Boston - A comunidade científica está preocupada com a
propagação de uma bactéria resistente a antibióticos e capaz de provocar
pneumonia letal. Trata-se de uma nova forma de MRSA, um tipo de Staphylococcus
aureus imune às drogas mais usadas. Um estudo publicado na revista "Annals
of Internal Medicine", baseado em registros de hospitais das cidades de
São Francisco e Boston, analisa a possibilidade de um surto entre a comunidade
gay nos Estados Unidos se espalhar pelo restante da população.
Fonte: Globo Club-k.net
Conhecida como
MRSA USA300, a variante da bactéria já foi identificada no Brasil. A infecção
ocorre principalmente quando existem lesões na pele. Mas pesquisadores sugerem
que o sexo anal, que pode causar lesões na mucosa, seria uma via mais eficiente
de transmissão, o que explicaria os casos identificados entre homossexuais nos
EUA.
- A MRSA tem pelo menos 12 variantes principais. Há três anos, conseguimos justamente USA300 no nosso laboratório - conta a microbiologista Agnes Marie Sá Figueiredo, diretora do Instituto de Microbiologia da UFRJ. - Se conseguimos identificá-la sem procurar muito, certamente devem existir outros casos pelo país. Mas para saber isso com precisão, teríamos que fazer um levantamento mais amplo.
No passado, a MRSA era comum apenas em infecções hospitalares, mas desde os anos 90 passou a ser registrada também fora dos hospitais. A bactéria é encontrada, por exemplo, na pele e na narina de algumas pessoas sem causar doença..
Os homossexuais, devido a prática constante de sexo anal, são os mais visados desta nossa doença que tammbém pode provocar infecções graves no sangue e no coração, além de pneumonia com necrose no tecido dos pulmões. Em 2005, cerca de 19 mil pessoas morreram nos EUA por infecções causadas pela MRSA
No bairro de Castro, em São Francisco, que tem uma das maiores comunidades gays dos EUA, um em cada 588 residentes estaria contaminado pela variação da bactéria, segundo o estudo. No restante da cidade, o índice cai para uma em 3.800 pessoas.
- Como a bactéria se espalha de forma casual, ela pode se tornar uma ameaça à toda a população. - diz o médico Bihn Diep, do Hospital Geral de São Francisco,e um dos autores da pesquisa.
Hospitais eram o foco inicial
Agnes diz que os homossexuais das duas cidades americanas podem estar entre os mais afetados pelas infecções por causa de uma possível associação com a Aids. Os cientistas salientam que a MRSA USA300 é uma nova SIDA e por isso temos que conhecer mais sobre essa bactéria e como ela se dissemina - conta Agnes. - Não podemos fazer qualquer controle sem conhecermos o problema.
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