quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Luanda. PGR abre processo contra Hospital Maria Pia por expulsar paciente



Lisboa -  Foi recentemente aberto um processo de investigação junto a Procuradoria Geral da República, contra o hospital Maria Pia de Luanda, sob acusação de negação de tratamento e expulsão compulsiva (via alta)  de uma menina  Suzana Kathunga, que se encontra gravemente doente.

Fonte: Club-k.net

Conhecido  como o “Caso Suzana Kathuñga”, o episódio esta relacionado a uma menina  mucubal  que, para além de  subnutrida e  afectada pela seca severa que grassa a região Sul de Angola, sofre também de um câncro de pele que lhe está a devorar o rosto.

No seguimento de uma campanha de ajuda movida por uma corrente do clero católico encabeçada pelo sacerdote  Jacinto Wacussanga “Pio”, a paciente foi  levada para o Hospital Central do Lubango e dai evacuada no dia 16 de Outubro para o Hospital Maria Pia de Luanda. A mesma foi acompanhada para a capital do país,  por um  catequista João Fernando Tyihetekey e um  primo da paciente identificado por “Gabriel”. Seguiu igualmente, para Luanda, a menor de um ano, Savita de Fátima Tyikwauyu, filha da Suzana Kathuñga  que também  viajou  para  continuar o tratamento contra a malnutrição.

Postos no Hospital Maria Pia, a referida paciente foi mandada  para casa no passado dia 28 de Outubro por orientações de um medido identificado por Doutor Paulo, sob alegação de que se precisava da cama onde a mesma estava para um outro paciente. Ao Doutor Paulo são lhe imputado declarações segundo as quais “o hospital não era Hotel” e que Suzana Kathuñga   não poderia ficar mais ali.   Foi assim que as enfermeiras a “despejaram”  no corredor do hospital sem documento de alta e sem prescrição médica.

No seguimento de diligências, a mesma foi acolhida no mesmo dia para uma residência  de Madres que se situa próximo ao hospital e no dia seguinte após intervenção de vários voluntários, a jovem   Suzana Kathuñga   foi levada para a  Clinica Multiperfil, onde se encontra a receber tratamento médico.  

Pelo menos, no dia 3 de Novembro, o seu estado era considerado estável  e aguardava  o resultado da biopsia. Há informações de que está garantida a sua estadia nesta clinica da Presidência da República,   até o resultado sair para depois ser transferida para o Centro de Oncologia em Luanda.  A Paciente esta a ser suportada com o  apoio de vários  voluntários e foi lançado um repto  à Associação dos albinos, onde está o lendário  Guilherme Santos e outros (facebookistas) que doaram seu dinheiro para ajudarem na passagem e estadia de Suzana Kathuñga.

Padre esclarece que não foi  o seu grupo  a processar o Hospital

Segundo o Jacinto Wacussanga,  “Ontem (dia 6 de Novembro), o Fernando Tyihetekey, que está a tomar conta da jovem Suzana Kathunga, em tratamento em Luanda, foi chamado por uma das responsáveis do Hospital Mara Pia em Luanda, perguntando à queima-roupa se fomos nós que instituímos um processo junto à Procuradoria, contra o Hospital Maria Pia, sob acusação de negação de tratamento e expulsão compulsiva, via alta, da doente”.

 “Somente para esclarecer a todos os facebookanos que não sabíamos nada deste processo. Mas devo acrescer o seguinte; em qualquer parte do mundo, recusar-se a tratar um doente, por parte de um hospital público constitui crime e passível de procedimento criminal.”, escreve o sacerdote a partir das redes sociais.

“Em segundo, nesse período de 1 a 26 de Outubro, a Suzana sofreu muito com dores cruciantes, tendo sido privada de analgésicos apropriados à sua situação.” Relatou acrescentando que “Por isso, mesmo gozando de presunção de inocência, os funcionários que negaram à Suzana este tratamento vital, terão de responder em tribunal, a fim de que outros milhares de angolanos, pobres e de chinelo acabado, tenham tratamento digno de seres humanos e casos dessa índole não se repitam”.

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