Pacientes em
estado de coma ou outras situações de proximidade com a morte geralmente
vivenciam experiências inéditas nas próprias mentes.
Por alguma
razão que ainda intriga a ciência, alguns “cenários” são recorrentes, tais como
a pessoa se imaginar avançando por um longo túnel com uma luz no final. Muita
gente considera que um indivíduo neste caso esteve, de fato, prestes a conhecer
o lado dos mortos, mas cientistas americanos sugerem que tudo não passa de um
produto do próprio cérebro.
Este
mecanismo cerebral é conhecido e tem nome: sonho lúcido. Ele acontece quando
alguém tem plena consciência de que está sonhando e sobre o que é tal sonho,
podendo até interferir na sua história.
Geralmente,
ele pode ser forjado por qualquer pessoa: se você dormir pensando intensamente
em algo, se concentrando na vontade de sonhar com aquilo, as chances de ter um
sonho lúcido são grandes.
Uma pesquisa
da Universidade do Kentucky, em Lexington (EUA) fez uma experiência de
monitoramento cerebral. Eles descobriram que as situações de proximidade com a
morte, durante um sono induzido por anestesia, ativam os mesmos mecanismos
neurológicos que entram em ação quando uma pessoa tem sonhos lúcidos. Ambos
seriam estimulados pelo córtex dorsolateral pré-frontal, uma área que
normalmente só funciona quando estamos acordados.
Na
Califórnia, existe o Centro de Pesquisas de Experiências Fora-do-corpo (OOBE
Research Center, na sigla em inglês), especializado no assunto. Baseados no
estudo de Kentucky, eles conduziram uma pesquisa com quatro grupos de
voluntários, cada grupo tendo entre 10 e 20 integrantes.
Os
participantes foram colocados para dormir, com a condição de imaginarem ao
máximo a ideia de estarem entrando por um túnel com final luminoso e tentarem
sonhar com isso. Dezoito voluntários afirmaram terem sido capazes de sonhar com
isso.
Outros, embora
não tenham conseguido, tiveram a experiência de “sair do corpo”, vendo a si
mesmos flutuando para o alto, eventualmente tendo a visão de um ente querido já
falecido.
Entre os que
saíram do corpo, o momento da ocorrência foi mensurável: em geral, acontecia
durante a tênue linha entre estar acordado e adormecido. Isso se observou como
ponto em comum entre todos os participantes, o que indica, segundo os
condutores da pesquisa, que se trata de um mecanismo cerebral pré-programado.
Por essa
razão, os pesquisadores pedem cuidado na hora de interpretar o que um paciente
vê em estado de coma. Quando ele vê um familiar já falecido, isso pode parecer
uma prova inegável de vida após a morte, mas os estudos dão evidências de que
tudo pode ser apenas um reflexo condicionado do cérebro, que gera um sonho com
extremo realismo. [LiveScience]
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