quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vão tratar-se no estrangeiro


SEMANÁRIO ANGOLENSE

Londres, a capital da Grã-Bretanha, é e continuará a ser, seguramente por muito tempo, o destino preferido de alguns angolanos, maioritariamente «notáveis», quando toca a procurar cuidados médicos. É ai onde, há já alguns anos, com alguma frequência, o presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos, «Nandó», e o seu predecessor, Roberto de Almeida, fazem os seus «check-ups» num exercício onde têm a «companhia» de figuras como o veterano do MPLA, Mendes de Carvalho, ou o presidente do Tribunal Supremo, Cristiano André. Há seguramente mais do que 4 «notáveis» angolanos a procurarem assistência médica na Inglaterra. Eventualmente, esta estatística não fará justiça aos serviços oferecidos na capital britânica, que, obviamente, são de «primeiro mundo».

De outra maneira os «notásseis» não voltariam àquela cidade. É também certo que a estatística não faz justiça ao número aproximado de angolanos que vão regularmente a Londres procurar assistência médica. Mas sejam os números reais ou aproximados, a verdade é que estão longe de rivalizar com o que se passa, actualmente, em relação ao Brasil, país que recebe, sem dúvida, mais angolanos numa semana do que a Inglaterra num semestre. Entre exames médicos e internamentos, as estatísticas são concludentes: pacientes angolanos representam 18% do total de estrangeiros admitidos no hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, que disputa com o Albert Einstein, da mesma cidade, o título de melhor hospital da América Latina.

Números revelados pela imprensa brasileira indicam que nos referidos hospitais os angolanos perdem por muito pouco em termos de «taxa de admissão» para cidadãos norte-americanos, que representam 20 %, e franceses, que respondem por 19 %. Deise de Almeida, superintende para o comércio e marketing do Sírio-Libanês, foi citada pela imprensa como tendo dito que o hospital foi obrigado a investir na área de atendimento a pacientes estrangeiros.

Os serviços de assistência a estrangeiros no «Sírio-Libanês» deverão registar até ao final do ano um incremento de 30 por cento, mais 10 por cento do que foi observado em 2007. A assistência médica a estrangeiros garante ao Brasil um encaixe de cerca de 600 milhões de dólares por ano. No Hospital «Albert Einstein» o número de pacientes estrangeiros admitidos passou de 2,3 mil em 2006, para 3,6 mil em 2008. Os pacientes são indicados por médicos estrangeiros, ou por agências especializadas que também ajudam os pacientes a procurar acomodação adequada. Mas não é seguramente por questões de acomodação que o Presidente José Eduardo dos Santos recorre a médicos brasileiros.

O recurso a serviços desta natureza vem de longe, sendo que durante anos ele usou os serviços da Clínica São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Em 2006, em meio a alguma urgência, José Eduardo dos Santos foi assistido no hospital Samaritano, eventualmente o «top» de gama na «cidade maravilhosa». Foi no Brasil, mais concretamente no Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, que o ministro da Administração do Território, Virgílio de Fontes Pereira, procurou atendimento médico adequado depois de um aparatoso acidente de viação em que se envolveu vão para aí dois anos. É também por razões de saúde que André Mingas, assessor do Presidente da República para os Assuntos Regionais e Locais, se tornou um passageiro regular dos voos para o Brasil, onde tem procurado solução médica para uma insistente maleita.

Deputados, homens de negócios, familiares de dirigentes políticos, e jornalistas angolanos são frequentemente vistos em hospitais e estabelecimentos similares das principais cidades brasileiras. Foi em São Paulo onde o antigo ministro do Interior, Osvaldo Serra Van-Dúnem, procurou assistência num processo que acabou, lamentavelmente, por resultar na sua morte após uma intervenção cirúrgica. Pacientes angolanos tratados em hospitais de luxo do Brasil representam 18 por cento do total de estrangeiros admitidos no hospital Sírio-Libanês
SA

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