Segundo um novo estudo, qualquer antibiótico, mesmo os mais fracos, podem perturbar gravemente o equilíbrio dos micróbios que vivem no nosso intestino, com consequências ainda imprevistas para a saúde.
Um estudo com três mulheres que receberam ciprofloxacina mostrou que a droga suprimiu populações inteiras de bactérias benéficas, e pelo menos uma das mulheres passou meses se recuperando.
O estudo durou 10 meses. Os pesquisadores testaram as três voluntárias diariamente. Por duas vezes elas tomaram, durante cinco dias, o antibiótico ciprofloxacina. Eles realizaram testes de DNA em amostras de fezes das voluntárias para determinar que tipo de micróbios estavam vivendo em seus intestinos.
O efeito da ciprofloxacina sobre os microorganismos intestinais foi profundo e rápido. Até uma semana após o término de cada tratamento (de cinco dias), as comunidades de micróbio começaram a retornar ao seu estado inicial, mas o retorno foi muitas vezes incompleto.
Mais e mais estudos suportam a ideia de que os seres humanos e outros animais têm uma relação simbiótica com os germes. Os micróbios no intestino ajudam a digerir alimentos e manter os germes “maus” longe do nosso organismo.
A pesquisa também suporta a ideia por trás do desenvolvimento dos chamados produtos probióticos, incluindo iogurte com culturas vivas de bactérias.
Segundo os pesquisadores, o intestino humano é um dos ecossistemas mais complexos do planeta. Micróbios do intestino podem afetar a obesidade, desempenhar um papel em alergias, etc. Por exemplo, o Lactobacillus reuteri, encontrado no leite materno, pode proteger contra infecções por rotavírus.
Ou seja, há muitas consequências ruins quando se altera a comunidade intestinal, por exemplo, um transporte maior de genes de resistência a antibióticos na população humana. Exterminar regularmente a população de bactérias (através do uso de antibióticos) pode fazer com que o corpo impulsione a rápida disseminação de superbactérias resistentes aos medicamentos.
Segundo os pesquisadores, todo tratamento com antibióticos pode representar perigo: espécies potencialmente “más” podem substituir as espécies benéficas que vivem no nosso intestino. [Reuters]
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