Ouvir suas músicas favoritas ou piadas engraçadas pode baixar sua pressão arterial, talvez até tanto quanto cortar o sal de sua dieta ou emagracer cinco quilos. Esses foram os resultados preliminares de um estudo apresentado na reunião da Associação Americana do Coração, em Atlanta, Estados Unidos.
No estudo, pesquisadores japoneses descobriram que as pessoas que participaram de duas sessões por mês de um grupo reunido em torno de música e risos abaixou sua pressão sanguínea sistólica (o número superior na leitura) numa média de cinco e seis pontos depois de três meses. Em contrapartida, a leitura da pressão arterial média em um grupo controle que não recebeu nenhum tratamento não foi alterada.
Apesar de relativamente modesta, a redução da pressão arterial relatada no estudo tem sido associada a um risco de 5% a 15% menor de morte por doença cardíaca ou derrame, de acordo com Michael Miller, diretor de cardiologia preventiva no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore, Estados Unidos.
“Há definitivamente um efeito fisiológico acontecendo, algum tipo de conexão entre a mente e o coração”, acredita Miller, que não esteve envolvido no estudo novo, mas tem realizado pesquisas semelhantes.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Osaka, no Japão, convocaram aleatoriamente 90 homens e mulheres entre as idades de 40 e 74 anos para receber uma hora de música ou sessões de riso a cada duas semanas, ou apenas monitoramento e nenhum tratamento.
Nas sessões de música, os participantes ouviram as canções, cantaram e fizeram alongamentos ao som de sua escolha, entre música pop japonesa, clássica ou jazz – eles também foram incentivados a ouvir música
Depois de três meses, a média da pressão sistólica nos grupos de música e risos caiu por 6 mmHg e de 5 mmHg respectivamente, enquanto que não houve alteração no grupo de controle. Além do mais, as medidas tomadas imediatamente antes e após cada sessão de terapia revelou quedas de curto prazo, de
“A queda de três meses está na faixa do que se poderia esperar de alguém que adota uma dieta com pouco sal, perde aproximadamente cinco quilos ou passa a tomar uma medicamento para a redução da pressão”, compara Miller.
Ele acrescenta, porém, que a música e o riso não são suficientes para tratar a pressão arterial elevada. “Esta é uma grande ferramenta natural para melhorar sua saúde, mas eu não recomendaria a substituição de medicamentos”, alerta Miller.”Embora o tratamento possa melhorar sua pressão a ponto de você poder reduzir a dose ou até mesmo não precisar mais fazer uso da medicação”.
Como exatamente a música e o riso podem beneficiar a pressão arterial permanece pouco clara. A investigadora principal do estudo, Eri Eguchi, diz que, ao promover o relaxamento, terapias podem diminuir os níveis de cortisol, um hormônio do estresse que contribuir para a pressão arterial elevada.
E em um estudo anterior, Miller e seus colegas demonstraram que tanto rir quanto ouvir música animada melhorou a função do revestimento interno dos vasos sanguíneos, expandindo-lhes em 30%. Ouvir músicas perturbadoras ou assistir a filmes estressantos como “O Resgato do Soldade Ryan” teve exatamente o efeito oposto. “O óxido nítrico liberado em resposta ao riso ou à música pode ser o ‘composto mágico’, que dilata os vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial, sugere Miller.
Vera Brandes, diretora do programa de pesquisa em música e medicina na Universidade Médica de Paracelsus, em Salzburgo, na Áustria, diz que a música e o riso podem afetar a pressão arterial através de caminhos diferentes. Acredita-se que a música influencia o sistema nervoso parassimpático, que relaxa o corpo e diminui a frequência cardíaca. Porém, de acordo com Brandes, são necessárias mais pesquisas para entender como o humor afeta a resposta emocional – e, por sua vez, físico – de uma pessoa ao estresse.
“Mesmo que os efeitos da música ou o riso sejam similares no organismo humano, os mecanismos de funcionamento são apenas parcialmente o mesmo”, afirma Brandes.
Eguchi apresentou as suas descobertas na conferência anual da Associação Americana do Coração sobre nutrição, atividade física e metabolismo. Ao contrário dos estudos publicados em revistas médicas, a pesquisa ainda não foi exaustivamente examinadas por outros peritos.
[CNNHeath]
Sem comentários:
Enviar um comentário