Lisboa
- Foi recentemente aberto um processo de investigação junto a
Procuradoria Geral da República, contra o hospital Maria Pia de Luanda, sob
acusação de negação de tratamento e expulsão compulsiva (via alta) de uma
menina Suzana Kathunga, que se encontra gravemente doente.
Fonte:
Club-k.net
Conhecido
como o “Caso Suzana Kathuñga”, o episódio esta relacionado a uma menina
mucubal que, para além de subnutrida e afectada pela
seca severa que grassa a região Sul de Angola, sofre também de um câncro de
pele que lhe está a devorar o rosto.
No
seguimento de uma campanha de ajuda movida por uma corrente do clero católico
encabeçada pelo sacerdote Jacinto Wacussanga “Pio”, a paciente foi
levada para o Hospital Central do Lubango e dai evacuada no dia 16 de
Outubro para o Hospital Maria Pia de Luanda. A mesma foi acompanhada para a
capital do país, por um catequista João Fernando Tyihetekey e um
primo da paciente identificado por “Gabriel”. Seguiu igualmente, para
Luanda, a menor de um ano, Savita de Fátima Tyikwauyu, filha da Suzana Kathuñga
que também viajou para continuar o tratamento contra a
malnutrição.
Postos
no Hospital Maria Pia, a referida paciente foi mandada para casa no
passado dia 28 de Outubro por orientações de um medido identificado por Doutor
Paulo, sob alegação de que se precisava da cama onde a mesma estava para um
outro paciente. Ao Doutor Paulo são lhe imputado declarações segundo as quais
“o hospital não era Hotel” e que Suzana Kathuñga não poderia ficar mais
ali. Foi assim que as enfermeiras a “despejaram” no corredor
do hospital sem documento de alta e sem prescrição médica.
No
seguimento de diligências, a mesma foi acolhida no mesmo dia para uma
residência de Madres que se situa próximo ao hospital e no dia seguinte
após intervenção de vários voluntários, a jovem Suzana Kathuñga
foi levada para a Clinica Multiperfil, onde se encontra a
receber tratamento médico.
Pelo
menos, no dia 3 de Novembro, o seu estado era considerado estável e
aguardava o resultado da biopsia. Há informações de que está garantida a
sua estadia nesta clinica da Presidência da República, até o
resultado sair para depois ser transferida para o Centro de Oncologia em
Luanda. A Paciente esta a ser suportada com o apoio de vários
voluntários e foi lançado um repto à Associação dos albinos, onde
está o lendário Guilherme Santos e outros (facebookistas) que doaram seu
dinheiro para ajudarem na passagem e estadia de Suzana Kathuñga.
Padre
esclarece que não foi o seu grupo a processar o Hospital
Segundo
o Jacinto Wacussanga, “Ontem (dia 6 de Novembro), o Fernando Tyihetekey,
que está a tomar conta da jovem Suzana Kathunga, em tratamento em Luanda, foi
chamado por uma das responsáveis do Hospital Mara Pia em Luanda, perguntando à
queima-roupa se fomos nós que instituímos um processo junto à Procuradoria,
contra o Hospital Maria Pia, sob acusação de negação de tratamento e expulsão
compulsiva, via alta, da doente”.
“Somente
para esclarecer a todos os facebookanos que não sabíamos nada deste processo.
Mas devo acrescer o seguinte; em qualquer parte do mundo, recusar-se a tratar
um doente, por parte de um hospital público constitui crime e passível de
procedimento criminal.”, escreve o sacerdote a partir das redes sociais.
“Em
segundo, nesse período de 1 a 26 de Outubro, a Suzana sofreu muito com dores
cruciantes, tendo sido privada de analgésicos apropriados à sua situação.”
Relatou acrescentando que “Por isso, mesmo gozando de presunção de inocência,
os funcionários que negaram à Suzana este tratamento vital, terão de responder
em tribunal, a fim de que outros milhares de angolanos, pobres e de chinelo
acabado, tenham tratamento digno de seres humanos e casos dessa índole não se
repitam”.
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