Federação dos Deficientes da África Austral – SAFOD
Maputo (Canalmoz) – A Federação dos Deficientes da África Austral (SAFOD) acusa os governos dos países da região de estarem a ser indiferentes perante os problemas que enfermam os cerca de 11 milhões de deficientes espalhados pelos 10 países da SADC.
Num briefing com a imprensa, organizado ontem em Maputo pela SAFOD, a presidente do Programa de Pesquisa da SAFOD sobre a Deficiência, Rachel Kachaje, disse que os governos da SADC se limitam a fazer promessas que nunca cumprem, face às preocupações dos deficientes.
Para Rachel Kachaje, é urgente que os líderes africanos ratifiquem e implementem as convenções das Nações Unidas em relação à Pessoa Portadora de Deficiência. Os governos africanos “não podem falar de desenvolvimento, quando ao mesmo tempo se apartam da Pessoa Portadora de Deficiência”.
“A descriminação dos deficientes reflecte-se muito pelo fraco acesso à educação, aos cuidados de Saúde, ao emprego, entre outros entraves que os deficientes enfrentam. A maioria dos analfabetos são os deficientes, isto é resultado das políticas governamentais exclusivas em relação àquele grupo social”, disse Rachel Kachaje.
Por sua vez, o director-geral da SAFOD, Alexander Phire, disse que os governos se limitam a fazer falsas promessas, que nunca cumprem. “O nosso maior desapontamento é que apesar de falarmos tanto sobre as nossas dificuldades, as pessoas são, simplesmente, indiferentes a isso”.
Tomás Salomão entre os “culpados”
Entretanto, depois de saudar a rápida adesão do Media moçambicana ao briefing que a SAFOD organizou no complexo Kaya Kwanga, em Maputo, o director-geral da SAFOD aproveitou a ocasião para mandar alguns recados ao secretário executivo da SADC, o moçambicano Tomás Salomão.
“Muito recentemente, tentámos falar com o secretário executivo da SADC, Tomás Salomão, mas ele mostrou-se indiferente ao nosso pedido. Para a SAFOD, a SADC é uma organização muito importante, porque ratifica muitos protocolos e estratégias em relação a assuntos de desenvolvimento. No entanto, o que se tem reparado é que tais protocolos se revelam despojados e silenciosos em relação ao tópico “Pessoa Portadora de Deficiência”. Isto significa que a SADC não está preocupada com as dificuldades dos deficientes – isto magoa-nos”, disse Phire.
(Inocêncio Albino) 2010-11-23 05:54:00
Imagem: wikipedia
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