quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Greve na Clínica Girassol de Luanda


Os trabalhadores alegam que existem disparidades salariais "abismais" entre funcionários afectos a entidades diferentes mas que desempenham o mesmo serviço, e falam em trabalho nocturno por pagar e descontos não previstos nos contratos.
Os funcionários da clínica do grupo Sonangol queixam-se ainda da ausência de assistência médica para os familiares.


Imagem: Mais de 400 funcionários da Clínica Girassol entraram esta quarta-feira em greve por motivos salariais.
Leia mais aqui

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Manobra de Heimlich em bebés







Alimentação incorreta e estresse podem deflagrar crises de labirintite



A labirintite real (a infecção ou inflamação do labirinto) pode ser causada por vírus, bactérias, lesão na cabeça, alergia ou reação a um determinado medicamento

Chris Bueno
Do UOL, em São Paulo

A labirintite real (a infecção ou inflamação do labirinto) pode ser causada por vírus, bactérias, lesão na cabeça, alergia ou reação a um determinado medicamento
Você acorda cedinho e parece que tudo está girando. Aí, você sente tontura, enjoo, perde o equilíbrio e tem um grande mal-estar. Cuidado, isso pode ser labirintite.

Labirintite é um termo usado popularmente para descrever quadros de tontura e vertigem. Mas, na verdade, é uma doença pouco frequente, caracterizada por uma infecção ou inflamação no labirinto (estrutura do ouvido interno constituída pela cóclea, responsável pela audição, e pelo vestíbulo, responsável pelo equilíbrio).
"As alterações do equilíbrio decorrentes do labirinto deveriam ser denominadas alterações vestibulares", ensina Eliézia Alvarenga, otorrinolaringologista do Hospital Samaritano de São Paulo.

Essas alterações vestibulares, ao contrário, são muito comuns, e atingem cerca de 33% das pessoas em algum período da vida, de acordo com uma pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) no ano passado. E podem ser desencadeadas pela má alimentação e pelo estresse.

Uma questão de equilíbrio

O equilíbrio corporal é algo complexo e depende das respostas dos dois labirintos (direito e esquerdo, que devem estar em sintonia), do sistema musculoesquelético, que envolve a coluna e nos mantém ereto; e do sistema visual, que tem uma atuação no sistema modulador e transmissor dos impulsos nervosos responsáveis pelo equilíbrio, dadas pelo sistema nervoso central.

"Quando qualquer doença causa um distúrbio nesse sistema, podem ser desencadeadas tonturas, instabilidades ou até vertigens fortes com náuseas e vômitos. Isso é a `labirintite', termo genérico para as doenças do labirinto", explica Ricardo Ferreira Bento, professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia e diretor da Divisão de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Como o labirinto é parte do sistema do ouvido, a labirintite é relacionada à diminuição auditiva, zumbido ou sensação de "ouvido cheio".

São inúmeras as causas das chamadas labirintites.  O labirinto pode ser afetado por alterações inflamatórias, infecciosas, traumáticas, metabólicas, vasculares, degenerativas, neurológicas, endócrinas, tumorais, por medicações ou abuso de drogas entre outras. Já a labirintite real (a infecção ou inflamação do labirinto) pode ser causada por vírus, bactérias, lesão na cabeça, alergia ou ser uma reação a um determinado medicamento.

"Apesar do quadro de tonturas e náuseas ser muito desagradável, na maioria das vezes a labirintite não é causada por um problema de maior gravidade", diz Luiz Ubirajara Sennes, professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia da FMUSP. De qualquer forma, ele recomenda sempre procurar auxílio médico quando houver uma crise de tontura, para que seja investigada sua causa e afastada a suspeita de doenças graves.

Cuidado com o que você come

Os alimentos também podem interferir nas crises de labirintite.  Os três principais inimigos do ouvido interno são o açúcar, o sal e a cafeína. A ingestão de açúcar em excesso pode interferir nas estruturas do labirinto, fazendo com que ele mande mensagens erradas ao cérebro. O sal está relacionado ao aumento da pressão nos vasos, o que também pode perturbar o labirinto. E a cafeína pode estimular demais o labirinto, também causando perturbações.

"Hábitos alimentares inadequados como ingestão de muita gordura e açúcar podem levar a alterações metabólicas que irão afetar o correto funcionamento do labirinto (colesterol aumentado, hipoglicemia por hiperinsulinismo, entre outras)", alerta Sennes.

É preciso prestar atenção não apenas no que se come, mas também em como se come. Comer sentado à mesa, sem pressa e tranquilamente, diminui o estresse, ajuda a digestão e faz bem para todo o corpo – até mesmo para o equilíbrio. Outra atitude que ajuda é comer a cada três horas, pois o labirinto precisa de um aporte constante de glicose e oxigênio para exercer suas funções. Ficar em jejum, portanto, não é uma boa ideia.

Hidratar-se também é essencial. Beber aproximadamente dois litros de água por dia é fundamental para que todas as reações biológicas do corpo ocorram adequadamente.
No stress

O estresse também pode levar a tonturas, pois é uma alteração do estado normal do organismo, com mudanças na liberação de hormônios, das funções cardiovasculares e digestivas, do sistema nervoso e psicológicas que podem afetar secundariamente o labirinto.
O estresse influencia no desencadeamento da sensação de tontura, o que, muitas vezes, acaba confundindo o diagnóstico da labirintite.

Mas ainda não se sabe com certeza se o estresse poderia causar a labirintite. No entanto, sabe-se que ele pode desencadear uma crise, assim como agravar seus sintomas.
"O estresse, muitas vezes, pode ser o gatilho para a crise e sua manutenção, gerando insegurança e retroalimentando a tontura e o estresse. Em um determinado momento dificulta saber o que veio primeiro: a tontura ou o estresse", diz Alvarenga.

Nem toda tontura é labirintite

Tontura não é doença, mas, sim, um sintoma que pode surgir em numerosas doenças. É um sinal de alerta de que algo não vai bem no organismo.
As tonturas estão entre os sintomas mais frequentes em todo o mundo e são de origem labiríntica em 85% dos casos. Mas elas podem estar relacionadas a outros problemas também. Um deles é o já citado estresse. Outros podem ser queda repentina da pressão arterial, desidratação e queda na taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia), e até mesmo problemas cardíacos, hipertensão e tumores.
"Por isso, é sempre importante procurar serviço médico especializado para diagnosticar as causas e realizar o tratamento adequado", recomenda Bento.

Para descobrir as causas, inicialmente é feita uma série de testes, que são chamados de otoneurológicos, para diagnosticar se o problema é no labirinto e o que o provoca. Quando diagnosticada a labirintite, o tratamento varia de acordo com a causa, e pode ir de medicamentos para melhorar problemas do labirinto e da circulação sanguínea até intervenções cirúrgicas.

 Para se evitar uma crise de alterações vestibulares, ou labirintite, é possível adotar uma série de atitudes. A primeira delas é tomar cuidado especial com a alimentação, tendo uma dieta balanceada e evitando alimentos gordurosos ou ricos em açúcar e carboidratos. Cafeína e álcool também devem ser evitados. Outra atitude importante é ficar longe do cigarro. A nicotina e outras substâncias do cigarro são tóxicas para o labirinto.

A prática de exercícios físicos também pode ajudar, pois estimula a circulação e o bem-estar de todo organismo.

Enfim, um estilo de vida saudável, que une alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos, além de evitar situações de estresse, pode ajudar – e muito – a impedir a deflagração de uma crise de labirintite. "A vida saudável com peso adequado, alimentação regular, exercícios físicos e ausência de estresse é a melhor prevenção para as alterações do labirinto", afirma Sennes.

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/09/20/alimentacao-incorreta-e-estresse-podem-deflagrar-crises-de-labirintite.htm

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Como treinar sua mente para pensar criticamente e formar suas próprias opiniões


Pensamento crítico é uma habilidade (que nem todos possuem, a propósito) muito útil: é a maneira pela qual podemos nos libertar de ideias pré-fabricadas às quais estamos sujeitos o tempo todo, e finalmente pensar por contra própria.
A expressão, no fim das contas, significa saber absorver importantes informações e ser capaz de usá-las para formar a sua própria opinião sobre determinado assunto – em vez de apenas reproduzir um discurso pronto que se lê nos jornais e revistas, que se ouve na escola ou na igreja ou que é propagado por outras pessoas.
Esta não é uma capacidade com a qual nascemos – normalmente, acontece exatamente o oposto: somos treinados justamente para não desenvolver muito bem nosso pensamento crítico e, desta forma, não sermos muito contestadores. Felizmente, porém, esta é uma habilidade que podemos treinar e, consequentemente, nos tornarmos melhores nela. Veja:
5. Preste atenção nos detalhes certos
Uma das partes mais importantes de pensar criticamente é aprender quais detalhes são, de fato, importantes. Estamos expostos a tanta informação e opiniões diferentes que fica muito fácil se perder nos detalhes. Comece confiando na sua intuição. Se algo não soa verdadeiro para você, eis aí o seu primeiro sinal de alerta.
Na sequência, uma boa dica é refletir sobre quem se beneficia de uma dada informação ou opinião. Se há uma discussão acalorada sobre, digamos, a qualidade da água da torneira e se é adequado ou não consumi-la, preste atenção se dentre as partes envolvidas não está uma indústria de garrafinhas de plástico. Isso nem sempre é algo ruim – às vezes as motivações de uma pessoa podem fazer sua opinião mais válida –, mas é aconselhável pensar em quem pode ganhar com uma ideia.
O que nos traz ao segundo ponto: questione a fonte. Principalmente após a grande disseminação da internet nas últimas décadas, as fontes nem sempre são imediatamente identificáveis. Portanto, se algo parece meio duvidoso, rastreie de onde veio antes de formar uma opinião.
O mesmo vale para os meios de comunicação. Cada publicação ou veículo tem uma vertente – esquerda, direita -, e não é que é impossível acreditar em matéria alguma de política por conta do posicionamento desses meios, mas para o bem do seu pensamento crítico, é bom ter um pé atrás e analisar se o texto traz alguma informação nova (e isenta) ao leitor, ou se serve apenas para reafirmar as convicções da empresa.
Outro detalhe com o qual se deve ter um pouco de cuidado são as afirmações óbvias e de pouco sentido no contexto da discussão. É um truque comum em debates (principalmente entre políticos na televisão) esconder um argumento crítico dentro de uma série de declarações obviamente verdadeiras. É uma estratégia traiçoeira que faz o oponente facilmente se perder, porque começa a concordar com as afirmações, mesmo que não tenham ligação qualquer com o discurso.
Vemos muito isso nos debates. O candidato pergunta ao atual prefeito em busca da reeleição sobre a razão pela qual não foi destinada a verba planejada para a área da saúde. O político responde que a saúde foi sempre uma prioridade na sua gestão, os profissionais da área precisam ser valorizados, é importante equipar nossos pronto-socorros e nos últimos quatro anos a expectativa de vida do brasileiro subiu de 73,1 para 74,6 anos.
Todas as afirmações podem estar corretas, mas nenhuma responde ao que foi pedido. Um olhar desatento poderia concordar com tudo que o prefeito disse e achar que sua resposta foi brilhante. Não caia mais nessa. Quanto mais você prestar atenção a esse tipo de detalhe, mais fortalecido seu pensamento crítico se tornará.
4. Sempre faça perguntas
Saber quais detalhes precisam ser observados é a primeira parte para desenvolver um bom pensamento crítico, mas de nada serve essa habilidade se você não souber que tipo de pergunta fazer em seguida. Afinal, pensar criticamente e fazer perguntas são duas coisas que caminham lado a lado.
A escritora e psicóloga russa radicada em Nova York, Maria Konnikova, sugere uma abordagem um tanto original, usando Sherlock Holmes como exemplo. Segundo ela, depois que o personagem define seus objetivos, ele passa a observar e coletar dados, perguntando-se sempre quais informações desta conversa, pessoa ou situação lhe permitirá reunir os dados que ele não tem e que lhe serão úteis para ver se sua hipótese se mantém.
“Em seguida, ele dá um passo atrás e observa os dados, recombina-os e tenta buscar uma possibilidade diferente, sendo criativo com as informações que possui para verificar se existem novas abordagens a serem exploradas”, explica Konnikova.
O escritor estadunidense Scott Berkun compartilha seu próprio conjunto de questões para se pensar criticamente. “Qualquer um que tenha considerado seriamente algo encontrou fatos suficientes tanto a favor, para adequar seus argumentos, quanto contra”. Berkun ainda cita algumas questões úteis que devemos fazer na construção de um pensamento crítico: “Quem além de você compartilha dessa opinião? Quais são as suas maiores preocupações, e o que você vai fazer para resolvê-las? O que precisa ser mudado para que você tenha uma opinião diferente?”.
Se esses questionamentos soaram familiares, você deve ter percebido a similaridade dessa forma de pensar com o método socrático, em que uma série de perguntas lhe ajuda a revelar o que você pensa sobre um determinado assunto. O importante aqui é sempre se perguntar por que algo é importante e como isso se conecta com as coisas que você já conhece. À medida que você faz isso, você treina seu cérebro para fazer conexões entre ideias e a pensar criticamente sobre as mais diversas informações que você for encontrar.
3. Cuidado com “achismos”
No árduo caminho de formar um pensamento crítico, devemos também treinar nossos ouvidos para notar pequenas palavras e frases que servem como sinais de alerta. Sabemos que é impossível prestar atenção em tudo, por isso, conhecer algumas frases que tendem a vir antes de um argumento fraco é realmente útil.
São os famosos “achismos”. Mesmo que de forma sutil, essas expressões entregam que a opinião que vem a seguir muito provavelmente não é bem embasada. O Wall Street Journal até elencou algumas dessas frases – dentre elas, destacam-se, além da famosa “eu acho que”, expressões como “para dizer a verdade”, “só quero que você saiba que” e “só estou querendo dizer que”.
Em um debate de alto nível, você sabe que esse tipo de declaração tende a introduzir uma inverdade. Sinal de que é hora de começar a prestar atenção para, na sequência, começar a fazer perguntas.
2. Conheça e confronte seus próprios preconceitos
Quando falamos sobre o pensamento crítico, é imprescindível nos lembrarmos de que não somos um templo de sabedoria e nós mesmos temos nossas questões a serem resolvidas. E a dificuldade surge justamente porque adoramos apontar as falhas dos outros, mas somos muito ruins em reconhecer preconceitos em nosso próprio pensamento. Todos temos tendências a pensar de certa forma devido a uma gama de fatores, mas parte do pensamento crítico é cultivar a possibilidade de enxergar os fatos fora desses preconceitos.
A ideia básica é resumida pelo escritor inglês Terry Pratchett, em seu livro “A Verdade”. Na obra, Pratchett defende a percepção de que as pessoas só gostam de ouvir o que elas já sabem. “Elas ficam desconfortáveis quando você lhes diz coisas novas, pelas quais elas não esperam. Em suma, o que as pessoas pensam que querem são novidades, mas o que elas realmente anseiam é por antiguidades, que dirão a elas tudo o que elas já pensam e já acreditam ser verdadeiro”, afirma.
Pensar criticamente tem tudo a ver com confrontar esses preconceitos com a maior frequência possível. Difícil? Sem dúvida. Se você se criar o hábito de pensar sob diferentes pontos de vista ao longo do dia, você treinará seu cérebro para fazer isso mais vezes, quase que automaticamente.
1.Pratique o pensamento crítico sempre que possível
Seguindo a mesma ideia do item anterior, chegamos ao último tópico da nossa lista. Como acontece com qualquer outra habilidade, para ficar bom em pensamento crítico, é preciso praticá-lo todos os dias. O que facilita o trabalho é o fato de que isso pode ser feito em sua própria cabeça. Você também pode, no entanto, se valer de alguns exercícios para forçar seu cérebro a entrar em forma.
Uma tarefa fácil de ser feita é manter algum tipo de diário. A ideia é utilizá-lo para registrar observações casuais ou suas opiniões diante de um assunto enfrentado durante o dia.
O objetivo é escrever diariamente. Assim que você tiver um número substancial de textos produzidos, crie um blog (ou reative aquele seu de aaaanos atrás) e poste suas ideias lá.
Esse exercício é bom não apenas para você, mas também uma ótima maneira de envolver outras pessoas e desafiar a si mesmo a confrontar seus pensamentos com pontos de vista diferentes do seu (certamente algum amigo de um amigo seu não concordará com suas palavras e deixará isso bem claro nos comentários. Essa é a hora de colocar o pensamento crítico para funcionar). Da mesma forma, participar de um debate saudável entre amigos é uma boa forma de praticar.
O que você deve ter em mente é que o pensamento crítico não termina nunca. Quanto mais conhecimento você cultiva, melhor você vai se tornar nisso. E o resultado final é um cérebro que forma melhores argumentos, ideias mais focadas e soluções criativas para os problemas. [Life Hacker]
hypescience