, Escola Básica e Agrária de Inhamússua e Centro de Formação de Professores Primários de Homoíne, os medicamentos são gratuitos.

Pediatria, PAV e maternidade
Os serviços de pediatria, Programa Alargado de Vacinação, (PAV) e a maternidade funcionavam normalmente no Centro de Saúde da Maxixe, pois não havia bichas. As mães que levavam as crianças para pesagem eram imediatamente atendidas. Se as crianças chorassem não era pela morosidade da bicha ou mau atendimento. Na Maternidade, as poucas mulheres grávidas com quem entabulámos conversa, disseram que tudo corria a contento. Mas em Homoíne, o posto do PAV registava uma bicha. Ninguém sabia da enfermeira. As mães murmuravam à espera de pesassem e vacinassem as suas crianças. Coisas mais de pessoas que não cumprem do que por falta de organização.

(Cláudio Saute) 2010-11-26 05:34:00

Bairro de Xipamanine vive uma anarquia


Maputo (Canalmoz) – A falta de higiene, sobretudo excremento humano, o crescimento desordenado do mercado Informal Xipamanine, no Distrito Municipal de Nlhamankulu, na cidade de Maputo, está a pôr os residentes agastados uns com os outros. A repulsa estende-se também aos vendedores, pois, segundo os próprios residentes, eles, durante sua actividade, embaraçam o acesso a várias residências junto ao mercado.
A reportagem do Canalmoz deslocou-se à administração do Distrito Municipal de Nlhamankulu, onde entrevistou a vereadora Albertina Manhiça sobre o pulsar da área sob sua jurisdição. Ela diz ter uma relação saudável com os munícipes. Porém, entre vários problemas, queixa-se também de inobservância de regras básicas de higiene, principalmente na gestão de resíduos sólidos nalguns bairros da sua área de jurisdição. Aliás, ela fala de domiciliados que defecam em plásticos e lançam os excrementos nos contentores de lixo e outros lugares inadequados designadamente em “lares alheios”.
Albertina Manhiça queixa-se ainda de moradores que ampliam suas casas, barracas ou mercearias, e nesses procedimentos ocupam espaços/ruas reservadas aos transeuntes. A ocupação tem sido tão desenfreada que as ruas onde anteriormente passavam carros hoje já não o fazem comodamente.
Após essas lamentações, a nossa reportagem deu uma passeata por alguns lugares nos arredores do mercado de Xipamanine e no interior do próprio bairro. O espanto não podia ter sido maior: os moradores próximo do mercado informal de Xipamanine admitem que os vendedores ocupem espaços junto dos seus quintais, mediante o pagamento de cinco meticais por vendedor.
Para ver o quão o comércio é exercido de forma anárquica no Xipamanine, os vendedores andam encostados ao muro da sede do Distrito Municipal de Nlhamankulu. A entrada da Direcção Distrital de Educação no mesmo distrito está bloqueada por vendedores. Ao lado desta última instituição, um residente decidiu, unilateralmente, ampliar a sua barraca e deixou o resto de moradias para atrás.
Aparentemente, no Xipamanine parece que nenhuma autoridade está lá para pôr freios à situação.
A moda está a pegar naquele mercado e já traz consequências nefastas para alguns vizinhos. Estes dizem que por causa disso não mais circulam livremente. Os que têm viaturas dificilmente transitam nos mesmos lugares que outrora eram largos espaços. Aliás, no mercado Xipamanine, bem próximo do local onde funciona a sede do Distrito Municipal de Nlhamankulu, há residências que foram totalmente cercadas por bancas e barracas de venda de diversos produtos tais como: aparelhagens de som, calçados roupas.
Albertina Manhiça, secundada por alguns moradores, diz não saber a que horas o mercado de Xipamanine deixa de ter gente, pois a qualquer hora do dia e noite há sempre lá alguém. Mais grave, de acordo com a vereadora, é que há associações ilegais, que sem o conhecimento, muito menos coordenação com alguma estrutura municipal, angariam vendedores para aquele mercado.
Conheça o Xipamanine real e outros seus problemas na próxima edição do Semanário Canal de Moçambique, que todas as quartas-feiras está disponível nas bancas.
O caos está instalado e não há autoridade que consiga por aquilo em ordem.

(Emildo Sambo) 2010-11-26 05:35:00

Governos da África Austral são indiferentes às dificuldades dos deficientes. – acusa a


Federação dos Deficientes da África Austral – SAFOD
Maputo (Canalmoz) – A Federação dos Deficientes da África Austral (SAFOD) acusa os governos dos países da região de estarem a ser indiferentes perante os problemas que enfermam os cerca de 11 milhões de deficientes espalhados pelos 10 países da SADC.
Num briefing com a imprensa, organizado ontem em Maputo pela SAFOD, a presidente do Programa de Pesquisa da SAFOD sobre a Deficiência, Rachel Kachaje, disse que os governos da SADC se limitam a fazer promessas que nunca cumprem, face às preocupações dos deficientes.
Para Rachel Kachaje, é urgente que os líderes africanos ratifiquem e implementem as convenções das Nações Unidas em relação à Pessoa Portadora de Deficiência. Os governos africanos “não podem falar de desenvolvimento, quando ao mesmo tempo se apartam da Pessoa Portadora de Deficiência”.
“A descriminação dos deficientes reflecte-se muito pelo fraco acesso à educação, aos cuidados de Saúde, ao emprego, entre outros entraves que os deficientes enfrentam. A maioria dos analfabetos são os deficientes, isto é resultado das políticas governamentais exclusivas em relação àquele grupo social”, disse Rachel Kachaje.
Por sua vez, o director-geral da SAFOD, Alexander Phire, disse que os governos se limitam a fazer falsas promessas, que nunca cumprem. “O nosso maior desapontamento é que apesar de falarmos tanto sobre as nossas dificuldades, as pessoas são, simplesmente, indiferentes a isso”.

Tomás Salomão entre os “culpados”
Entretanto, depois de saudar a rápida adesão do Media moçambicana ao briefing que a SAFOD organizou no complexo Kaya Kwanga, em Maputo, o director-geral da SAFOD aproveitou a ocasião para mandar alguns recados ao secretário executivo da SADC, o moçambicano Tomás Salomão.
“Muito recentemente, tentámos falar com o secretário executivo da SADC, Tomás Salomão, mas ele mostrou-se indiferente ao nosso pedido. Para a SAFOD, a SADC é uma organização muito importante, porque ratifica muitos protocolos e estratégias em relação a assuntos de desenvolvimento. No entanto, o que se tem reparado é que tais protocolos se revelam despojados e silenciosos em relação ao tópico “Pessoa Portadora de Deficiência”. Isto significa que a SADC não está preocupada com as dificuldades dos deficientes – isto magoa-nos”, disse Phire.

(Inocêncio Albino) 2010-11-23 05:54:00
Imagem: wikipedia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Passam os anos e a táctica do saque não muda. SISTEC continua a manter monopólio de acções do Estado




In folha8.blogspot.com
Revelações obtidas pelo F8 em Luanda dão conta de que a Sistec, uma empresa angolana essencialmente ligada aos ramos da informática e das telecomunicações, estará envolvida naquilo que poderá ser uma das maiores fraudes financeiras de fórum empresarial conhecidas em Angola nos últimos 22 anos.

Os factos a isso subjacentes, revelados por uma fonte identificada que pediu o anonimato, apontam para uma sistemática fuga ao fisco, obtenção fraudulenta de contratos de fornecimentos e sobrefacturação. A confirmarem-se tais factos, também, podem ser vistos como uma conspiração contra o povo angolano, se tiver em conta que a tributação fiscal é o meio mais eficaz de solidariedade social, instituído pelo regime deste País, onde 61 por cento da população vive em estado de virtual indigência. A fonte do F8 afirma que as fraudes são a real fonte de receitas da SISTEC que, por exemplo, sobrefactura frequentemente, na ordem dos 100 por cento, os fornecimentos de material e equipamentos às Forças Armadas Angolanas, FAA.

Em 1994, quando a SISTEC facturou três milhões de dólares em negócios com as FAA, um fornecimento de rádios PRC comprados à TransWorld Communications (TWC), pelo valor de dois milhões de dólares, foi cobrado pelo dobro do seu valor, indicou a fonte. Disse que é esta variante da negociata que permite “o aparecimento de grandes ricos dentro da empresa” e que é por este meio que indivíduos ligados a instituições do Estado tornam-se accionistas da empresa. Atribuindo contratos fraudulentos à SISTEC e permitindo que os valores dos fornecimentos sejam sobrefacturados, indivíduos ligados ao Estado passam a ter participação nos lucros da empresa. Estes, os lucros, são chorudos, segundo a fonte que revelou que no fim de 1994 um grupo de seis titulares de sete acções obteve rendimentos individuais der 500 mil dólares americanos.

O informador do F8 afirma que, em 1993, quando a empresa atravessava uma crise financeira e não tinha dinheiro para pagar os direitos alfandegários, Rui Santos reduziu pela metade o valor de algumas facturas de importação. Dessa forma declararia às Alfândegas um valor inferior ao que deveria pagar em taxas e impostos.

A fonte aponta exactamente um fornecimento proveniente da Técnica (Far East) Ltd, uma firma de Hong-Kong que é propriedade de um português conhecido por Fazenda.

O fornecedor enviou dois tipos de facturas, sendo uma “invoice” (in) com o verdadeiro preço do fornecimento, e outra “Customes” (C.U.) com um preço 40 por cento inferior e alegadamente fictício.

Ao declarar à Alfandega, a Sistec apresenta a factura (C.U.), da qual supostamente deduz ainda 50 por cento, e, ao fixar o preço fá-lo com base no valor da factura “in” multiplicado por 1,7, que é o valor dos impostos, taxas e do frete.

Dessa maneira, estimou a fonte, são ludibriadas as Alfandegas, Seguradora, Transportadoras e os Consumidores.

*In F8, 26 de Setembro de 1997