Segundo um novo estudo, as mulheres não são um sexo tão frágil assim. Além de vivermos mais, podemos suportar mais ameaças com menos estresse.
A pesquisa examinou como os homens e mulheres vêem o assédio – como um incômodo? assustador? – e como essas percepções se relacionam com seu bem-estar psicológico.
Mais de 6.000 homens e mulheres que servem em todos os cinco ramos das Forças Armadas dos EUA participaram do estudo, opinando sobre 16 tipos de assédios verbais e físicos, incluindo histórias ou piadas ofensivas e toques que os deixaram desconfortáveis.
O assédio sexual foi um problema para ambos os sexos. Mais de 50% das mulheres e quase 20% dos homens relataram pelo menos um incidente de assédio sexual durante o período de um ano.
Para as mulheres, o assédio sexual é preocupante quando elas o viam como assustador, mas não quando elas o viam como um incômodo. O resultado foi surpreendente aos pesquisadores, que achavam que as mulheres seriam afetadas negativamente pelas duas formas de assédio.
Que foi o que ocorreu com os homens: para eles, o assédio sexual é angustiante quando eles o viam tanto como assustador quanto como incômodo.
Será que as mulheres estão “acostumadas” com esse assédio, e por isso são menos afetadas? Não exatamente. As descobertas não sugerem que o assédio sexual é menos desgastante para a mulher do que para o homem, mas sim que os sexos podem responder de forma diferente ao assédio.
Segundo os pesquisadores, as pessoas tendem a subestimar o impacto do assédio sexual nos homens. Normalmente, eles não têm uma vida inteira de experiências para lidar com o assédio sexual, e podem não saber como lidar com isso quando acontece a eles.
O assédio sexual é um exemplo sólido de preconceito de gênero. Os homens geralmente são menos expostos ao assédio sexual, por isso é como se não existisse entre eles e, consequentemente, eles não devem ficar chateados se acontecer isso com eles.
Os pesquisadores acreditam que talvez as mulheres aprendam a ignorar o assédio sexual por uma miríade de razões, mas isso não diminui o problema, claro.
A conclusão do estudo é de que temas como assédio sexual e estupro devem perder seu paradigma de “problema feminino” e serem reconhecidos como uma questão humana que afeta a todos; dessa forma, as situações poderão ser resolvidas mais cedo e com mais eficiência. [Jezebel]
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