Governo da cidade Maputo comparticipa com cerca de 140 mil meticais nos custos da cerimónia
Tudo está a postos para que amanhã seja realizada uma missa aos espíritos na Escola Secundária “Quisse Mavota”, no bairro do Zimpeto, na cidade de Maputo. São convidados para esta missa professores, estudantes, encarregados de educação, autoridades do Governo, da Saúde, da Educação.
O Ministério da Saúde esclareceu que os desmaios são motivados por causas emocionais, por isso não havia necessidade de cerimónias de evocação dos espíritos dos mortos.
A equipa do MISAU verificou que o quadro clínico das estudantes era positivo.
Interesses obscurantistas logo aproveitaram para atribui os desmaios a “forças externas ou mau espírito”.
Na altura também deram a conhecer que as estudantes, após o desmaio, não perdiam os sentidos, completamente. Ou seja, não ficavam inconscientes. Elas falavam, apesar de terem certa dificuldade de respiração, mexiam-se e gritavam.
Na onda dos desmaios nos princípios deste mês, Maio, já desmaiaram mais de 80 estudantes, sendo todas do sexo feminino, na Escola Secundária “Quisse Mavota” e também numa escola anexa ao edifício.
Contactado pela nossa reportagem, o director da Escola Secundária “Quisse Mavota”, Artur Dombo, disse que está tudo a postos para a realização da missa aos espíritos, neste sábado de manhã.
Questionado se a cerimónia envolve custos financeiros, Artur Dombo disse que não tinha informação.
Por outro lado, o porta-voz do Ministério da Educação Manuel Rêgo mostrou desconhecimento sobre essa missa: “Não tenho conhecimento sobre este acto. Apenas sei que existem equipas da Saúde, Educação, Ambiente e da comunidade local a ocuparem-se deste processo”.
Instado a pronunciar-se se a sua instituição havia fornecido valores financeiros para a realização da cerimónia, Rego disse: “É provável que tenha sido o Governo da cidade, uma vez que está a liderar a questão. Ao nível do MINED não tenho informação sobre dinheiros fornecidos para tal cerimónia”.
Fontes próximas ao Canalmoz disseram que o Governo da cidade forneceu uma verba 140 mil meticais para aquisição de gado e demais despesas para a missa.
Segundo as mesmas fontes, o valor fornecido será para pagar as despesas tradicionais e outra parte para dar à família Mavota, uma vez que, aquando da construção da referida escola, em 2005, a cerimónia foi feita em nome de Magaia.
“A família Mavota, proprietária do espaço onde está erguida a Escola Secundária “Quisse Mavota”, estava inconformada com a construção da mesma, uma vez que, na altura das cerimónias, se privilegiou a família Magaia. Pensamos que, com a cerimónia de sábado, os desmaios ficarão sanados, tendo em conta que se vai seguir os mandamentos da família Mavota”, concluíram as mesmas fontes.
Entretanto, o assessor de imprensa da governadora da cidade, Álvaro Bembele, quando solicitado a facultar o contacto de celular da sua chefe, para ser colocada uma questão relacionada com os valores fornecidos, recusou, alegando que o mesmo era de carácter pessoal. Bembele disse que Lucília Hama não pode responder a esse tipo de assunto ao telefone, por isso se deveria marcar uma entrevista para o efeito. (Conceição Vitorino)
Fonte: CanalMoz - 2010-05-28
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