Uma pesquisa recente foi a primeira a constatar que os seres humanos podem se comunicar quimicamente com lágrimas. O estudo descobriu que os homens que sentem o “cheiro” das lágrimas de uma mulher têm uma diminuição na excitação sexual e na testosterona.
O efeito ocorre mesmo quando o homem não vê a mulher chorar e não sabe que estava cheirando lágrimas.
É óbvio que os seres humanos se comunicam verbalmente e visualmente, mas existe uma terceira forma de comunicação: sinais químicos, que também carregam informação. Eles podem ser totalmente inodoros, mas afetam seu comportamento e fisiologia. Por exemplo, os participantes do estudo não foram capazes de dizer a diferença entre lágrimas e solução salina.
Os cientistas descobriram que as lágrimas emocionadas contêm mais proteína do que as lágrimas normais que protegem os olhos. Até agora, porém, sinais químicos em lágrimas haviam sido encontrados apenas em animais.
Para estudar o fenômeno em humanos, os pesquisadores escolheram pessoas que choravam fácil – mulheres que podem produzir pelo menos um mililitro de lágrimas enquanto assistem a um filme triste.
Em seguida, pediram que 24 homens cheirassem as lágrimas das mulheres e uma solução salina. Não só as lágrimas, mas a solução também “rolou” pelo rosto da mulher, como uma forma de controle de odores em sua pele ou suor.
Nenhum dos homens pode dizer a diferença entre as duas amostras, e até mesmo o condutor do teste não sabia o que era cada uma delas. Os homens então viram fotos dos rostos de mulheres, e as classificaram para tristeza e atração sexual.
Os pesquisadores ficaram surpresos quando constataram que as lágrimas absolutamente não tiveram influência sobre a tristeza ou empatia. No entanto, a excitação sexual caiu depois que eles cheiraram as lágrimas.
Os pesquisadores tentaram novamente a experiência, desta vez tornando 50 voluntários do sexo masculino propensos a tristeza, mostrando-lhes um vídeo deprimente. Mais uma vez, cheirar lágrimas não deixou os homens mais tristes. Mas reduziu sua excitação sexual e os seus níveis de testosterona.
No final do experimento, os pesquisadores repetiram a experiência com 16 homens que estavam dentro de uma máquina de ressonância magnética funcional, coletando padrões de fluxo sanguíneo de seus cérebros.
Com certeza, as lágrimas reduziram a atividade em áreas como o hipotálamo e o giro fusiforme esquerdo, reconhecidamente envolvidas na excitação sexual.
Os pesquisadores afirmam que as lágrimas contêm proteínas que também são encontradas na axila. Eles ligam a axila a produtos químicos envolvidos com a comunicação química, por isso acreditam que estas proteínas encontradas nas lágrimas podem estar fazendo a mesma coisa.
No entanto, até que os pesquisadores descubram um produto químico específico que causa essa resposta, a descoberta permanecerá não-confirmada. Especialistas acreditam que a molécula envolvida nesse efeito esteja trabalhando a uma concentração muito baixa.
O estudo levanta questões se as lágrimas de crianças e homens também enviam sinais, e que sinais são esses. Lágrimas de felicidade também reduzem a excitação sexual, por exemplo? Dá para entender que as lágrimas de uma mulher possam ser um jeito de ela dizer “não”, ou “não agora”. Mas e se forem lágrimas de felicidade por estar reencontrando o seu marido, que ela não via há tempos? Os pesquisadores apostam que essas lágrimas contenham outro sinal. [LiveScience]
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