terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cérebro


Por seus mistérios, o cérebro é considerado a última fronteira do conhecimento sobre o corpo humano. Relativamente pequeno – pesa entre 1 e 1,5 quilo, o órgão é extremamente complexo. Contém 100 bilhões de neurônios, cada um deles ligado a milhares de outros. Esse enorme número de interconexões, chamadas de sinapses, permite o intenso fluxo de comunicações que, em última análise, nos torna humanos. O cérebro, que num recém-nascido pesa apenas 280 gramas, atinge seu peso máximo aos 20 anos. Daí em diante, o peso cai à medida que os anos passam, até ficar 10% menor aos 90 anos. Os sinais mais evidentes do processo de envelhecimento do cérebro são a redução da capacidade de absorver novos conhecimentos, da velocidade dos reflexos e da coordenação motora. Por décadas, os médicos acreditaram que isso se devia à perda de neurônios. Pesquisas recentes apontam em outra direção: a queda no número de sinapses.

Por sorte, ao identificarem o problema, os cientistas também apontaram a solução. Em qualquer idade, a criação de novas sinapses é uma decorrência do esforço que se exige dos neurônios. Trata-se de um processo similar ao do fortalecimento dos músculos em resposta à intensificação de atividades físicas. A leitura de livros, os exercícios de raciocínio e de memória – que podem ser palavras cruzadas e quebra-cabeças –, o convívio social e o hábito de um bom bate-papo induzem à criação de novas conexões entre os neurônios. De acordo com o médico Michael Roizen, que se baseou em um estudo de Harvard, essas poucas medidas preventivas, somadas a uma dieta saudável e exercícios físicos, podem rejuvenescer a cognição em até cinqüenta anos e a coordenação motora e os reflexos em até trinta anos.

Em sentido oposto, estudos mostram que maus hábitos cotidianos são inimigos do cérebro. O stress em excesso, por exemplo, aumenta a produção de cortisol, um hormônio tóxico para os neurônios. Não há, por enquanto, medicamento de eficiência comprovada que atue diretamente na preservação da juventude do cérebro. Mas remédios como as estatinas e a aspirina são formidáveis aliados no combate a distúrbios da saúde que prejudicam as funções cerebrais, como o colesterol alto.


• As duas doenças mais comuns associadas ao envelhecimento do cérebro – a doença de Alzheimer e a de Parkinson – atingem 1,5 milhão de brasileiros.

• O cérebro de um adulto consome 20% da energia que abastece o corpo.

• O grego Hipócrates, o pai da medicina, foi o primeiro a afirmar que o pensamento ocorria no cérebro, há 2 400 anos. O conceito só ganhou aceitação universal no século XVII, com as pesquisas do anatomista inglês Thomas Willis.

• Os exames por imagem revolucionaram a neurologia a partir dos anos 90, chamados de a década do cérebro. Com o uso da ressonância magnética funcional é possível analisar o cérebro em atividade e observar como o órgão reage a diferentes estímulos e substâncias.

http://veja.abril.com.br/240506/p_111.html

Imqgem: http://ecraazul.files.wordpress.com/2006/11/bug_cerebro1.JPG

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