Por Carlos Duarte
O médico brasileiro Evandro Lucena será,
provavelmente, o funcionário mais bem pago do Ministério da Saúde e quiçá do
governo angolano. O especialista em cardio-cirurgia, colocado no Hospital
Josina Machel em Luanda, aufere US $40 mil mensais, segundo apurou o Maka
Angola. O salário do expatriado é 12 vezes superior ao do seu colega
angolano com a mesma especialidade e do director do hospital, Alberto Paca, que
ganham pouco mais do que o equivalente a US $3 mil por mês.
A escassez de especialistas na área não deve
justificar a discrepância de salários entre o que aufere o angolano, formado no
exterior do país, e o cidadão brasileiro. Mais grave ainda é a existência de
médicos, formados também no exterior, com bolsas de estudo pagas pelo governo e
que actualmente se encontram no desemprego. Como ilustração, três
especialistas em cardio-cirurgia, formados recentemente no Brasil, às expensas
dos Serviços de Saúde Militar (SAMM), regressaram ao país e estão em casa, à
espera de colocação.
No Hospital Militar, para onde se dirigiram, para
colocação, por terem sido bolseiros do exército, receberam um estranho
conselho. O director clínico da unidade, o general António Carvalho,
sugeriu-lhes que procurassem emprego em outras unidades hospitalares. Segundo o
general, afirmam as fontes, a cardio-cirurgia não é prioridade naquele
hospital. “Há mais gente a morrer de paludismo do que de problemas do coração”,
sentenciou o director clínico que, curiosamente, sofreu uma cirurgia ao
coração, no exterior do país. Enquanto prestam serviços de subsistência, em
clínicas privadas, os referidos médicos estão apenas obrigados a
apresentarem-se à unidade militar uma vez por semana. O investimento público
feito para a formação dos quadros não só é desperdiçado como mais fundos
públicos estão a ser drenados para pagar um médico estrangeiro, quando bem
poderia servir para empregar os especialistas angolanos no Hospital Josina
Machel.
Para além do principesco salário auferido por
Evandro Lucena, o médico brasileiro também é candongueiro. É ele quem fornece
ao Hospital Josina Machel todo o material atinente à sua especialidade
(instrumentos, linhas de sutura, meios informáticos), o que viola gravemente os
preceitos da lei e levanta sérios problemas de ordem ética.
Esta é apenas uma das enúmeras assimetrias, que temos assistido no serviço nacional de saúde. Eu sou um profisiional de saúde licenciado no exterior por meios próprios, que após terminar a licenciatura regressei para oferecer os meus préstimos ao país.Desde que regressei já entreguei CV em muitas instituições, tanto privadas como públicas e até agora nada de emprego, porque infelizmente não tenho cunhas. E como eu, estão muitos outros médicos, alguns resolveram já regressar para os países onde se formaram.Em algumas clínicas há eqipas de profissionais estrangeiros a vir a cada 15 dias, ficam instalados em hóteis, com refeições pagas pela instituição empregadora. Agora eu pergunto de quem é a culpa. Certamente não é desses estrangeiros mas sim dos senhores PCAs dessas instituições, porque com a contratação desse estrangeiros metem no bolso as conhecidas comissões. Eu como angolano não tenho casa , emprego,carro nem as mordomias que dão aos estrangeiros.
ResponderEliminarisso é um absurdo,inacreditavel, nem sei o que dizer mesmo...
Eliminarolha,eu concordo plenamente contigo,isso é inacreditavel...
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