segunda-feira, 1 de abril de 2013

Em Moçambique, Complicações de parto e gravidez matam 11 mulheres por dia


Maputo (Canalmoz) – Dados alarmantes apresentados ontem pelo director Nacional da Saúde Pública no Ministério da Saúde (MISAU), Mouzinho Saide, revelam a dura realidade que está sujeita a mulher moçambicana e os moçambicanos no geral. Segundo Muizinho Saide, a cada dia pelo menos 11 mulheres perdem a vida como resultado de complicações de gravidez ou parto, o que revela uma média assustadora de uma morte em cada duas horas.
Nos cálculos do MISAU, por ano são 3.840 mulheres que perdem a vida quando tentam trazer ao mundo uma nova vida.
É uma realidade triste, mas não surpreendente para quem conhece a realidade de Moçambique. Nas zonas rurais as pessoas continuam a percorrer distâncias – duas décadas depois do fim da guerra – de mais de 5 quilómetros para encontrarem uma maternidade, sem luz eléctrica nem água canalizada.
Estes dados apresentados pelo MISAU só vêm consubstanciar os do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que classifica Moçambique como o terceiro país mais pobre do mundo, do ponto de vista de bem-estar da população.

Mortalidade infantil

Sobre a mortalidade infantil, Mouzinho Saide disse que em cada 1000 crianças que nascem vivas por ano, cerca de 48 morrem entre os 0 e 28 dias de vida, devido a problemas que acontecem durante a gravidez e o parto. Aquilo que descreveu como “práticas caseiras pouco apropriadas”, o director Nacional da Saúde disse ser responsável pela morte de cerca 27% do total de mortes em crianças menores de 5 anos.
“O Governo de Moçambique julgou premente estabelecer esta parceria com UNICEF e a Mcel, com o intuito de melhorar o nível de informação sobre práticas preventivas relacionadas com problemas de saúde que mais afectam a população, a procura e adesão aos serviços de saúde, com vista a assegurar o alcance dos números 4 e 5 de Desenvolvimento de Milénio que consiste na redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde materna”, disse o director Nacional da Saúde referindo à assinatura do memorando entre as três instituições que visa disponibilizar informação sobre cuidados de escritas (SMS) enviadas gratuitamente para os cidadãos (ver outro texto nesta edição).

A nível mundial, os dados apresentados indicam que anualmente 536 mil mulheres morrem por complicações de gravidez ou de parto, ou seja, 1.500 mulheres perdem a vida por dia e uma a cada minuto, em que 90% destas mortes ocorrem nos países subdesenvolvidos como Moçambique. (Arcénia Nhacuahe)

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