Maputo
(Canalmoz) – Dados alarmantes apresentados ontem pelo director Nacional da
Saúde Pública no Ministério da Saúde (MISAU), Mouzinho Saide, revelam a dura
realidade que está sujeita a mulher moçambicana e os moçambicanos no geral.
Segundo Muizinho Saide, a cada dia pelo menos 11 mulheres perdem a vida como
resultado de complicações de gravidez ou parto, o que revela uma média
assustadora de uma morte em cada duas horas.
Nos
cálculos do MISAU, por ano são 3.840 mulheres que perdem a vida quando tentam
trazer ao mundo uma nova vida.
É
uma realidade triste, mas não surpreendente para quem conhece a realidade de
Moçambique. Nas zonas rurais as pessoas continuam a percorrer distâncias – duas
décadas depois do fim da guerra – de mais de 5 quilómetros para encontrarem uma
maternidade, sem luz eléctrica nem água canalizada.
Estes
dados apresentados pelo MISAU só vêm consubstanciar os do PNUD – Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento, que classifica Moçambique como o terceiro
país mais pobre do mundo, do ponto de vista de bem-estar da população.
Mortalidade infantil
Sobre
a mortalidade infantil, Mouzinho Saide disse que em cada 1000 crianças que
nascem vivas por ano, cerca de 48 morrem entre os 0 e 28 dias de vida, devido a
problemas que acontecem durante a gravidez e o parto. Aquilo que descreveu como
“práticas caseiras pouco apropriadas”, o director Nacional da Saúde disse ser
responsável pela morte de cerca 27% do total de mortes em crianças menores de 5
anos.
“O
Governo de Moçambique julgou premente estabelecer esta parceria com UNICEF e a
Mcel, com o intuito de melhorar o nível de informação sobre práticas
preventivas relacionadas com problemas de saúde que mais afectam a população, a
procura e adesão aos serviços de saúde, com vista a assegurar o alcance dos
números 4 e 5 de Desenvolvimento de Milénio que consiste na redução da
mortalidade infantil e a melhoria da saúde materna”, disse o director Nacional
da Saúde referindo à assinatura do memorando entre as três instituições que
visa disponibilizar informação sobre cuidados de escritas (SMS) enviadas
gratuitamente para os cidadãos (ver outro texto nesta edição).
A nível mundial, os dados apresentados
indicam que anualmente 536 mil mulheres morrem por complicações de gravidez ou
de parto, ou seja, 1.500 mulheres perdem a vida por dia e uma a cada minuto, em
que 90% destas mortes ocorrem nos países subdesenvolvidos como Moçambique.
(Arcénia Nhacuahe)
Imagem: simplesana.zip.net
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