Associações comunitárias receberam mais de um
milhão de dólares para aplicar no combate ao HIV-SIDA, mas o embaixador dos EUA
em Moçambique, Douglas M. Griffiths, deixou aviso que aqueles que não souberam
gerir e justificar os fundos usados, não mais receberão financiamento do
Programa de Apoio a Pequenos Projectos do Plano de Emergência do Presidente dos
Estados Unidos da América para o Alívio do SIDA (PEPFAR)
Maputo (Canalmoz) - Um total de 29 associações
comunitárias, que operam nas áreas de combate ao HIV/SIDA, foram reforçadas com
mais recursos financeiros para desenvolverem as suas actividades de prevenção e
combate ao HIDA/SIDA. Mas foram alertadas pelo financiador para necessidade de
fazerem uma boa gestão dos fundos sob pena de não mais receberam o
financiamento caso não saibam gerir.
O fundo avaliado em cerca de 1.4 milhões de dólares
americanos foi disponibilizado pela embaixada dos Estados Unidos da América
(EUA), no âmbito do Programa de Apoio a Pequenos Projectos do Plano de
Emergência do Presidente dos Estados Unidos da América para o Alívio do SIDA
(PEPFAR). O financiamento é válido para um período de um ano. A principal
finalidade deste financiamento, segundo soube o Canalmoz
, é para a implementação de projectos nas áreas de
prevenção de transmissão do HIV/SIDA, fortalecimento de sistemas de saúde,
formação profissional e implementação de actividades de geração de renda para
as pessoas afectadas ou que vivem com o HIV/SIDA.
O acordo de financiamento foi rubricado
segunda-feira última pelo embaixador dos EUA para Moçambique, Douglas M.
Griffiths, e as 29 associações comunitárias algumas dais quais Associação da
Mulher na Comunicação, Associação dos Pastores na luta contra HIV/SIDA, entre
outras.
Falando no encontro, o embaixador reconheceu os
esforços que várias associações têm feito no combate ao HIV/SIDA, mas apelou às
associações a pautarem por gestão transparente dos fundos disponibilizados sob
pena de não receberem mais fundos caso não saibam gerir os fundos. Reconhecendo
a existência de casos de má gestão de fundos por parte de algumas ONGs, Douglas
M. Griffiths, alertou que a embaixada deverá, permanentemente, fiscalizar todas
as actividades desenvolvidas pelos grupos beneficiários do fundo do Programa de
Apoio a Pequenos Projectos do Plano de Emergência do Presidente dos Estados
Unidos da América para o Alívio do SIDA (PEPFAR). “Exigiremos que todas as
associações provam com todo os meios evidentes, através de recibos ou facturas
sobre os investimentos feitos durante as suas actividades, no âmbito de combate
ao HIV/SIDA. Então, se descobrirmos que houve algum caso de má gestão essa
associação não mais terá direito a fundos”, referiu o embaixador dos EUA para
Moçambique, durante a conferência de Imprensa.
Beneficiários
Este financiamento às associações comunitárias de
combate ao HIV/SIDA por parte da embaixada americana acontece dias depois de os
doadores internacionais, nomeadamente o Banco Mundial e o Fundo Comum terem
cortado o apoio de 17 milhões de dólares que era financiado ao Conselho
Nacional de Combate ao Sida. No entanto, para os beneficiários, o financiamento
significa existência ainda de uma esperança para as acções de combate ao
HIV/SIDA. Os beneficiários do financiamento prometeram conduzir suas
actividades de prevenção contra HIV/SIDA, preferencialmente virado para as
populações das zonas rurais e peri-urbanas. A metodologia será a produção de
panfletos e produção de programas radiofónicos, sobretudo para aquela população
iletrada.
Palmira Velasco, presidente das Associação das
Mulheres na Comunicação Social, cuja organização recebeu 24.800 mil dólares,
disse que este valor será implementado em acções de produção de panfletos e de
programas radiofónicos na perspectiva de combater HIV/SIDA. Segundo revelou a
fonte, a maioria desses programas serão na língua local, para o caso de Maputo,
em Ronga.
Refira-se que globalmente, cada ano os Estados
Unidos providenciam mais de 500 milhões de dólares de assistência a Moçambique.
Como parte desse pacote de assistência, a embaixada dos EUA oferecem subsídios
que apoiam projectos locais de base comunitária para actividades relacionadas
com a prevenção do HIV/SIDA, sendo que este ano foi concedido 1.4 milhões a 29
parceiros. (António Frades)
Imagem: en.wikipedia.org
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