sábado, 7 de fevereiro de 2009

Vicks Vaporub pode ser perigoso para menores de dois anos


Estudo da revista "Chest"
13.01.2009 - 12h58 Jorge Marmelo
Um estudo publicado na edição de Janeiro da revista científica "Chest" (http://www.chestjournal.org/), editada pelo colégio norte-americano de pneumologistas, alerta para a possibilidade de a utilização do bálsamo Vicks Vaporub em menores de dois anos poder acarretar riscos, nomeadamente problemas respiratórios relacionados com o facto de os pulmões das crianças não estarem ainda suficientemente maduros até essa idade.

De acordo com o artigo, o conhecido descongestionador nasal, vendido sem receita médica, pode acentuar a produção de mucos que acabam por provocar um estreitamento das vias respiratórias, provocando mais problemas do que aqueles que pretende solucionar.

O alerta terá sido dado por uma criança de 18 meses atendida no departamento de Pediatria do Universidade de Wake Forest, nos EUA, a qual apresentava graves problemas respiratórios após a aplicação de Vicks. Para comprovar se o caso poderia estar relacionado com o bálsamo, a equipa coordenada por Bruce Rubin levou a cabo experiências com furões, os animais que têm as vias respireatórias mais parecidas com as do ser humano.

As conclusões do estudo, hoje divulgadas pelo jornal espanhol "El Mundo", revelam que as experiências feitas, tanto in vitro como in vivo, indicam que o descongestionante provoca inflamações nas vias respiratórias e estimula a produção de mucos e a sua acumulação na traqueia, que, pela sua parte, fica entorpecida e vê diminuída a sua capacidade de eliminar o muco.

O Vicks Vaporub é um produto que tem por base o mentol e foi desenvolvido em 1891, para dar resposta a uma epidemia de gripe, mas, apesar de ser comummente utilizado em situações de gripes e constipações, existem muito poucos dados clínicos que sustentem o seu uso. São, ainda assim, conhecidos alguns efeitos secundários da sua aplicação, como queratoconjuntivites, broncoespasmos o reacções alérgicas.

Os investigadores que realizaram o estudo aconselham, em alternativa, a utilização, em menores de dois anos, de inalações salinas, bebidas mornas, canja de galinha e o uso de uma pera de plástico para aspirar os mucos.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355946

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