Tratar-se-ia, em definitivo de aproveitar os cada vez mais altos conhecimentos dos enfermeiros, da sua maior especialização e da sua experiência para gerar sinergias que, finalmente, lograrão uma melhor atenção aos pacientes. Tratar-se-ia, como também explica a deputada socialista e impulsionadora da proposta de lei antes mencionada, de "optimizar os recursos humanos do sistema sanitário".
Em alguns hospitais também se começou a trabalhar cada vez mais em equipa e, de facto, o habitual é que nos comités de direcção dos hospitais há um director gerente, um financeiro, um médico e um director de enfermaria. "É o lógico. Temos um grande potencial que se pode rentabilizar", adverte a porta-voz do sindicato dos enfermeiros Satse María José García. "O reforço que pode aportar a enfermagem repercutir-se-á positivamente na população, que é a grande beneficiária".
É urgente dar resposta a estes chamamentos porque algumas universidades espanholas aplicam o plano europeu de Bolonha que amplia os estudos de enfermagem de modo que estes já não serão um diplomando de três anos, senão uma carreira de grau em que se pode chegar a doutorar-se e a fazer investigação sem necessidade de optar por outra carreira como ocorre agora.
Quando o sistema se implantar em todo o território nacional, não para lá do próximo ano, então será quando a sociedade não poderá permitir-se contratar uma enfermeira altamente qualificada para dedicar-se a trabalhos burocráticos ou tarefas menores. Porque, ademais, estará mais especializada em áreas médicas como a ginecologia, a geriatria ou a de saúde mental.
O Ministério da Saúde, consciente da necessidade de readaptar-se, começou a analisar a situação. Em 4 de Março passado apresentou o resultado do informe Oferta e demanda de especialistas 2008-2025, que se pode consultar completamente através da página do ministério (www.msc.es). Dele saiu o alerta do ministro Bernat Soria de que a Espanha necessita urgentemente mais 3.200 médicos para atender a demanda sanitária e apontou a ideia de terminar com o numerus clausus nas faculdades de medicina. Sem dúvida, em comparação com outros países próximos, a Espanha tem uma média de médicos por cada mil habitantes (3,8) acima dos 3,0 da média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e acima da França e Alemanha, segundo as estadísticas que maneja a OCDE.
Onde há um verdadeiro e alarmante deficit é na enfermagem. Será o próximo estudo do Ministério da Saúde, mas já existem dados contundentes. O número de enfermeiros por cada 100.000 habitantes (veja-se o gráfico) onde estamos muito abaixo da média europeia; no lugar 22 de um total de 27. Em Espanha há um enfermeiro por cada médico, enquanto que na média europeia o nível é de dois enfermeiros por cada médico activo.
Médicos e enfermeiros asseguram que nesta nova configuração já não pode haver um preconceito de género. É verdade que 84% dos enfermeiros são mulheres e sofrem grande precariedade laboral, mas também que 45% dos médicos de hoje são também mulheres. Mas há receios profissionais frente às mudanças. Os conhecedores do sistema dizem que os médicos jovens são menos reticentes.
Pode ser que não custe muito dinheiro organizar melhor os equipamentos multidisciplinares em que médicos e enfermeiros contem com técnicos e outros profissionais especializados. O problema é que situar o plano da enfermagem ao nível europeu geraria um importante problema orçamentário; o escolho de sempre, como diz Luis Aguilera. Algumas mudanças, sem dúvida, gerarão poupanças consideráveis ao sistema de saúde. Libertariam os profissionais de determinadas tarefas, se especializariam, reduziriam as esperas dos pacientes e seriam, em definitivo, mais eficientes.
EL PAÍS
Em alguns hospitais também se começou a trabalhar cada vez mais em equipa e, de facto, o habitual é que nos comités de direcção dos hospitais há um director gerente, um financeiro, um médico e um director de enfermaria. "É o lógico. Temos um grande potencial que se pode rentabilizar", adverte a porta-voz do sindicato dos enfermeiros Satse María José García. "O reforço que pode aportar a enfermagem repercutir-se-á positivamente na população, que é a grande beneficiária".
É urgente dar resposta a estes chamamentos porque algumas universidades espanholas aplicam o plano europeu de Bolonha que amplia os estudos de enfermagem de modo que estes já não serão um diplomando de três anos, senão uma carreira de grau em que se pode chegar a doutorar-se e a fazer investigação sem necessidade de optar por outra carreira como ocorre agora.
Quando o sistema se implantar em todo o território nacional, não para lá do próximo ano, então será quando a sociedade não poderá permitir-se contratar uma enfermeira altamente qualificada para dedicar-se a trabalhos burocráticos ou tarefas menores. Porque, ademais, estará mais especializada em áreas médicas como a ginecologia, a geriatria ou a de saúde mental.
O Ministério da Saúde, consciente da necessidade de readaptar-se, começou a analisar a situação. Em 4 de Março passado apresentou o resultado do informe Oferta e demanda de especialistas 2008-2025, que se pode consultar completamente através da página do ministério (www.msc.es). Dele saiu o alerta do ministro Bernat Soria de que a Espanha necessita urgentemente mais 3.200 médicos para atender a demanda sanitária e apontou a ideia de terminar com o numerus clausus nas faculdades de medicina. Sem dúvida, em comparação com outros países próximos, a Espanha tem uma média de médicos por cada mil habitantes (3,8) acima dos 3,0 da média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e acima da França e Alemanha, segundo as estadísticas que maneja a OCDE.
Onde há um verdadeiro e alarmante deficit é na enfermagem. Será o próximo estudo do Ministério da Saúde, mas já existem dados contundentes. O número de enfermeiros por cada 100.000 habitantes (veja-se o gráfico) onde estamos muito abaixo da média europeia; no lugar 22 de um total de 27. Em Espanha há um enfermeiro por cada médico, enquanto que na média europeia o nível é de dois enfermeiros por cada médico activo.
Médicos e enfermeiros asseguram que nesta nova configuração já não pode haver um preconceito de género. É verdade que 84% dos enfermeiros são mulheres e sofrem grande precariedade laboral, mas também que 45% dos médicos de hoje são também mulheres. Mas há receios profissionais frente às mudanças. Os conhecedores do sistema dizem que os médicos jovens são menos reticentes.
Pode ser que não custe muito dinheiro organizar melhor os equipamentos multidisciplinares em que médicos e enfermeiros contem com técnicos e outros profissionais especializados. O problema é que situar o plano da enfermagem ao nível europeu geraria um importante problema orçamentário; o escolho de sempre, como diz Luis Aguilera. Algumas mudanças, sem dúvida, gerarão poupanças consideráveis ao sistema de saúde. Libertariam os profissionais de determinadas tarefas, se especializariam, reduziriam as esperas dos pacientes e seriam, em definitivo, mais eficientes.
EL PAÍS
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