A gripe suína, que atinge principalmente grávidas e crianças pequenas, infectou cerca de 182 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com números oficiais, mas os especialistas em saúde e cientistas afirmam que o número real deve estar em milhões.
Médicos criticam falta de vacina contra H1N1 no continente africano
Flávio Dilascio, JB ONLINE
RIO DE JANEIRO - A África do Sul não tem outra escolha a não ser desenvolver a sua própria vacina para a gripe H1N1, disse o ministro da Saúde Aaron Motsoaledi nesta quarta-feira, mencionando a preocupação de que o tratamento poderá não estar disponível para os países mais pobres. A declaração do ministro deflagrou, não só uma de falta de democratização de investimentos, como uma profunda banalização dos interesses econômicos.
A má distribuição da vacina contra o H1N1 é apenas mais uma entre tantas outras distorções éticas a que é submetido o continente mais pobre do planeta, como atestam diversos especialistas brasileiros, os quais citam outras epidemias presentes na África, como a Aids e a febre amarela.
- Sem dúvida esse é um dos grandes problemas, a falta de igualdade. Um exemplo clássico disso é o tratamento da AIDS, que estes países menos desenvolvidos não disponibilizam de uma forma eficaz. Sem dúvida isto se dá por questões econômicas. Quem pode arcar com as despesas do produto é atendido primeiro e não há uma racionalidade na distribuição – comenta o infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Artur Timerman.
Para o infectologista Alex Botsaris, é dever da OMS trabalhar uma melhor distribuição de medicamentos contra a pandemia no mundo, algo que só pode ser resolvido através de pressões políticas por parte dos países prejudicados.
- A distribuição de medicamentos no mundo acompanha o fluxo de dinheiro. Acho que isso passa por uma questão política. Os países atingidos pela falta de medicamentos precisam pressionar a OMS, que é quem pode resolver essa questão – analisa.
Botsaris vai além, lembrando que a África está atrasada no tratamentos de todas as epidemais existentes no mundo.
- A África é muito desorganizada politicamente, o que dificulta qualquer tipo de ação. Eles não conseguem controlar doenças que foram facilmente combatidas em outras partes do mundo, como a tuberculose e a febre amarela. Lá todos os sistemas de saúde são precários, situação agravada por rivalidades éticas e tribais.
Sobre o Brasil, o médico acredita que o país está numa faixa intermediária no quesito investimento em saúde, muito a frente do continente africano, mas bem atrás dos países de primeiro mundo.
- A distância do Brasil para a África é a mesma que temos em relação à Europa, isto é, estamos em uma faixa intermediária entre os dois extremos – opina.
A colocação razoável, no entanto, esbarra nas más avaliações do Ministério da Saúde brasileiro que, segundo o infectologista Artur Artur Timerman, divulga informações equivocadas à respeito dos grupos de risco da gripe suína.
- Discordo do Ministério da Saúde, quando ele classifica crianças e idosos como grupos de risco da gripe suína. Para mim, os mais ameaçados são os jovens. A assinatura de uma pandemia se dá pelo acometimento de pessoas de 25 a 50 anos, a gripe que mais acomete crianças e idosos é a comum – declara o médico do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, que se justifica.
- As respostas imunológicas dos jovens ao H1N1 são mais evasivas, o que gera mais descompensações ao organismo – resume.
Sobre a produção de vacinas na África
A África do Sul tem uma indústria crescente de produção de vacinas, mas segundo especialistas é improvável que o país seja capaz de produzir uma vacina para a gripe suína em breve.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a gripe suína como pandemia em junho. A doença matou cerca de 1.800 pessoas após se disseminar para quase 180 países, 25 deles na África.
Os últimos números do Instituto Nacional para Doenças Contagiosas, da África do Sul, mostram que 15 pessoas morreram em decorrência do vírus, com mais de 5 mil casos foram notificados.
A gripe suína, que atinge principalmente grávidas e crianças pequenas, infectou cerca de 182 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com números oficiais, mas os especialistas em saúde e cientistas afirmam que o número real deve estar em milhões.
Normalmente a doença pode ser tratada com o oseltamivir, mas as vacinas são recomendadas como um método de prevenção em massa.
Entre as fabricantes de vacinas estão a unidade MedImmune da AstraZeneca''s, a GlaxoSmithKline Plc, a Novartis AG e a Sanofi-Aventis SA.
O Tamiflu, da Roche AG e da Gilead Sciences Inc''s, e o Relenza, da Glaxo, são usados no tratamento de influenza e foram recomendadas às pessoas sob risco de sofrerem complicações ou morrer.
Médicos criticam falta de vacina contra H1N1 no continente africano
Flávio Dilascio, JB ONLINE
RIO DE JANEIRO - A África do Sul não tem outra escolha a não ser desenvolver a sua própria vacina para a gripe H1N1, disse o ministro da Saúde Aaron Motsoaledi nesta quarta-feira, mencionando a preocupação de que o tratamento poderá não estar disponível para os países mais pobres. A declaração do ministro deflagrou, não só uma de falta de democratização de investimentos, como uma profunda banalização dos interesses econômicos.
A má distribuição da vacina contra o H1N1 é apenas mais uma entre tantas outras distorções éticas a que é submetido o continente mais pobre do planeta, como atestam diversos especialistas brasileiros, os quais citam outras epidemias presentes na África, como a Aids e a febre amarela.
- Sem dúvida esse é um dos grandes problemas, a falta de igualdade. Um exemplo clássico disso é o tratamento da AIDS, que estes países menos desenvolvidos não disponibilizam de uma forma eficaz. Sem dúvida isto se dá por questões econômicas. Quem pode arcar com as despesas do produto é atendido primeiro e não há uma racionalidade na distribuição – comenta o infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Artur Timerman.
Para o infectologista Alex Botsaris, é dever da OMS trabalhar uma melhor distribuição de medicamentos contra a pandemia no mundo, algo que só pode ser resolvido através de pressões políticas por parte dos países prejudicados.
- A distribuição de medicamentos no mundo acompanha o fluxo de dinheiro. Acho que isso passa por uma questão política. Os países atingidos pela falta de medicamentos precisam pressionar a OMS, que é quem pode resolver essa questão – analisa.
Botsaris vai além, lembrando que a África está atrasada no tratamentos de todas as epidemais existentes no mundo.
- A África é muito desorganizada politicamente, o que dificulta qualquer tipo de ação. Eles não conseguem controlar doenças que foram facilmente combatidas em outras partes do mundo, como a tuberculose e a febre amarela. Lá todos os sistemas de saúde são precários, situação agravada por rivalidades éticas e tribais.
Sobre o Brasil, o médico acredita que o país está numa faixa intermediária no quesito investimento em saúde, muito a frente do continente africano, mas bem atrás dos países de primeiro mundo.
- A distância do Brasil para a África é a mesma que temos em relação à Europa, isto é, estamos em uma faixa intermediária entre os dois extremos – opina.
A colocação razoável, no entanto, esbarra nas más avaliações do Ministério da Saúde brasileiro que, segundo o infectologista Artur Artur Timerman, divulga informações equivocadas à respeito dos grupos de risco da gripe suína.
- Discordo do Ministério da Saúde, quando ele classifica crianças e idosos como grupos de risco da gripe suína. Para mim, os mais ameaçados são os jovens. A assinatura de uma pandemia se dá pelo acometimento de pessoas de 25 a 50 anos, a gripe que mais acomete crianças e idosos é a comum – declara o médico do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, que se justifica.
- As respostas imunológicas dos jovens ao H1N1 são mais evasivas, o que gera mais descompensações ao organismo – resume.
Sobre a produção de vacinas na África
A África do Sul tem uma indústria crescente de produção de vacinas, mas segundo especialistas é improvável que o país seja capaz de produzir uma vacina para a gripe suína em breve.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a gripe suína como pandemia em junho. A doença matou cerca de 1.800 pessoas após se disseminar para quase 180 países, 25 deles na África.
Os últimos números do Instituto Nacional para Doenças Contagiosas, da África do Sul, mostram que 15 pessoas morreram em decorrência do vírus, com mais de 5 mil casos foram notificados.
A gripe suína, que atinge principalmente grávidas e crianças pequenas, infectou cerca de 182 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com números oficiais, mas os especialistas em saúde e cientistas afirmam que o número real deve estar em milhões.
Normalmente a doença pode ser tratada com o oseltamivir, mas as vacinas são recomendadas como um método de prevenção em massa.
Entre as fabricantes de vacinas estão a unidade MedImmune da AstraZeneca''s, a GlaxoSmithKline Plc, a Novartis AG e a Sanofi-Aventis SA.
O Tamiflu, da Roche AG e da Gilead Sciences Inc''s, e o Relenza, da Glaxo, são usados no tratamento de influenza e foram recomendadas às pessoas sob risco de sofrerem complicações ou morrer.
Sem comentários:
Enviar um comentário