Redação Crescer
Início das aulas, a ida para nova escola ou nova turma e outras situações que causam tensão, como ver sangue ou ter uma dor aguda, podem levar algumas crianças a desmaiar. Nelas, o excesso de emoção altera substâncias no cérebro, provocando queda de pressão. Os médicos chamam de descarga vagal, porque as substâncias são liberadas pelo nervo vago, no cérebro. O desmaio dura segundos.
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"Um minuto, no máximo", diz a secretária Tereza Cristina Gomes Pascoal, mãe de Amanda, 5 anos, que tem o problema. Ela já desmaiou duas vezes, num intervalo de pouco mais de um ano. "Na primeira, precisou tirar sangue para um exame e desmaiou no meu colo quando a enfermeira picou seu bracinho. Na última, machucou o joelho, que sangrou. Amanda esticou os braços para frente e caiu para trás", conta Tereza Cristina. Ela levou a filha ao neurologista, que fez o diagnóstico. "Por enquanto, ele não recomendou medicação. É só para observar."
Causas
A descarga vagal costuma ter origem genética. "A maioria das crianças portadoras do problema tem histórico na família de alguém que desmaiava na infância", explica o neuropediatra Vinícius Scaramuzzi, do Hospital Samaritano, de São Paulo. A mãe de Amanda desmaiava por causa de cólicas na adolescência. "Tenho um irmão que também desmaia quando vê sangue ou fica estressado", conta Tereza Cristina. "Problemas cardíacos também podem levar às descargas vagais. Por isso, é importante ter um diagnóstico preciso e cuidadoso, além de controle médico", diz o médico Vinícius.
Tratamento
Depois da primeira crise, os pais devem levar o filho a um neuropediatra. Não há um tratamento único. Se os desmaios são freqüentes e ocorrem a intervalos de tempo curtos, é necessário o uso de medicamentos para evitar o risco de uma crise chegar ao limite, que pode ser a morte súbita. "Nas crianças, a descarga vagal não costuma ter episódios repetitivos. Ocorre uma vez a cada dois ou três anos. Não é preciso medicar. O importante é sempre avaliar o quadro emocional da criança e dar orientação familiar", completa o neuropediatra.
Na hora da crise
No momento do desmaio, não se deve chacoalhar a criança. No máximo, virar seu rosto de lado, para evitar que se sufoque caso tenha vomitado. "Os pais não precisam se desesperar, porque a criança volta sozinha ao normal. Devem apenas verificar se os lábios do filho estão rosados e, se ao voltar da crise, a fala está normal. Esses sinais indicam normalidade na respiração e no estado de consciência", afirma o neuropediatra Vinícius Scaramuzzi.
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