quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vertigens. Causas


A vertigem não é uma doença, mas uma manifestação de um problema orgânico ou de um desajuste funcional dos elementos que participam na manutenção do equilíbrio corporal. Deve-se a uma falha na informação recebida pelo cérebro sobre a posição do corpo e os seus movimentos, uma informação proveniente de três fontes: a sensibilidade, que regista a posição das diferentes partes do corpo; a visão, que determina a relação do corpo relativamente ao espaço circundante; e o órgão do equilíbrio do aparelho vestibular, que pressente os movimentos da cabeça. Com a informação proveniente destas fontes, o cérebro pode avaliar o estado estático ou dinâmico do corpo e ordenar os ajustes necessários para manter o equilíbrio. Mas, se estas fontes de informação falham ou, ainda, se a informação for contraditória, a causa de perturbações funcionais ou orgânicas, o cérebro não pode elaborar convenientemente os dados que recebe e surge, então, a sensação de vertigem.

As causas das vertigens são muito diversas e, em muitos casos, não chega a ser possível determinar a origem do problema. Classicamente, distingue-se a vertigem devido a um problema no aparelho vestibular do ouvido interno (vertigem periférica) e como tendo a sua origem numa disfunção do sistema nervoso central (vertigem central). O motivo mais habitual da vertigem corresponde a uma alteração no ouvido interno: doença de Ménière, processos inflamatórios (labirintite) ou infecciosos, traumatismos, intoxicações, perturbações vasculares, tumores, entre outras. Mas a sua origem também pode radicar em lesões ou alterações circulatórias do tronco cerebral e do cerebelo, doenças gerais, problemas oculares e até problemas de natureza psicológica.

Manifestações

A manifestação que define a vertigem é uma peculiar impressão de deslocação do meio relativamente ao indivíduo ou do indivíduo em relação ao meio, como se tudo girasse em volta da pessoa afectada ou como se esta girasse em volta do seu próprio eixo, ao que se junta uma sensação de instabilidade ou desequilíbrio. E tudo isto sem que a vítima ou o que a rodeia se mova - é uma sensação subjectiva, que corresponde a uma informação falsa da realidade. Mas a sensação parece tão real e é tão intensa que implica uma perda do equilíbrio e obriga a pessoa a parar ou mesmo sentar-se para prevenir uma queda.

Há quem defina a vertigem como "náusea'', mas na verdadeira náusea, consequente por exemplo de uma diminuição da pressão arterial, a sensação de instabilidade corporal não se faz acompanhar da sensação de rotação que caracteriza a verdadeira vertigem. É verdade que a vertigem também costuma ser acompanhada por algumas manifestações típicas que também se podem apresentar em caso de náuseas, principalmente enjoo ou mesmo vómitos e suores frios. Pelo contrário, apenas a autêntica vertigem se faz acompanhar de um sintoma particular denominado nistagmo, que consiste num movimento oscilatório e rítmico dos olhos em determinada direcção, enquanto dura a crise. Por outro lado, quando a vertigem se deve a determinadas alterações do ouvido interno, pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas que reflectem a perturbação, como zumbidos no ouvido ou diminuição da audição.

Geralmente, a vertigem apresenta-se em forma de crise, que tem um início súbito e uma duração muito variável. Dependendo da causa, a crise pode ser única, repetir-se isolada e imprevisivelmente ou apresentar-se com uma certa frequência, umas vezes com intervalos irregulares e outras de um modo mais regular. No entanto, em determinadas ocasiões, a vertigem pode persistir durante dias e até ao longo de semanas. As possibilidades são tantas que se torna impossível determinar um padrão, uma vez que a forma de aparecimento do problema depende essencialmente do factor causal.

Falsas vertigens. Em determinadas situações, costuma ter origem uma sensação vertiginosa em pessoas muito sensíveis, sem que exista qualquer alteração no ouvido interno, nem nas estruturas encefálicas que controlam o equilíbrio. Convém recordar que a vertigem pode desencadear-se simplesmente ao girar com rapidez e repetidamente sobre si mesmo, principalmente no momento em que se pára - isto é perfeitamente normal. Existe também uma sensação típica de vertigem que, por vezes, pode ser sentida quando estamos num sítio alto, por exemplo num andaime ou numa escarpa: trata-se da chamada "vertigem das alturas" e acontece, principalmente, devido à falta de referência de um ponto visual próximo juntamente com a sensação de insegurança que implica a situação e uma espécie de atracção pelo vazio. Outro caso é o "enjoo do movimento", que surge ao viajar de carro, numa estrada com muitas curvas, ou de barco. Deve-se, principalmente, à informação recebida pelo cérebro, relativamente à posição do corpo, que se torna confusa devido aos vários movimentos oscilantes. Nestes casos, não existe nenhuma anomalia anatómica subjacente, mas apenas uma alteração momentânea que requer unicamente alívio sintomático.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

O médico responde [+]
No último ano, o meu pai sofreu várias crises de vertigens e, apesar de lhe terem sido feitos vários exames, os médicos não conseguiram descobrir a causa...

O diagnóstico da origem das vertigens, por vezes, é simples, principalmente quando as crises adoptam uma forma típica e são acompanhadas por sintomas característicos, como acontece com a doença de Ménière, uma das mais comuns de crises repetidas. No entanto, outras vezes, são necessários muitos exames de diagnóstico, alguns sofisticados e não isentos de incómodos para o paciente, até se conseguir chegar a uma conclusão. É mesmo possível que não se consiga determinar a origem concreta do problema, por mais estudos que se façam. Este facto tem duas leituras possíveis: por um lado, significa que como não se sabe cientificamente o que se passa, não é possível resolver a situação de uma forma definitiva, tendo como única alternativa recorrer a um tratamento sintomático; mas, por outro lado, significa que se descartaram todas as hipóteses mais perigosas como, por exemplo, a existência de um tumor. Nesta perspectiva, o facto de se ter submetido a vários exames sem ter encontrado uma justificação para o problema, apesar de frustrante, pode ser considerado positivo, pois quer dizer que não é uma consequência de uma alteração realmente grave - se o fosse, teria sido detectado através dos vários exames.

Vertigem postura! [+]

Esta perturbação caracteriza-se pelo aparecimento de crises de vertigens quando se adoptam determinadas posições da cabeça, específicas e constantes em cada caso particular. As crises são muito intensas, mas de curta duração, cerca de um ou dois minutos, e costumam ser acompanhadas por náuseas, vómitos e alterações do equilíbrio corporal. Não se conhece bem a origem do problema, mas sem dúvida que está relacionado com uma perturbação localizada no ouvido interno: ao que parece, deve-se à formação de partículas de carbonato de cálcio que flutuam no líquido contido no labirinto e, ao adoptar-se uma determinada posição da cabeça, depositam-se sobre as células sensoriais e provocam um estímulo anómalo. Não existe um tratamento eficaz para esta perturbação, embora felizmente costume resolver-se espontaneamente em poucos dias ou semanas. Até então, a única coisa a fazer é evitar as posições da cabeça que desencadeiam o acesso vertiginoso.

http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=545

1 comentário:

  1. tenho problema de desequilibrio e tem me tirado a qualidade de vida estou afastado do meu trabalho me deu ate depressao como poderia me tratar pois estou sem esperancas ja fui a todos medicos varios exames somente em dois deram alteracoes mais muito leves "disfucao vestibular periferica(hiperfuncao)bilateral e o outro polisonografia deu ronco e apneia leve !!! me ajudei sou de porto alegre rs se souberem de uma clinica favor me darem o endereco

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