Existe um problema grave, muito comum em épocas de guerras violentas, por exemplo, para o qual a ciência ainda não conseguiu achar solução. É a perda de membros do corpo. Apesar de muitos avanços na medicina, fazer crescer novamente uma perna ou um braço que foram arrancados ainda parece mais ficção científica do que realidade. Pesquisadores da Universidade Tufts, em Medford (Massachussets, EUA) parecem ter menos descoberto o modelo biológico que devemos seguir para um dia chegarmos à solução: a regeneração das caudas de girinos de sapos.
Eles conseguiram restaurar a cauda cortada de girinos, em anexos embrionários que futuramente se tornarão a medula espinhal, os músculos e outros tecidos. O mecanismo usado para isso foi desencadear uma enxurrada de íons de sódio em células nervosas que haviam sido previamente danificadas.
Os cientistas estão confiantes quanto à importância desse resultado para nós, humanos. A chave para a resposta, segundo eles, está em controlar o conteúdo iônico da ferida, recém aberta. Um exemplo: se a pessoa perde em um acidente de carro, digamos, uma mão, uma explosão de íons no local poderia regenerar o membro antes que a ferida cicatrizasse. No caso dos girinos, esse processo deve acontecer até 18 horas depois do ferimento, o que seria tempo mais que suficiente para os médicos chegarem ao paciente se um dia a mesma técnica puder ser utilizada em humanos.
Sapos e humanos têm muito em comum nesse sentido: tecidos danificados são restaurados da mesma forma, com o tecido fazendo cópias de si mesmo até compor o conjunto. Não apenas os girinos tiveram sua cauda restaurada, o procedimento teve sucesso até com os próprios sapos já adultos. Um combinado químico de remédios produz a reação iônica em cadeia, e a restauração do membro começa a acontecer.
Com essa nova descoberta, de acordo com os cientistas, abrem-se duas frentes de pesquisa sobre como controlar a restauração de partes do corpo: células-tronco e estimulação iônica. Ambas já avançaram grandes passos ao longo da primeira década deste século XXI, mas têm ainda um longo caminho a percorrer.[Live Science]
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