PATRICIA TUBELLA – Londres – 22/03/2009
O tristemente conhecido bebé britânico de nove meses e gravemente enfermo faleceu ontem depois de os seus pais perderem a batalha legal para mantê-lo com vida graças à ventilação mecânica. Os médicos queriam pôr fim ao "insuportável" sofrimento do pequeno, que sofria transtornos do metabolismo, danos cerebrais e insuficiência respiratória, mas a família decidiu acudir aos tribunais para reclamar que mantivessem o tratamento.
Uma juíza decidiu que a vida do menino – conhecido pelas suas iniciais, O.T, para ocultar a identidade dos implicados no caso – não podia ser preservada "debaixo de qualquer circunstância". Os médicos estimavam que o bebé, sofrendo de uma rara desordem mitocondrial, não tinha possibilidade de recuperação nem de sobreviver aos 3 anos. A magistrada Parker reconheceu a devoção dos pais para com o pequeno, mas também considerou "irreal" a sua esperança de que algum dia chegaria a ir à escola. E ainda disse acreditar no direito a viver graças aos respiradores artificiais, qualificou este caso de "desesperado e angustioso". A apelação a esta sentença, apresentada pelo matrimónio como último recurso legal, foi recusada na sexta-feira pelo Tribunal Supremo.
Passados uns minutos das 10 da manhã de ontem, o serviço médico desligou a Baby OT da respiração assistida ante a consternação dos seus pais. "Morreu em paz, mas sentiremos muito a falta dele. Durante este curto período de tempo, nosso precioso filho foi o centro das nossas vidas", manifestava a mãe, convencida de que o menino dava mostras de prazer quando recebia seus cuidados.
"Existe a crença generalizada de que a medicina tem uma resposta para todo, mas desafortunadamente isso não é assim", declarou ontem o professor Sam Leinster, da Universidade de East Anglia, ante as reticências suscitadas pela decisão judicial.
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