A ciência
acumulou anos de sabedoria à nossa disposição. Nosso cérebro é capaz de fazer
ligações impressionantes, e conhecê-las pode nos ajudar a tomar melhores
decisões na vida. Confira:
http://hypescience.com
31. Guarde
informações por mais tempo ao espaçar lembretes
A maioria de nós estuda apenas um dia
antes de fazer uma prova importante não por procrastinação, mas sim porque se
estudarmos uma semana antes, vamos esquecer tudo.
Há um processo mensurável pelo qual seu
cérebro esquece informações, chamado de “curva de esquecimento”. Se você deseja
guardar informações por mais tempo, precisa contornar essa curva, ou seja,
saber quanto tempo leva para esquecer as coisas. Dá trabalho, mas vale a pena. A
técnica é conhecida como “repetição espaçada”. Esse gif animado a resume:
Explicamos. Digamos que você está
tentando aprender inglês, e vai ter uma prova em quatro meses. A forma mais
rudimentar de praticar a repetição espaçada é colocar as palavras que você
precisa saber em cartões com a tradução em português, e os colocar aos poucos
em três caixas com as legendas: “todo dia”, “toda semana” e “uma vez por mês”.
Os rótulos lhe dizem quantas vezes você
vai olhar para os cartões de memória. “O quê?”, pensa você. “Todo dia?”. Fazer
o quê, esse é o preço do método, que como recompensa vai lhe dizer exatamente
por quanto tempo você consegue guardar informações, e vai te ajudar a chegar ao
exato mínimo tempo que você precisa para estudar.
A primeira vez que você estudar,
infelizmente, você vai ter que ver todos os cartões de memória. O que você
acertar, você coloca na pilha “toda semana”. O que errar, na pilha de todos os
dias. No dia seguinte, você tenta de novo, mas agora tem uma pilha menor. No
dia seguinte, será ainda menor. Uma semana mais tarde, você dá uma olhada
somente na pilha “toda semana”, e o que você acertar (ou seja, o que você é
capaz de lembrar por uma semana com sucesso) vai para a pilha do mês. O que
errar, volta para todos os dias.
Um mês depois, você dá uma olhada na pilha do mês para se certificar do que se lembra. As coisas que você esqueceu entram na rotação semanal novamente. Assim, você sabe a taxa exata a qual esse material cai fora de seu cérebro. A caixa mensal agora pode ser vista a cada dois meses, e assim por diante. Você também pode adaptar essas datas (dia, semana, mês) conforme o tempo que você tem: se for menos, faça em menos dias, se for mais, dê mais tempo entre as caixas. O método funciona – tem gente que consegue se lembrar de coisas por anos usando-o.
Um mês depois, você dá uma olhada na pilha do mês para se certificar do que se lembra. As coisas que você esqueceu entram na rotação semanal novamente. Assim, você sabe a taxa exata a qual esse material cai fora de seu cérebro. A caixa mensal agora pode ser vista a cada dois meses, e assim por diante. Você também pode adaptar essas datas (dia, semana, mês) conforme o tempo que você tem: se for menos, faça em menos dias, se for mais, dê mais tempo entre as caixas. O método funciona – tem gente que consegue se lembrar de coisas por anos usando-o.
Se fazer caixas lhe parece complicado
demais, existem aplicativos que ajudam com a técnica da repetição espaçada.
32. Música pode impulsionar o seu
sistema imunológico
Música pode ajudar na
recuperação de uma ampla gama de condições, incluindo doenças cardíacas,
doenças pulmonares e até mesmo resfriados. Enquanto o campo de estudo ainda é
jovem, já há um consenso de que a música ajuda as pessoas a superar doenças
debilitantes.
A música é especialmente boa em reduzir
o estresse, ao reduzir os níveis de cortisol no organismo, que é o hormônio que
o causa. Jazz, blues e rock leve são os melhores ritmos para isso.
Além de diminuir os níveis de estresse,
a música também eleva marcadores imunológicos em seu sistema, criando mais
anticorpos para combater doenças. Ironicamente, ouvir Amy Winehouse poderia
torná-lo imune a todas as potenciais doenças que você estaria exposto se
conhecesse a Amy Winehouse.
Este efeito é longo: com o tempo, o
corpo pode aprender a reconhecer certos tipos de música (especialmente coros ou
músicas clássicas) como um reforço imunológico, dando continuidade à melhoria
do sistema imunológico.
33. Seu tato influencia seu cérebro
Dos nossos cinco sentidos, aquele que
menos prestamos a atenção é o toque. No entanto, experiências recentes indicam
que podemos estar menosprezando o primeiro sentido que desenvolvemos. Tudo,
desde a sensação da cadeira que você está sentado ao que você está segurando
pode influenciar o seu comportamento e as decisões que você toma.
Ao longo de uma série de estudos,
cientistas descobriram que poderiam facilmente manipular os sentimentos e as
percepções das pessoas com base simplesmente naquilo que pediam para os
participantes segurarem. Homens segurando objetos mais pesados, por exemplo,
pensaram mais seriamente sobre as coisas, o que por sua vez os tornou mais
propensos a doar dinheiro para a caridade. Já os homens que seguraram objetos
mais leves foram menos propensos a doar para causas beneficentes.
Além disso, pessoas que manipularam
objetos ásperos eram mais propensas a ver situações sociais neutras de um
ângulo ruim.
Talvez a descoberta mais chocante desses
estudos seja que sua mão não tem que estar segurando nada para o toque te
atrapalhe. Em um experimento, as pessoas que se sentaram em cadeiras duras
foram mais propensas a manter uma linha dura em negociações e foram menos
receptivas à maneira de pensar da outra pessoa. Maluco, não?
34. Música muda seus hábitos de beber
Sabia que você pode fazer uma pessoa
comprar um vinho mais caro só tocando música clássica? Experimentos provam que
a música faz as pessoas sintam como se estivessem em um comercial ou em um
filme protagonizando ricos finos e esnobes, e daí pedem aquela garrafa cara
para acompanhar. Faz sentido, não?
Mas não para por aí. Em outro estudo,
desta vez cego, diferentes tipos de música tocando no fundo fizeram os
bebedores mudarem a forma como tinha descrito as bebidas que tomaram. Música
calma levou as pessoas a avaliá-las como “suaves”, e música animada resultou em
mais pessoas descrevendo as bebidas como “refrescantes”.
Em ainda outro estudo, pesquisadores
colocaram vinhos alemães e franceses em supermercados com pequenas bandeiras ao
lado de cada garrafa e tocaram música internacional de fundo. Quando música
alemã tocou, o percentual de vendas de vinhos alemãs aumentou, e vice-versa.
Pior: isso não aconteceu porque os consumidores fizeram uma associação, já que
questionários mostraram que os clientes não se lembravam que tipo de música
estava tocando no mercado.
Bares e casas noturnas tocam música
rápida para aumentar o lucro à base de álcool. Mas outros estabelecimentos,
principalmente restaurantes de luxo, preferem músicas lentas e relaxantes
porque elas também podem fazer você beber mais. O ritmo da música está ligado
ao nível de excitação de seu corpo, ou a “velocidade” com que o seu sistema
nervoso funciona. Música rápida aumenta a excitação, e os clientes fazem tudo
mais rapidamente, incluindo comer e beber. Por outro lado, a música mais lenta
significa que você come em um ritmo mais vagaroso. Talvez você fique mais tempo
no local conversando com sua companhia, e todo esse tempo significa que você
vai provavelmente comprar mais bebidas. Para um restaurante que cobra inúmeros
reais por uma garrafa de vinho, isso é ótimo.
35. Escreva coisas para se lembrar delas
(mesmo que você não as leia mais tarde)
Nesta época de smartphones, mensagens de
texto e redes sociais, quase ninguém mais se aproveite da arte de segurar um
lápis e rabiscar um papel – o que é ruim, porque o ato de escrever te ajuda a
lembrar das coisas.
Durante um experimento na Universidade
de Indiana (EUA), crianças pré-escolares que estavam aprendendo o alfabeto
foram separadas em dois grupos. O primeiro grupo só viu cartões com as letras,
enquanto o segundo teve a tarefa adicional de praticar a escrita dessas letras.
Quando as crianças foram colocadas em uma “nave espacial” (uma máquina de
ressonância magnética), os cérebros do grupo que escreveu tinham atividade
neural mais reforçada, e mais parecida com a de um adulto.
Em outras palavras, parece que forçar
outra parte do seu cérebro a entrar em ação ajuda na memorização. Um estudo de
2008 mostrou que isso funciona especialmente bem quando você está fazendo algo
que envolve a aprendizagem de algo estranho a você, como linguagem
computacional ou japonês. Então, alie essa informação àquela sobre a repetição
espaçada e escreva seus cartões de memória à mão.
36. Olhar para o logotipo da Apple te
deixa mais criativo
Não há nada de mágico sobre o logotipo
da Apple, mesmo os loucos fãs da empresa admitem. Mas, por cerca de 30 anos
consecutivos, a companhia tem comercializado seus produtos como ferramentas
excêntricas, inovadoras e criativas. E, por
pior que isso seja, publicidade funciona.
De acordo com um estudo publicado no
Journal of Consumer Research, as pessoas atribuem características humanas
específicas para vários logotipos corporativos – por exemplo, o “M” do
McDonald’s parece acolhedor e simpático. Isso é baseado em como nós vemos essas
empresas na nossa cultura (uma mistura de suas campanhas publicitárias com o
que sabemos ou conhecemos delas). Os pesquisadores descobriram que esses
logotipos podem colocar as pessoas em um certo estado de espírito. No caso da
Apple, os participantes tiveram um aumento de criatividade e engenhosidade
apenas ao serem expostos a maçã meia comida, talvez por conta da mensagem que
esse logotipo se propõe a passar.
A pesquisa foi realizada com 341
estudantes universitários divididos em dois grupos. Um grupo viu uma série de
logos da Apple subliminares e o outro viu o logotipo da IBM. Cada grupo foi
então encarregado de listar o maior número de usos incomuns para um tijolo que
eles conseguissem pensar. O grupo da Apple foi capaz de pensar em muito mais
usos para o tijolo.
37. Trabalhar no pior momento do dia com
as piores pessoas te faz melhor
Sabemos que hora do dia e com que tipo
de pessoas trabalhamos melhor. Mas, quando se trata de resolver problemas ou
pensar de maneira criativa, fazer tudo ao contrário é sua melhor aposta.
Em um estudo, pessoas matutinas tiveram
melhor desempenho na resolução de problemas quando foram trazidss para o
laboratório durante a noite, enquanto pessoas noturnas se saíram melhor em
sessões de manhã.
Além disso, as pessoas eram piores na
resolução de problemas quando estavam em grupos com pessoas com as quais se
sentiam mais à vontade. Ainda mais estranho, as equipes que sentiram que seu
trabalho em conjunto foi menos eficaz foram ironicamente as que tiveram melhor
desempenho.
Nós costumamos pensar que grandes
equipes trabalham extraordinariamente bem em conjunto, mas nem sempre é assim.
Quer melhor exemplo que os Beatles? Eles foram a banda de rock mais famosa de
todos os tempos, tinham uma capacidade quase sobrenatural de escrever músicas
que pegavam, mas não duraram uma década. Com centenas de milhões de dólares e
fama sem precedentes na balança, o grupo separou-se mais rápido do que se
tivessem se casado um com o outro. Se preferir exemplos menos artísticos, tenha
em mente que Michael Jordan deu um soco em Steve Kerr no ano em que eles
estabeleceram um recorde de mais vitórias em uma única temporada.
Estar com seus amigos em um ambiente
social confortável não te ajuda a se esforçar. Fazer seu trabalho bem
descansado é muito bom para se focar, mas não para pensar fora da caixinha,
para ter novas ideias, para chegar a uma solução realmente incrível. Sair da
zona de conforto é uma maneira mais garantida de se sair melhor em uma tarefa
difícil.
38. Você pode obter a satisfação de
comprar algo sem gastar dinheiro
Quantas vezes você comprou coisas por
impulso e nunca as usou? Isso é culpa da dopamina. É essa substância que seu
cérebro produz em resposta a sexo, drogas ou um bom X-burger. Mais importante
ainda, a dopamina também controla nosso sistema de recompensas e punições, e
pode nos motivar, entre outras coisas, a adquirir novo material.
Assim, não só as compras satisfazem a
necessidade de “novidades”, como a pesquisa mostra que o sentimento se
intensifica quando você visita uma nova loja ou sai da sua cidade – por
exemplo, os consumidores são mais propensos a comprar algo caro e estúpido
quando estão de férias.
Mas existe uma maneira
de burlar o sistema. É a antecipação da compra que lhe dá esse impulso de
dopamina, não a compra em si. No entanto, simplesmente olhar vitrines não é
suficiente. Sendo assim, conheça as políticas de retorno de suas lojas
preferidas, e tenha a satisfação de realizar uma compra que você pode devolver,
sem precisar ficar com um monte de lixo que você nunca vai nem tirar da
embalagem.
39. Gesticule para visualizar melhor
seus problemas
A ligação entre o pensamento abstrato e
movimentos de mão é intensa. Já falamos que gestos podem melhorar a sua
memória, associando-os com o que você está memorizando, e que podem te
influenciar mesmo sem querer (como no caso de pensar que você viu alguém com
barba só porque o policial fez um gesto no queixo). De acordo com um estudo
publicado na revista Psychological Science em 2011, pequenos gestos físicos com
ambas as mãos também podem aumentar seu pensamento criativo.
O simples ato
de usar as mãos para representar diferentes aspectos de um problema pode lhe
ajudar a separar e organizar suas ideias. O estudo analisou um grupo de
pessoas que viram uma série de objetos comuns e tinham que pensar em novos usos
para eles, tais como a utilização de uma moeda como uma chave de fenda
improvisada. Algumas pessoas foram instruídas a fazer gestos com as duas mãos
ao mesmo tempo em que falavam suas ideias, os outros foram informadas a usar
apenas uma mão.
O grupo que fez gestos com as duas mãos
deu respostas mais criativas, o que faz sentido, já que mais gestos podem ser
feitos com ambas as mãos. O que é surpreendente é que limitar a capacidade de
gesto das pessoas de fato limitou seu pensamento criativo também.
40. Controle sua raiva usando sua mão
menos dominante
Sabe aqueles truques que sua mãe lhe
ensinou para se acalmar, como contar até 10? Eles não funcionam no momento que
você está enfurecido e pensando ilogicamente. O que você precisa é reforçar sua
defesa contra a raiva antes que chegue a esse ponto.
A Universidade de New South Wales
(Austrália) descobriu como. Em um estudo, os pesquisadores encontroaram o truque
perfeito de controle de raiva: pessoas esquentadinhas foram convidadas a passar
duas semanas usando sua mão não dominante para qualquer coisa que não a
colocaria em risco, como abrir portas e segurar uma xicara de café. Depois de
duas semanas, os participantes estavam controlando seus acessos de raiva
melhor, mesmo quando outros participantes deliberadamente os insultavam para
obter uma reação.
Por que isso funciona? Bem, varreduras
do cérebro dessas pessoas mostram que explosões
de raiva são menos sobre a raiva em si e mais sobre pouco autocontrole. A
má notícia é que autocontrole é uma coisa finita, e você pode ficar sem ele. A
boa é que ele é um mecanismo físico de seu cérebro, e você pode fortalecê-lo.
Se você é destro, usar sua mão esquerda
para fazer tarefas diárias vai o obrigar a lidar com centenas de pequenos
momentos totalmente gerenciáveis de frustração. Isso pode ser o suficiente para
torná-lo um pouco mais imune a ela – e mais calmo quando se deparar com uma
situação realmente frustrante no futuro. [Cracked]
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