Quem nunca aprendeu uma daquelas musiquinhas
para ajudar a lembrar de algo importante que atire a primeira pedra! Sejam elas
elementos químicos ou fórmulas para o vestibular, preposições obrigatórias de
algum idioma ou qualquer outra informação necessária, ou mesmo uma canção pop,
quem já não teve alguma música martelando em sua cabeça, mesmo contra sua
vontade?
Já se perguntou a que se deve isso? Os
cientistas, sim.
Segundo o médico Charles Limb, da
Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, as canções penetram em sistemas
fundamentais de nosso cérebro, que são sensíveis à melodia e às batidas, e
exercitam nosso cérebro de maneira única.
“Existe evidência suficiente para dizer que a
experiência musical muda nosso cérebro”, afirma o cientista estadunidense. “Ela
permite que você pense de maneira diferente e treina várias habilidades cognitivas
não relacionadas à música”.
Música que não sai da cabeça
Não importa. Sejam canções do AC/DC, do Bee
Gees ou peças do Rachmaninoff, é fácil ter fragmentos delas que se repetem
incessantemente por algum período determinado, mesmo que a música não seja do
seu agrado.
Essa repetição ‘chiclete’ é conhecida por earworm,
termo utilizado pela primeira vez em 1980, em tradução literal do alemão Ohrwurm,
como afirma o neurologista Oliver Sacks, no livro “Alucinações Musicais”.
A repetição indica que a música entra e
subverte parte do cérebro, forçando-o a disparar a música de maneira repetitiva
e autônoma.
De acordo com o psicólogo e neurocientista
canadense Daniel Levitin, da Universidade McGill, em Quebec, no Canadá, os
fragmentos – e não as músicas inteiras – que ficam em nossas cabeças são
simples, tanto melodicamente quanto ritmicamente.
Mas, em casos extremos, essas músicas
chicletes podem ser ruins para o dia-a-dia de alguns de nós. Algumas pessoas
não conseguem trabalhar, dormir ou sequer se concentrar, porque as músicas os
impedem. Por isso, precisam tomar ansiolíticos, que relaxam os circuitos
neurais presos na repetição.
Vale ressaltar também que esse efeito
chiclete é antigo. Cientistas acreditam que a música é, de alguma maneira, uma
adaptação evolucionária que ajudou os ancestrais humanos.
E tem o fato de que ela induz sentimentos,
também. Certas músicas são associadas com a lembrança de alguém, ou uma emoção,
ou até um estado de espírito. Basta lembrar-se de casos de esportistas que
escutam músicas animadas ou agitadas minutos antes de suas competições. Quer
fazer um teste? Tente levantar cedo e escutar uma música bem animada. Sua
disposição será diferente. [CNN, Folha, Foto]
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