sábado, 20 de junho de 2009

Hospital Josina Machel em Luanda colabora mas erra


SEMANÁRIO ANGOLENSE

Finalmente, o hospital Josina Machel começa dar mostras de que quer de facto colaborar na resolução do caso da pequena Jussara de Jesus, a menina que padece de um tumor na língua e que desde o seu nascimento, há 6 meses, tem sido vítima de descaso e experimentações médicas. Tendo concluído que o melhor é mesmo que Jussara seja tratada no exterior do país, já que por cá ninguém consegue dar sumiço ao tumor que a pequena padece desde o nascimento, a direcção do hospital fez chegar junto dos pais o relatório medico para evacuação da menina para o exterior onde se espera por uma solução definitiva do seu delicado caso.

Segundo familiares da menina, o relatório médico já estava na posse dos pais, mas foi devolvido à procedência para rectificação do nome da paciente que estava escrito de forma incorrecta. Neste momento, tudo se tem feito no sentido de regularizar toda a documentação necessária para a saída da menina. Ainda não nos foi informado em que país Jussara de Jesus será tratada, mas os familiares asseguram que a empresa que se disponibilizou a custear a deslocação e tratamento continua firme na sua decisão de ajudar no que for preciso. Quanto ao seu estado clínico, o SEMANÁRIO ANGOLENSE soube que não houve qualquer evolução significativa.

De acordo com parentes da pequena, ela continua apenas a receber as habituais «picas» paliativas, que lhes são ministradas semanalmente. Jussara de Jesus encontra-se no hospital Josina Machel desde o dia 19 de Maio. Antes, esteve no hospital pediátrico onde os pais da menina a levaram logo após terem descoberto que algo de anormal se passava com ela. Sem conseguir determinar um diagnóstico, a direcção deste hospital remeteu o caso ao centro nacional de oncologia, onde se veio a saber que a menina padecia de um tumor benigno, mas o mesmo centro recusou-se a fazer o tratamento alegando não ser sua especialidade, tendo mandado a menina de volta ao hospital pediátrico.

No regresso ao hospital pediátrico, a pequena Jussara não teve atendimento médico, sob a alegação de que o especialista que devia tratar dela, um médico de Otorrinolaringologia, não estava disponível, o que levou a direcção daquele hospital a remeter o caso ao Josina Machel, onde foi recebida por um médico de maxilo-facial, e não da especialidade recomendada. Até hoje o tratamento resume-se na ministração de injecções na língua da menina, provavelmente para amainar apenas as dores.

Imagem: http://www.angola24horas.com/

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