Um estudo norte-americano sugere que o uso de telemóveis por um período prolongado pode afectar o funcionamento do cérebro, ainda que não haja conclusões sobre os efeitos disso na saúde.
Os cientistas dos Centros Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) notaram que, após 50 minutos de conversa ao telemóvel, havia 7% mais consumo de açúcar no cérebro nas regiões próximas à antena do aparelho. A presença de glicose é um sinal de aumento na actividade cerebral.
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A pesquisa, feita com 47 pessoas e publicada no Journal of the American Medical Association, é uma das primeiras a investigar os efeitos fisiológicos do telemóvel ao observar os efeitos dos seus campos magnéticos.
Os participantes do estudo ficaram com dois telemóveis junto aos ouvidos, um desligado e um ligado (mas sem volume, para que não notassem a diferença entre cada aparelho). Durante 50 minutos, os pesquisadores monitorizaram, com um scanner, a diferença nos níveis de glicose e observaram que, no lado do cérebro próximo ao telefone ligado, a presença de açúcar era maior.
Mas o estudo não oferece nenhuma conclusão sobre possíveis riscos para a saúde inerentes ao uso do telemóvel. «Esses resultados não provam potenciais efeitos cancerígenos (do telemóvel) ou a ausência deles», diz a pesquisa.
Um amplo estudo de 2006 sobre o mesmo tema, com 42 mil usuários de telemóveis na Dinamarca, tampouco obtivera evidências de relações entre o uso do aparelho e a incidência de cancro.
Para o professor Patrick Haggard, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College London, o estudo americano traz conclusões interessantes, mas lembra que «flutuações muito maiores nas taxas metabólicas do cérebro ocorrem naturalmente, por exemplo enquanto bebemos».
«No entanto, se próximos estudos confirmarem que o sinal do telemóvel tem um efeito directo no metabolismo, daí será importante investigar se esses efeitos terão implicações na nossa saúde», acrescentou Haggard.
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