Segundo uma nova pesquisa, as mulheres idosas que comem muitas frutas, legumes e grãos integrais têm uma menor probabilidade de sofrer uma fraturas ósseas do que as que não comem. As descobertas não provam que os alimentos em si diminuem diretamente o risco de fratura, mas destacam outra razão potencial para as pessoas terem uma alimentação mais saudável.
No estudo, os pesquisadores observaram a relação entre a “densidade de nutrientes” na dieta e o risco de fratura óssea em 3.539 mulheres pós-menopáusicas e 1.649 homens com 50 anos ou mais.
Estudos anteriores já haviam descoberto que pessoas com maior consumo de nutrientes específicos, como cálcio e vitamina D, podiam manter uma maior massa óssea e tinham um risco diminuído de fraturas mais tarde na vida. Porém, as pessoas consomem alimentos, não nutrientes isolados, e pouco se sabia sobre como os padrões de dieta em geral estavam relacionados com o risco de fratura.
Na nova pesquisa, os participantes responderam a questionários detalhados sobre suas dietas. Os pesquisadores usaram as respostas para calcular a densidade de nutrientes, que se referem à concentração de vitaminas, minerais e outros nutrientes de um alimento – caloria por caloria. Uma dieta rica em densidade de nutrientes inclui muitas frutas, legumes, fibras, cereais integrais, feijão e peixes.
Durante os próximos sete anos, 70 homens e 372 mulheres do estudo sofreram fraturas não relacionadas a acidentes graves que seriam susceptíveis de causar uma fratura, independentemente da saúde óssea.
Em geral, os pesquisadores descobriram que para cada aumento de 40% em calorias provenientes de frutas, verduras e outros alimentos ricos em nutrientes, as chances de sofrer uma fratura em um período de 10 anos caiu 14% entre as mulheres, mesmo levando em conta outros fatores, como peso, densidade óssea, tabagismo e ingestão de cálcio e vitamina D.
Houve uma tendência similar entre os homens, embora pudesse ser devida ao acaso. Não houve relação, porém, entre o risco de fraturas e as dietas ricas em alimentos altamente calóricos, incluindo sobremesas, batatas fritas e carnes processadas.
Segundo os pesquisadores, os resultados apóiam os potenciais benefícios de uma dieta rica em alimentos de origem vegetal. Especialmente para a saúde óssea, pode ser particularmente importante impulsionar o consumo de proteínas vegetais, a partir de grãos, sementes e verduras, sem comer muita proteína de origem animal.
Isso porque alguns estudos têm associado dietas com alta proporção de proteína animal a maior perda óssea ao longo do tempo. Uma teoria é que as dietas ricas em proteína animal criam uma “carga ácida” maior que pode levar o corpo a excretar mais cálcio. No entanto, a teoria não está confirmada.
Os resultados atuais não comprovam que uma dieta rica em nutrientes previne fraturas. Pessoas com tais hábitos alimentares também tendem a ser mais preocupados com a saúde e terem um comportamento mais consciente. Também não está claro exatamente quanta diferença pode fazer as mudanças na dieta no risco de qualquer pessoa sofrer uma fratura na vida adulta.
A conclusão dos pesquisadores é que sempre bom que uma pesquisa demonstre que, através de escolhas alimentares mais cuidadosas, as pessoas podem ter um controle significativo sobre o destino de sua saúde. Mesmo que a ligação entre saúde óssea e menor risco de fratura não for direta, uma dieta ligada aos benefícios de saúde, incluindo menores riscos de doenças cardíacas e diabetes, também pode ser boa para a saúde óssea. [Reuters]
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