O Ebola
não tem cura e é mortal entre 40% e 90% dos casos. A doença já matou 15 pessoas
no nordeste do país
Goma, Congo - Uma epidemia do vírus Ebola já matou 15 pessoas no nordeste do Congo,
e as comunidades locais estão ajudando a espalhar a doença através de uma
prática ancestral africana, de lavar os corpos antes do funeral, de acordo com
autoridades sanitárias e de saúde pública. Embora esta seja a nona epidemia de
Ebola no Congo, é a primeira a atingir o território de Haut-Uélé, no nordeste
do país. O Ebola não tem cura e é mortal entre 40% e 90% dos casos. A doença
provoca um expressivo sangramento interno.
Inicialmente restrita a Isiro, uma cidade ao
norte de Haut-Uélé, a epidemia de Ebola agora já chegou a Viadana, uma cidade
localizada a 75 quilômetros da origem da doença. De acordo com a equipe médica
local, o vírus foi transmitido para uma mulher de Viadana que foi a um funeral
de uma vítima de Isiro. Ela, então, voltou para Viadana onde contaminou várias
pessoas e morreu.
Com este fato, um novo centro de quarentena
foi criado em Viadana para isolar as pessoas que possam estar contaminadas, de
acordo com o Dr. Jacques Gumbaluka, o chefe medico do distrito. Três pessoas já
morreram em Viadana.
A lavagem e a exibição de corpos durante os
funerais, uma tradição local, têm a função de mostrar amor e respeito pelos
mortos. Mas a prática facilita a propagação da epidemia à medida que dezenas de
pessoas entram em contato com as vítimas do vírus mortal.
Segundo Faida Kanyombe, responsável pela
organização Médicos sem Fronteiras na província atingida, os casos de Ebola que
foram identificados estão ligados a certas práticas como automedicação e a
lavagem de corpos. "As pessoas querem tocar e ver o corpo, uma tradição
africana", disse ele.
Cerca de 170 pessoas estão sendo monitoradas
depois que entraram em contato com pacientes infectados e 28 casos já foram
identificados, dos quais 8 foram confirmados. Campanhas educativas lideradas
pelos Médicos sem Fronteiras, a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da
Saúde do Congo estão sendo realizadas na região para alertar as pessoas dos
riscos ligados a esta prática. Equipes médicas locais dizem que as pessoas
estão respondendo bem às campanhas embora a epidemia ainda não esteja
totalmente sob controle. As informações são da Associated Press.»
Imagem: Enfermeira (E) e médico
cuidam de paciente diagnosticado com o vírus Ebola
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