Duas grandes revistas científicas, a norte-americana Science e a britânica Nature, anunciaram que estão a avaliar a forma mais adequada de publicar um estudo sobre um vírus mortal mutante da gripe das aves produzido em laboratório sem comprometer a segurança pública, nem reduzir a pesquisa.
O estudo em questão é realizado no laboratório holandês chefiado pelo professor Ron Fouchier, do centro médico Erasmus de Roterdão, que anunciou em setembro a criação de um vírus mutante H5N1.
Este vírus teria, pela primeira vez, a capacidade potencial de ser de fácil contágio entre mamíferos e, por fim, entre humanos.
Segundo a revista Science, o Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB), integrado por especialistas independentes, pediu a 30 de novembro que a publicação «omitisse os pormenores sobre a metodologia científica e as mutações específicas do vírus no estudo do doutor Fouchier, antes de publicá-la».
A direção editorial da publicação informou, em comunicado, que «leva muito a sério» a solicitação do NSABB, a qual pede para «apenas publicar uma versão resumida do relatório de investigação sobre um cultivo do vírus H5N1 da gripe das aves».
«O NSABB insistiu na necessidade de impedir que os pormenores desta pesquisa caíssem em mãos erradas», acrescentou a revista, que embora compreenda a posição do organismo, destacou a sua «preocupação por censurar informação potencialmente importante para a saúde pública e para os cientistas que trabalham sobre a gripe».
A Nature compartilha esta preocupação, afirmou o respetivo porta-voz, confirmando em comunicado que a revista «avalia a possibilidade« de publicar o estudo.
«Um grande número de cientistas precisa de conhecer os pormenores desta pesquisa para poder proteger a população», argumentou a Science, assegurando que os seus «responsáveis editoriais estão a avaliar a melhor forma de agir».
A publicação do estudo «dependerá, em grande medida, do que decidirão as autoridades federais americanas (...) para garantir que toda a informação omitida no estudo publicado seja passada a todos os cientistas que o pedirem no âmbito dos seus esforços legítimos de melhorar a saúde e a segurança pública", informou a Science.
O NSABB indicou hoje, em comunicado, que o «governo americano trabalha para estabelecer um mecanismo que permita um acesso seguro à informação àqueles que precisem de consultá-la de forma legítima, com o objetivo de cumprir as suas importantes missões perante a saúde pública».
Segundo o doutor Jean-Claude Manuguerra, do Instituto Pasteur francês, a possibilidade de que terroristas possam reproduzir em laboratório o vírus mortal, com base no estudo do professor Fouchier, é mínima, devido à complexidade técnica que exige e ao pequeno número de laboratórios no mundo que contam com as instalações necessárias.
DIARIODIGITAL
Imagem: ... sobre um vírus mortal mutante da gripe das aves produzido em laboratório ...
exame.abril.com.br
O estudo em questão é realizado no laboratório holandês chefiado pelo professor Ron Fouchier, do centro médico Erasmus de Roterdão, que anunciou em setembro a criação de um vírus mutante H5N1.
Este vírus teria, pela primeira vez, a capacidade potencial de ser de fácil contágio entre mamíferos e, por fim, entre humanos.
Segundo a revista Science, o Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB), integrado por especialistas independentes, pediu a 30 de novembro que a publicação «omitisse os pormenores sobre a metodologia científica e as mutações específicas do vírus no estudo do doutor Fouchier, antes de publicá-la».
A direção editorial da publicação informou, em comunicado, que «leva muito a sério» a solicitação do NSABB, a qual pede para «apenas publicar uma versão resumida do relatório de investigação sobre um cultivo do vírus H5N1 da gripe das aves».
«O NSABB insistiu na necessidade de impedir que os pormenores desta pesquisa caíssem em mãos erradas», acrescentou a revista, que embora compreenda a posição do organismo, destacou a sua «preocupação por censurar informação potencialmente importante para a saúde pública e para os cientistas que trabalham sobre a gripe».
A Nature compartilha esta preocupação, afirmou o respetivo porta-voz, confirmando em comunicado que a revista «avalia a possibilidade« de publicar o estudo.
«Um grande número de cientistas precisa de conhecer os pormenores desta pesquisa para poder proteger a população», argumentou a Science, assegurando que os seus «responsáveis editoriais estão a avaliar a melhor forma de agir».
A publicação do estudo «dependerá, em grande medida, do que decidirão as autoridades federais americanas (...) para garantir que toda a informação omitida no estudo publicado seja passada a todos os cientistas que o pedirem no âmbito dos seus esforços legítimos de melhorar a saúde e a segurança pública", informou a Science.
O NSABB indicou hoje, em comunicado, que o «governo americano trabalha para estabelecer um mecanismo que permita um acesso seguro à informação àqueles que precisem de consultá-la de forma legítima, com o objetivo de cumprir as suas importantes missões perante a saúde pública».
Segundo o doutor Jean-Claude Manuguerra, do Instituto Pasteur francês, a possibilidade de que terroristas possam reproduzir em laboratório o vírus mortal, com base no estudo do professor Fouchier, é mínima, devido à complexidade técnica que exige e ao pequeno número de laboratórios no mundo que contam com as instalações necessárias.
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