República do oeste africano luta contra tipo mais
perigoso do vírus, que tem taxa de mortalidade próxima a 90% entre infectados.
Enquanto casos da doença aparecem também em Serra Leoa e Libéria, Senegal fecha
fronteira.
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A
República da Guiné enfrenta um sério surto do vírus ebola, que até esta
terça-feira (01/04) havia deixado pelo menos 80 mortos e que, por sua
distribuição pelo país, foi qualificado como sem precedentes pela ONG Médicos
sem Fronteiras (MSF).
O
surto se iniciou no sudoeste da Guiné, e só seis semanas depois as autoridades
responsáveis identificaram a doença, permitindo que o vírus se espalhasse além
das fronteiras e em áreas mais populosas. Há mais de 120 possíveis infectados
no país e pelo menos cinco mortes foram confirmadas nas vizinhas Libéria e
Serra Leoa.
"Qualquer
surto de ebola é de grande preocupação, mas precisamos ser mais prudentes. Por
enquanto, o que vemos são casos esporádicos, não podemos falar de
epidemia", disse em entrevista coletiva Gregory Hartl, porta-voz da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo
a OMS, mais de 400 pessoas tiveram contato com o vírus na Guiné, em Serra Leoa
e na Libéria. A organização deixou claro que o caso é preocupante, mas lembrou
que o ritmo de propagação da doença não é extraordinário – houve casos no
passado em Uganda e na República Democrática do Congo muito mais sérios.
"Eu
e meu governo estamos muito preocupados", afirmou o presidente da Guiné,
Alpha Conde. Ele declarou situação de emergência no país e criticou o vizinho
Senegal por "causar pânico" ao fechar sua fronteira aos guineenses.
Representantes
dos Médicos Sem Fronteiras estiveram em praticamente todos os locais de surtos
do ano passado na Guiné, mas na ocasião a doença estava concentrada em áreas
remotas do país. “Esta distribuição geográfica é preocupante, pois complica
muito a tarefa das organizações que trabalham para controlar a epidemia”, disse
Mariano Lugli, coordenador do MSF na capital Conacri.
O
Ebola é um dos vírus mais contagiosos do mundo. Ele não pode ser prevenido com
vacina e tratado com medicação. Segundo a OMS, a cepa do Ebola presente na
Guiné é a do tipo Zaire, que tem um índice de mortalidade próximo a 90% entre
os infectados.
O
vírus é transmitido pelo sangue e outros fluidos corporais. Infectados sofrem
de diarreia, dores musculares e febre alta. Em casos extremos, hemorragia
interna e falência dos órgãos.
RCC/rtr/dpa/ap/afp
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