14.06.2009
Teste mais eficiente pode melhorar a qualidade do sangue.
O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho conforme determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS), será lembrado no Brasil sem muitos motivos para comemorações. Pelo menos para um casal de Santa Catarina, que perdeu o filho vítima da Aids, e para Alda Maldonado Orsini, que contraiu hepatite C, ambos por transfusão de sangue contaminado. Para incentivar a população a doar sangue, material por vezes escasso nos hospitais públicos e privados, e mostrar como a transfusão pode ser feita de forma segura, a Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) fará campanha no dia 12, de 8h às 12h, na praia de Copacabana.
Casos como esses poderiam ser evitados se o teste de controle de qualidade do sangue realizado no país fosse do tipo NAT (Teste de Ácido Nucléico), que detecta o HIV apenas 10 dias depois da infecção e o HCV, vírus da hepatite C, em 20 dias. O teste usado hoje no Brasil é o ELISA (Ensaio de Imunoabsorção Ligado à Enzima), que detecta o HIV em 22 dias depois da infecção e o HCV depois de 70 dias.
Recentemente, o casal catarinense obteve, no Superior Tribunal de Justiça, o direito de ser indenizado pela morte do filho, vítima da Aids. A criança foi infectada em 1993, quando tinha 2 anos de idade, e morreu um ano e meio depois. A dona de casa Alda Maldonado Orsini, de 72 anos, por sua vez, contraiu o vírus da hepatite C em 1981, ao necessitar de sangue após uma cirurgia. Na ocasião, precisou fazer tratamento durante um ano e, ainda hoje, sua saúde exige cuidados especiais. “Na época não havia como detectar esses vírus no sangue, mas hoje já existem meios de se fazer isso”, observa a dona de casa.
Solução – Na prática, com um teste mais eficaz para o controle da qualidade do sangue doado, o risco de contaminação por transfusão poderia cair drasticamente no país. Para efeito de comparação, no Estado de São Paulo, a taxa de contaminação é de 15 pacientes para cada milhão de transfusões realizadas. Nos Estados Unidos, onde o NAT é empregado, o número cai para duas pessoas contaminadas em um milhão de transfusões.
A eficiência do NAT foi reconhecida pela Anvisa na Portaria 262, de 05/02/2002, que tornava obrigatória a realização do exame na Hemorrede Nacional e nos Serviços de Hemoterapia públicos, filantrópicos ou privados, dentro do prazo de seis meses. Alegando dificuldades técnicas e falta de recursos, o órgão publicou mais três portarias que acabaram por atrasar e dividir a implantação do NAT em etapas. Sete anos se passaram e o NAT ainda não é ofertado pelo serviço público. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Carlos Chagas (unidade da Fiocruz no Paraná), está desenvolvendo um kit nacional, já que os serviços privados de hemoterapia utilizam atualmente o teste importado, certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde.
Segundo Esther Lopes, chefe do setor de hemoterapia do HEMORIO – que já foi escolhido para iniciar os testes com o NAT brasileiro – explica que a diferença entre os dois testes é que o NAT investiga o material genético do vírus, enquanto o ELISA verifica a presença de anticorpos contra o vírus no organismo. A vantagem do NAT é que ele encurta a janela imunológica, ou seja, dá resultado reativo poucos dias após a contaminação. Para a especialista, “O NAT vai trazer mais segurança. Casos que não se pegaria com os exames tradicionais, o NAT certamente vai identificar”.
Dados da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) revelam que, das 4 milhões de bolsas de sangue coletadas no país, menos de 200 mil são testadas pelo NAT. Cristina Pessoa, membro da comissão científica da ABBS, aponta que o NAT é mais seguro porque é mais sensível na detecção do vírus e partículas virais. “Com isso, serão descartadas as bolsas que hoje passam na triagem como falsamente livre dos vírus pelo teste atualmente realizado”, alerta.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, 620 mil pessoas vivem hoje no Brasil com HIV/AIDS e cerca de três milhões com o vírus da hepatite C.
Portal Fator Brasil – 12.06.2009
http://criasnoticias.wordpress.com/2009/06/14/brasil-dia-mundial-do-doador-de-sangue/
Teste mais eficiente pode melhorar a qualidade do sangue.
O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho conforme determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS), será lembrado no Brasil sem muitos motivos para comemorações. Pelo menos para um casal de Santa Catarina, que perdeu o filho vítima da Aids, e para Alda Maldonado Orsini, que contraiu hepatite C, ambos por transfusão de sangue contaminado. Para incentivar a população a doar sangue, material por vezes escasso nos hospitais públicos e privados, e mostrar como a transfusão pode ser feita de forma segura, a Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) fará campanha no dia 12, de 8h às 12h, na praia de Copacabana.
Casos como esses poderiam ser evitados se o teste de controle de qualidade do sangue realizado no país fosse do tipo NAT (Teste de Ácido Nucléico), que detecta o HIV apenas 10 dias depois da infecção e o HCV, vírus da hepatite C, em 20 dias. O teste usado hoje no Brasil é o ELISA (Ensaio de Imunoabsorção Ligado à Enzima), que detecta o HIV em 22 dias depois da infecção e o HCV depois de 70 dias.
Recentemente, o casal catarinense obteve, no Superior Tribunal de Justiça, o direito de ser indenizado pela morte do filho, vítima da Aids. A criança foi infectada em 1993, quando tinha 2 anos de idade, e morreu um ano e meio depois. A dona de casa Alda Maldonado Orsini, de 72 anos, por sua vez, contraiu o vírus da hepatite C em 1981, ao necessitar de sangue após uma cirurgia. Na ocasião, precisou fazer tratamento durante um ano e, ainda hoje, sua saúde exige cuidados especiais. “Na época não havia como detectar esses vírus no sangue, mas hoje já existem meios de se fazer isso”, observa a dona de casa.
Solução – Na prática, com um teste mais eficaz para o controle da qualidade do sangue doado, o risco de contaminação por transfusão poderia cair drasticamente no país. Para efeito de comparação, no Estado de São Paulo, a taxa de contaminação é de 15 pacientes para cada milhão de transfusões realizadas. Nos Estados Unidos, onde o NAT é empregado, o número cai para duas pessoas contaminadas em um milhão de transfusões.
A eficiência do NAT foi reconhecida pela Anvisa na Portaria 262, de 05/02/2002, que tornava obrigatória a realização do exame na Hemorrede Nacional e nos Serviços de Hemoterapia públicos, filantrópicos ou privados, dentro do prazo de seis meses. Alegando dificuldades técnicas e falta de recursos, o órgão publicou mais três portarias que acabaram por atrasar e dividir a implantação do NAT em etapas. Sete anos se passaram e o NAT ainda não é ofertado pelo serviço público. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Carlos Chagas (unidade da Fiocruz no Paraná), está desenvolvendo um kit nacional, já que os serviços privados de hemoterapia utilizam atualmente o teste importado, certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde.
Segundo Esther Lopes, chefe do setor de hemoterapia do HEMORIO – que já foi escolhido para iniciar os testes com o NAT brasileiro – explica que a diferença entre os dois testes é que o NAT investiga o material genético do vírus, enquanto o ELISA verifica a presença de anticorpos contra o vírus no organismo. A vantagem do NAT é que ele encurta a janela imunológica, ou seja, dá resultado reativo poucos dias após a contaminação. Para a especialista, “O NAT vai trazer mais segurança. Casos que não se pegaria com os exames tradicionais, o NAT certamente vai identificar”.
Dados da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) revelam que, das 4 milhões de bolsas de sangue coletadas no país, menos de 200 mil são testadas pelo NAT. Cristina Pessoa, membro da comissão científica da ABBS, aponta que o NAT é mais seguro porque é mais sensível na detecção do vírus e partículas virais. “Com isso, serão descartadas as bolsas que hoje passam na triagem como falsamente livre dos vírus pelo teste atualmente realizado”, alerta.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, 620 mil pessoas vivem hoje no Brasil com HIV/AIDS e cerca de três milhões com o vírus da hepatite C.
Portal Fator Brasil – 12.06.2009
http://criasnoticias.wordpress.com/2009/06/14/brasil-dia-mundial-do-doador-de-sangue/
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