BAMACO/CONACRI,
4 Abr (Reuters) - Uma multidão enfurecida atacou um centro de tratamento de
ebola na Guiné nesta sexta-feira, acusando seus funcionários de trazer a doença
mortal para a cidade, afirmou a instituição Médicos Sem Fronteiras, enquanto o
Mali já identificou seus primeiros casos suspeitos.
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Mais
de 90 pessoas já morreram na Guiné e na Libéria, no que o grupo de caridade
médica alertou que poderia se transformar em uma epidemia sem precedentes em
uma região pobre, com serviços de saúde precários.
É
a primeira vez que a doença, comum na África Central, apareceu no país, que
fica no oeste do continente africano. Pacientes infectados ficaram sem
diagnóstico por várias semanas até exames confirmarem o ebola.
As
notícias do surto alarmaram comunidades com pouco conhecimento da doença ou de
como ela é transmitida, e os casos suspeitos no Mali aumentaram os temores de
que a doença possa estar se espalhando na África Ocidental.
O
porta-voz do grupo MSF, Sam Taylor, disse a um repórter da Fundação Thomson
Reuters que a multidão em Macenta, cerca de 425 quilômetros a sudeste da
capital, Conacri, acusou funcionários de trazer a doença para a cidade.
"Nós
já retiramos todos os nossos funcionários e fechamos o centro de
tratamento", disse ele. "Temos o apoio total dos líderes locais e
estamos trabalhando com as autoridades para tentar resolver esse problema o
mais rápido possível, para que possamos começar a tratar as pessoas de
novo."
Ele
se recusou a dar mais detalhes sobre o incidente, inclusive se algum integrante
da equipe ficou ferido.
O
surto mais recente da doença teve origem na Guiné há dois meses. A vizinha
Serra Leoa, desde então, relatou casos suspeitos, enquanto o governo da Libéria
confirmou a presença do ebola em seu território. A Gâmbia colocou duas pessoas
em quarentena, embora o Ministério da Saúde tenha dito que os casos eram
negativos.
(Reportagem
de Adama Diarra, Saliou Samb e Misha Hussain, em Conacri, para a Fundação
Thomson Reuters)
Imagem:
info.abril.com.br
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