O Bisfenol A (BPA) é um produto que está
colecionando inimigos. Ele tem sido acusado de causar impotência, diminuir a fertilidade,
além de prejudicar as crianças,
e estar associado à obesidade de adultos, o
que colocou o mesmo na lista dos produtos nocivos à saúde mais próximos de
nós.
Agora, um novo estudo publicado em 19 de setembro
no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana, dedicado ao tema da obesidade)
aponta que a obesidade de crianças e adolescentes também está associada à altas
concentrações de BPA na urina.
O estudo conduzido pelo médico Leonardo Trasande,
professor associado de pediatria e medicina ambiental da Escola de Medicina da
Universidade de Nova Iorque (EUA), descobriu que crianças com alto nível de BPA
na urina tinham 2,6 vezes mais chances de serem obesas depois de excluir
fatores como raça, etnia, idade, educação do adulto responsável, sexo, ingestão
de calorias, tempo na frente da TV e creatinina na urina.
O estudo foi feito com 3.000 jovens e crianças com
idade entre 6 e 19, e o resultado apontou que entre os que tinham alto nível de
BPA, 22,3% eram obesos, comparados com 10,3% dos participantes com menores
níveis de BPA.
O BPA absorvido vem principalmente de latinhas de
refrigerante, onde ele serve de revestimento interno para separar o refrigerante
do alumínio. Os fabricantes alegam que o BPA tem funções antissépticas, mas
estudos anteriores já mostraram que ele altera múltiplos mecanismos do
metabolismo humano que podem aumentar a massa corporal. Além disso, a exposição
ao BPA está associada com doenças cardíacas, câncer de mama, câncer de
próstata, problemas neurológicos, diabetes e infertilidade.
No Brasil
Recentemente, o Brasil proibiu o uso de BPA na fabricação de mamadeiras infantis
para consumo no país, bem como a importação de mamadeiras para a mesma
finalidade, a exemplo de outros países, como o Canadá e alguns países da
Comunidade Europeia.
A resolução 41/2011 da ANVISA, de setembro de 2011,
estabeleceu um prazo de 90 dias para os fabricantes se adequarem à exigência, e
permitiu que as mamadeiras já adquiridas permanecessem no mercado até 31 de
dezembro daquele ano.[Science Daily]
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