Considerado uma espécie de tabu entre profissionais
de saúde, os erros médicos (que, estima-se, prejudicam um a cada 4 pacientes
hospitalizados) são tema do livro “Unaccountable: What Hospitals Won’t Tell You
and How Transparency Can Revolutionize Health Care” (“Irresponsável: O que
Hospitais não irão lhe contar e Como a Transparência pode Revolucionar a
Assistência Médica”, sem tradução no Brasil).
Seu autor, o cirurgião Marty Makary, descreve
certos tipos de médicos, tais como:
- Os perigosos, que continuam exercendo a medicina graças ao silêncio de seus colegas;
- Os “da Idade da Pedra”, que não se atualizam, mantém práticas defasadas e não lhe contam isso;
- Os obcecados por lucro, que recebem “comissões” de laboratórios e empresas e aparelhos médicos para prescrever determinados remédios ou implantes de aparelhos.
Expostos, muitos médicos se sentiram de certa forma
“atacados” pelo livro. Contudo, para cada um desses, há cinco outros que
agradecem a Makary por “contar a história por trás das estatísticas”, diz o
autor.
Ele conta que escreveu o livro porque deseja mudar
o sistema de saúde dos Estados Unidos (embora outros países possam seguir o
exemplo) de dentro para fora. Não acredita, porém, que o Estado ou o mercado
possam fazê-lo: “São os pacientes que podem mudar o sistema”, aponta. Como?
Sendo “consumidores” mais criteriosos da assistência médica, da mesma maneira
que fazem ao adquirir outros serviços ou produtos.
Para ajudar, Makary dá alguns conselhos:
- Se não souber se o médico é bom ou não, pergunte aos funcionários do hospital;
- Procure informações sobre sua condição em sites confiáveis e descubra opções de tratamento (nota: ele não diz que dados da internet substituem o diagnóstico de um especialista);
- Quando o médico sugerir que você passe por uma cirurgia, faça algumas perguntas: O que acontece se você não passar pela cirurgia? Quais as alternativas? Quais os riscos e benefícios?
- Peça uma segunda opinião.
E você, leitor, acredita que usuários vão conseguir
melhorar a assistência médica oferecida no Brasil?[CNN]
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