terça-feira, 24 de abril de 2012

Luanda. A imagem de hospital organizado é desmontado mal acabe a visita. ALÉXIA GAMITO


Conta-me outra amiga (não tenho como provar, mas quem de direito deveria investigar), que do hospital Américo Boavida saem em média trinta pessoas mortas, mas que as estatísticas para o ministério da saúde vão outras estatísticas. Quem acredita nas estatísticas? Devem investigar, mas sem televisão e aviso prévio..., este método apenas permite tirar doentes dos corredores, colocar lençóis limpos, falsear a realidade e a imagem que é transmitida na TPA. A imagem de hospital organizado é desmontado mal acabe a visita, os lençóis são imediatamente recolhidos, os doentes voltam a realidade. ACABA O CIRCO. No quarto da minha amiga, todos os doentes usam lençóis próprios, que se mudam em função do apoio que o doente tem dos familiares, os que estão em situação de quase abandono, vêem-se privados destes cuidados.
Outro absurdo, compram o “papel higiénico” que é vendido pela empregada de limpeza e os doentes que já não conseguem andar, pagam (aqueles que podem) uma gasosa ao trabalhador para serem transportados para o banho. Quem está nestes hospitais? O professor primário, a enfermeira, o funcionário público…. Estes conhecem o drama de um hospital público. TODOS OS OUTROS VIAJAM PARA O EXTERIOR DO PAÍS, para não morrerem precocemente.
O drama para os familiares entrarem, este vivi em primeira pessoa. Para entrar no hospital, também é necessário pagar gasosa. Diziam-me que o horário tinha terminado, mas em meia voz me diziam que se eu tinha de pagar a gasosa. Este é o esquema. Claro que não paguei gasosa mas quase foi necessário ir pela via do “bilo”. Será que ninguém vê isso? UM HOSPITAL OU UM CENTRO DE NEGÓCIOS?
Que melhorias? Em que hospitais?
Bilo: luta, confusão, zaragata.

Sem comentários:

Enviar um comentário