"Há uns quatrocentos fármacos que não necessitam prescrição", explica. "São os antipiréticos, calmantes, antiácidos, laxantes, apósitos, antiinflamatórios... Os enfermeiros podem ocupar-se perfeitamente de recomendar também todos os acessórios sanitários, para a incontinência, por exemplo. Por último, também podem ocupar-se do seguimento de certos tratamentos, em especial das enfermidades crónicas, em que os pacientes devem tomar fármacos para a hipertensão, a diabetes ou contra a coagulação do sangue", debaixo da supervisão do médico, como dizem quase todos os consultados.
A fórmula não é inédita. Dos 800.000 enfermeiros que há no Reino Unido, uns 50.000 já fazem receitas de certos medicamentos ou acessórios sanitários desde 1992. É o que se chama a prescrição suplementar. "Em tudo isto, em Espanha estamos muito atrasados. Tudo está inventado. Copiemos, por Deus, copiemos!", urge Ramón Gálvez, director gerente do Complexo Hospitalar de Toledo, que continua: "Não nos enredemos num debate ideológico médico/enfermeira. As novas tecnologias obrigam-nos a redefinir as funções dos profissionais da saúde. A questão é desenhar qual é a atenção sanitária que queremos e necessitamos para o século XXI".
Os documentos franceses, britânicos e canadenses com que Gálvez trabalha falam da necessidade de adaptar-se às novas circunstâncias que, em ocasiões, aumentam a pressão e colapsam os sistemas sanitários: os pacientes querem participar mais nos seus processos, demandam mais informação, necessitam profissionais que, ademais, sabem algo de psicologia para comunicar-lhes os seus diagnósticos, querem ter melhor estado de saúde e, sobretudo, envelheceram muito.
Para eles, o sistema espanhol de saúde dispõe de 199.123 médicos e de 237.775 enfermeiros. Ademais de serem insuficientes, as suas funções apenas evoluíram. E isso apesar de que a formação dos enfermeiros é hoje muito superior à que receberam os seus predecessores, que, em muitos casos, prepararam-se só para desenvolver um oficio pouco qualificado.
A professora de Economia da Saúde de Las Palmas, Beatriz González López-Valcárcel, é a autora de algumas das análises sobre a profissão sanitária que está manejando agora o Ministério da Saúde. "Eu creio que na atenção primária avançámos muito e as enfermeiras já não fazem as funções de meras secretárias", explica Beatriz González. "Mas poderão fazer muito mais. O problema é que nos custa muito mudar as coisas". É uma pena porque muitos médicos de hospital consideram que a enfermagem é um elemento chave da atenção clínica. E é uma pena porque na atenção primária, como assinalam os especialistas em medicina familiar, o trabalho da enfermagem também o é.
"Estamos potenciando trabalhar em equipas e aproveitar ao máximo o valor da enfermagem, que ademais de poder indicar certos medicamentos tem a capacidade de gerar fidelidade sanitária com os enfermos", explica o presidente dos médicos de família Luis Aguilera.
EL PAÍS
A fórmula não é inédita. Dos 800.000 enfermeiros que há no Reino Unido, uns 50.000 já fazem receitas de certos medicamentos ou acessórios sanitários desde 1992. É o que se chama a prescrição suplementar. "Em tudo isto, em Espanha estamos muito atrasados. Tudo está inventado. Copiemos, por Deus, copiemos!", urge Ramón Gálvez, director gerente do Complexo Hospitalar de Toledo, que continua: "Não nos enredemos num debate ideológico médico/enfermeira. As novas tecnologias obrigam-nos a redefinir as funções dos profissionais da saúde. A questão é desenhar qual é a atenção sanitária que queremos e necessitamos para o século XXI".
Os documentos franceses, britânicos e canadenses com que Gálvez trabalha falam da necessidade de adaptar-se às novas circunstâncias que, em ocasiões, aumentam a pressão e colapsam os sistemas sanitários: os pacientes querem participar mais nos seus processos, demandam mais informação, necessitam profissionais que, ademais, sabem algo de psicologia para comunicar-lhes os seus diagnósticos, querem ter melhor estado de saúde e, sobretudo, envelheceram muito.
Para eles, o sistema espanhol de saúde dispõe de 199.123 médicos e de 237.775 enfermeiros. Ademais de serem insuficientes, as suas funções apenas evoluíram. E isso apesar de que a formação dos enfermeiros é hoje muito superior à que receberam os seus predecessores, que, em muitos casos, prepararam-se só para desenvolver um oficio pouco qualificado.
A professora de Economia da Saúde de Las Palmas, Beatriz González López-Valcárcel, é a autora de algumas das análises sobre a profissão sanitária que está manejando agora o Ministério da Saúde. "Eu creio que na atenção primária avançámos muito e as enfermeiras já não fazem as funções de meras secretárias", explica Beatriz González. "Mas poderão fazer muito mais. O problema é que nos custa muito mudar as coisas". É uma pena porque muitos médicos de hospital consideram que a enfermagem é um elemento chave da atenção clínica. E é uma pena porque na atenção primária, como assinalam os especialistas em medicina familiar, o trabalho da enfermagem também o é.
"Estamos potenciando trabalhar em equipas e aproveitar ao máximo o valor da enfermagem, que ademais de poder indicar certos medicamentos tem a capacidade de gerar fidelidade sanitária com os enfermos", explica o presidente dos médicos de família Luis Aguilera.
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