Maputo (Canalmoz) – A falta de higiene, sobretudo excremento humano, o crescimento desordenado do mercado Informal Xipamanine, no Distrito Municipal de Nlhamankulu, na cidade de Maputo, está a pôr os residentes agastados uns com os outros. A repulsa estende-se também aos vendedores, pois, segundo os próprios residentes, eles, durante sua actividade, embaraçam o acesso a várias residências junto ao mercado.
A reportagem do Canalmoz deslocou-se à administração do Distrito Municipal de Nlhamankulu, onde entrevistou a vereadora Albertina Manhiça sobre o pulsar da área sob sua jurisdição. Ela diz ter uma relação saudável com os munícipes. Porém, entre vários problemas, queixa-se também de inobservância de regras básicas de higiene, principalmente na gestão de resíduos sólidos nalguns bairros da sua área de jurisdição. Aliás, ela fala de domiciliados que defecam em plásticos e lançam os excrementos nos contentores de lixo e outros lugares inadequados designadamente em “lares alheios”.
Albertina Manhiça queixa-se ainda de moradores que ampliam suas casas, barracas ou mercearias, e nesses procedimentos ocupam espaços/ruas reservadas aos transeuntes. A ocupação tem sido tão desenfreada que as ruas onde anteriormente passavam carros hoje já não o fazem comodamente.
Após essas lamentações, a nossa reportagem deu uma passeata por alguns lugares nos arredores do mercado de Xipamanine e no interior do próprio bairro. O espanto não podia ter sido maior: os moradores próximo do mercado informal de Xipamanine admitem que os vendedores ocupem espaços junto dos seus quintais, mediante o pagamento de cinco meticais por vendedor.
Para ver o quão o comércio é exercido de forma anárquica no Xipamanine, os vendedores andam encostados ao muro da sede do Distrito Municipal de Nlhamankulu. A entrada da Direcção Distrital de Educação no mesmo distrito está bloqueada por vendedores. Ao lado desta última instituição, um residente decidiu, unilateralmente, ampliar a sua barraca e deixou o resto de moradias para atrás.
Aparentemente, no Xipamanine parece que nenhuma autoridade está lá para pôr freios à situação.
A moda está a pegar naquele mercado e já traz consequências nefastas para alguns vizinhos. Estes dizem que por causa disso não mais circulam livremente. Os que têm viaturas dificilmente transitam nos mesmos lugares que outrora eram largos espaços. Aliás, no mercado Xipamanine, bem próximo do local onde funciona a sede do Distrito Municipal de Nlhamankulu, há residências que foram totalmente cercadas por bancas e barracas de venda de diversos produtos tais como: aparelhagens de som, calçados roupas.
Albertina Manhiça, secundada por alguns moradores, diz não saber a que horas o mercado de Xipamanine deixa de ter gente, pois a qualquer hora do dia e noite há sempre lá alguém. Mais grave, de acordo com a vereadora, é que há associações ilegais, que sem o conhecimento, muito menos coordenação com alguma estrutura municipal, angariam vendedores para aquele mercado.
Conheça o Xipamanine real e outros seus problemas na próxima edição do Semanário Canal de Moçambique, que todas as quartas-feiras está disponível nas bancas.
O caos está instalado e não há autoridade que consiga por aquilo em ordem.
(Emildo Sambo) 2010-11-26 05:35:00
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