Corações artificiais foram criados como uma solução temporária. Eles deveriam preencher “lacunas” para manter pacientes vivos até que eles recebessem um transplante de coração.
Porém, não é tão fácil assim conquistar um coração, certo? Os pacientes cardíacos hoje acabam vivendo com um coração artificial por mais de um ano. Consequentemente, quase 40% deles desenvolvem infecções perigosas ao redor da área onde fica o cabo de recarga do aparelho.
Uma vez que enfiar o dedo em uma tomada elétrica não funciona tão bem, muitos pacientes ainda precisam de um meio mais seguro de recarregar seu coração artificial. Para resolver este problema, um grupo de pesquisadores resolveu cortar o fio por completo.
A ideia é contar apenas com um sistema de estações de energia sem fio. O cientista da computação e engenheiro Joshua Smith e o cirurgião cardíaco Pramod Bonde projetaram um dispositivo de energia para o coração sem fio.
O conceito é uma variação do poder indutivo, no qual uma bobina de transmissão envia ondas eletromagnéticas a uma certa frequência, e uma bobina receptora absorve a energia e a usa para carregar uma bateria.
“A intuição da maioria das pessoas sobre o poder wireless é que, conforme o receptor fica mais longe, o sinal fica mais fraco”, afirma Smith. “Mas com esta técnica, há um regime onde a eficiência na verdade não muda com a distância”, explica.
O poder permanece constante ao longo de distâncias aproximadamente iguais ao diâmetro da bobina – o que significa que uma bobina de 30 centímetros pode gerar poder consistente ao longo de uma distância de 30 centímetros. Não parece muito, mas é suficiente para aliviar a pele de ser cutucada por um implante médico.
Usar o sistema wireless significa uma redução drástica no risco de infecção e uma melhora na qualidade de vida do paciente.
Os cientistas visam um pequeno receptor implantado sob a pele do paciente, que se ligaria a uma bateria que armazena energia suficiente para cerca de duas horas. Ou seja, o paciente pode ficar completamente livre por curtos períodos de tempo para tomar um banho ou dar um mergulho numa piscina (coisas que os usuários atuais de corações artificiais não podem fazer).
A longo prazo, os pesquisadores imaginam transmissores de energia adicionais, que poderão ser colocados debaixo da cama de um paciente, permitindo que eles durmam, trabalhem ou se exercitem sem restrições.
“O potencial de energia sem fio na área médica vai muito além de alimentar corações artificiais”, conta Bonde. “Ele pode ser aproveitado para simplificar os sistemas de sensor, para implantes médicos de energia e para reduzir a fiação elétrica no dia-a-dia de cuidados dos pacientes”.[MSN]
Sem comentários:
Enviar um comentário