Febre
hemorrágica viral ultrapassou fronteiras na Guiné-Conacri e já se manifestou na
Libéria e na Serra Leoa.
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Depois
da Guiné-Conacri, da Libéria e da Serra Leoa é agora o Mali a anunciar casos
suspeitos de febre hemorrágica viral no país. Três pessoas infectadas foram
detectadas no âmbito do programa de vigilância das autoridades de saúde e
encontram-se em quarentena, até que seja conhecido o resultado dos testes de
despistagem ao vírus responsável pelo ébola.
Num
comunicado citado pela AFP, o Governo do Mali indica que, “nos três casos
suspeitos, foram recolhidas amostras biológicas". "As amostras foram
enviadas para análise ao laboratório de referência CDC de Atlanta, nos Estados Unidos.
Enquanto se aguardam os resultados, os doentes foram colocados numa unidade de
isolamento onde recebem cuidados médicos. A esta hora, o seu estado de saúde
parece ter melhorado”. O ministro da Saúde do Mali apelou, entretanto, à
população para se manter calma e não entrar em pânico.
Os
casos mais recentes de ébola na África Ocidental surgiram na Guiné-Conacri,
país vizinho da Libéria e da Serra Leoa, onde foram confirmadas também
infecções e mortes pela febre hemorrágica viral. A Guiné é o país mais
afectado. Pelo menos 86 pessoas morreram entre as 137 registadas em unidades de
saúde desde Janeiro. Dos casos mortais, 45 foram confirmados como contaminações
pelo ébola, os dois mais recentes em Conacri, a capital.
A
partir da Guiné surgiram casos na Libéria e na Serra Leoa. Análises à presença
do ébola deram dois resultados positivos na Libéria, mas negativos na Serra
Leoa. Dos 14 casos de febre hemorrágica liberianos, sete revelaram-se mortais.
Ainda
na Libéria, o Ministério da Saúde anunciou a descoberta de um caso suspeito num
caçador, numa zona florestal próxima de Tapeta, na região de Nimba (Este), mas
sem qualquer ligação à Guiné. Segundo o ministério, o homem “nunca teve
qualquer interacção com uma pessoa suspeita de ser portadora do vírus” responsável
pelo ébola e nunca foi ao país vizinho. A organização não-governamental
Médicos sem Fronteiras, que se encontra a trabalhar na Guiné-Conacri, fala numa
“epidemia sem precedentes”.
O
vírus identificado no país é “do tipo Zaire”, a mais mortal entre as cinco
estirpes que causam o ébola, e nunca antes tinha sido detectado na África
Ocidental. Começa por provocar nas vítimas sintomas semelhantes aos da gripe:
mal-estar geral, febre e dores de cabeça. A seguir surgem sintomas mais graves,
como vómitos, erupções cutâneas, diarreia hemorrágica. O vírus dissolve
literalmente os órgãos internos dos doentes, que perdem sangue até pelos olhos
e ouvidos e acabam, em geral, por morrer de choque ou paragem cardíaca.
O
ébola, que se transmite entre humanos através do contacto com o sangue das
hemorragias que causa nos doentes, mata até 90% dos infectados.
Imagem:
Na Guiné-Conacri são já 45 os casos de morte devido ao ébola SEYLLOU/AFP
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