Exército americano quer proibir militares de fumar
Diário Económico 15/07/09 13:00
Os soldados fumam muito mais do que a média da população.
O Exército norte-americano pretende eliminar por completo o consumo de tabaco entre as suas tropas.
O Departamento de Defesa, bem como o Departamento de Ex-Combatentes do país encomendaram um estudo ao Instituto americano de Medicina (IOM) que revela uma imagem sombria do uso de tabaco por parte das tropas americanas.
Os soldados fumam muito mais do que a média da população e as guerras do Iraque e do Afeganistão relançaram o consumo.
Em 2005, segundo os últimos números, um terço (32%) do pessoal militar fumava, contra um quinto (20%) da população americana. Os que estão em campo têm duas vezes mais probabilidades de fumar do que os outros soldados.
Os fuzileiros navais do Corpo de Marines são os que mais fumam (35,7%), seguidos pelos combatentes do Exército (37,3%) e civis do Departamento de Defesa (28,9%). Na Força Aérea é onde se fuma menos (23,2%).
Mas proibir o consumo de tabaco no Exército não é tarefa fácil, já que este hábito está associado à cultura militar, diz o relatório. "O acto de fumar passa a imagem de um soldado destemido", pode ler-se no mesmo documento.
O vínculo entre o cigarro e tensão nervosa é destacado pelos soldados: 25,4% dizem que fumam "para aliviar o stresse", para "relaxar e acalmar" (26,2%) e para "matar o tédio" (22,2%).
Além disso, "o tabaco é legal, fácil de adquirir, altamente viciante e muito promovido pelos fabricantes", destaca o estudo. Ainda por cima, nas bases militares, os maços de cigarros são mais baratos.
Em termos de custos, o impacto do fumo para o Exército "é enorme", diz o relatório, precisando que em 2006 os Serviços Militares Médicos (MHS) gastaram 564 milhões de dólares para tratar fumadores.
Fisicamente, o soldado que fuma tem pior desempenho, assegura o estudo. A visão piora, sobretudo à noite, perde-se prematuramente a audição e existem mais riscos de sofrer um acidente ao conduzir um veículo.
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