Cientistas descobriram que pequenas variações nas células humanas tornam possível que algumas pessoas com HIV tenham uma vida saudável sem necessidade de medicação.
As variações são em uma proteína chamada HLA-B. Elas podem fazer uma grande diferença na capacidade do organismo em combater uma infecção por HIV. As variações na HLA-B determinam se uma pessoa é um “controlador de HIV”, o que significa que ela irá se manter saudável apesar de estar infectada. Segundo o estudo, cerca de 1 em 300 pessoas com HIV são “controladores de HIV”, ou seja, tem um sistema imunitário que controla a sua infecção sem a necessidade de medicação.
Os pesquisadores afirmam que a partir dessa descoberta foram capazes de dizer de forma inequívoca que é a natureza da interação que determina se uma pessoa terá uma resposta imunológica eficaz e capaz de controlar o vírus, ou uma resposta imunológica ineficaz.
A HLA-B trabalha “desviando” o HIV, quando ele já está dentro das células. Quando o vírus entra na célula, ele constrói uma “fábrica” onde mais vírus são produzidos. A HLA-B pega um pedaço do vírus e o “revela” na superfície da célula, semelhante a um “sinal” para alertar o sistema imunológico de que a célula foi infectada. Em seguida, os anticorpos do organismo podem destruir a célula e o vírus.
Certas mudanças estruturais são o que permitem que a HLA-B “agarre firmemente” um pedaço de vírus e “exiba-o” na superfície da célula. Sem essas mudanças, a proteína não consegue desempenhar essa função de maneira correta, tornando impossível que uma célula imunológica veja o “sinal” e saiba que tem que destruir a célula.
Os cientistas verificaram o genoma de cerca de 1.000 controladores de HIV e 2.600 pessoas com infecções progressivas de HIV para encontrar essas variações. A pesquisa chegou a cinco aminoácidos (blocos de construção das proteínas) dentro da HLA-B que determinam se ela é capaz de “segurar” o vírus e dar o sinal para o sistema imunológico.
A descoberta é o primeiro passo no desenvolvimento de uma vacina que possa imitar a resposta imune natural de uma célula, e abre a porta para novas pesquisas que possam compreender como o mecanismo funciona de forma eficaz.
Segundo os pesquisadores, talvez os resultados também possam ser aplicados a outros vírus, como hepatite C. Por enquanto, os esforços se concentram em tentar modelar a interação entre os aminoácidos de HLA-B e o vírus para criar uma futura vacina. [LiveScience]
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