O gabinete do primeiro-ministro garante que "o Governo português não estabeleceu com o Governo do Paquistão qualquer acordo para a vinda de enfermeiros paquistaneses" para Portugal.
Numa carta enviada à bastonária da Ordem dos Enfermeiros, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates, esclarece também que não foi constituído "qualquer grupo de trabalho para esse efeito ou, sequer, para estudar o assunto".
"As notícias veiculadas em Portugal acerca deste assunto tiveram origem na imprensa paquistanesa e não resultam de qualquer nota ou informação veiculadas pelo gabinete do primeiro-ministro", acrescenta a carta dirigida a Maria Augusta de Sousa.
A Associated Press of Pakistan informou na terça-feira passada que o Paquistão e Portugal tinham constituído um grupo de trabalho conjunto para estudar a possibilidade de enviar enfermeiras qualificadas para Portugal.
A decisão teria sido tomada numa reunião entre o Presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e José Sócrates, à margem da Cimeira Mundial de Energia, que decorreu na capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi.
Na sequência dessa notícia, a Ordem dos Enfermeiros (OE) condenou o "hipotético recrutamento" de enfermeiros paquistaneses para Portugal e solicitou um "esclarecimento urgente" ao primeiro-ministro sobre esta situação.
Em comunicado, a Ordem dos Enfermeiros manifestou “total repúdio sobre a possibilidade de se contratarem enfermeiros paquistaneses para virem trabalhar em Portugal”, considerando ser uma “situação inadmissível”.
Lembrou que, atualmente, “existem em Portugal enfermeiros que se encontram no desemprego devido à não abertura de vagas para serviços de saúde que o Governo sabe – por estudos que o Ministério da Saúde já realizou – estão cronicamente deficitários de cuidados de enfermagem”.
Diário Digital / Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário