O vírus Ebola
Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto
que está acontecendo atualmente
Ebola é uma doença viral aguda
que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do
gênero.
A origem do vírus é incerta. Mas alguns
especialistas acreditam que os morcegos podem abrigar o vírus em seu trato intestinal.
Os primeiros seres humanos infectados e
que espalharam a doença provavelmente caçaram e comeram um animal infectado.
Este já é considerado o maior surto
desde que o vírus ebola foi descoberto há quase 40 anos.
O surto foi declarado em março, na Guiné.
Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria e matou
60% dos infectados.
São 1323 pessoas infectadas e 887
mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de 60 mortes foram de
trabalhadores de saúde que procuravam controlar a doença.
Os outros três podem causar graus
variáveis de doença. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido
identificada como a causa do surto atual.
Em epidemias anteriores, esta estirpe
teve uma taxa de mortalidade de 90%.
Após o contágio, o paciente pode demorar
até 21 dias antes de manifestar a doença.
Os sinais são semelhantes aos da gripe,
incluindo dores abdominais, febre, vômitos e diarreia.
O vírus é transmitido diretamente pelo
contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos
mortos.
O contágio é maior quando os pacientes
já estão em estágios terminais, com hemorragia interna e externa, vômitos e
diarreia, que contêm altas concentrações do vírus.
Não há um remédio específico para a
doença. Os sintomas costumam ser tratados separadamente.
Por exemplo, o soro intravenoso pode
evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os
analgésicos podem diminuir as dores.
Aqueles que têm a doença identificada e
recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção.
Infelizmente, como os sintomas são
genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.
A melhor forma de se proteger da doença
é evitar os locais onde há surto de ebola.
Entre as recomendações do ministro da
Saúde, Arthur Chioro, para quem tiver de viajar para estes países estão, por
exemplo, seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias
locais.
Chioro aconselha os viajantes a não
entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas
das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.
O risco de o vírus ser disseminado da
África para a Europa, Ásia ou para as Américas é extremamente baixo, de acordo
com especialistas em doenças infecciosas.
O professor belga Peter Piot, um dos
descobridores do vírus ebola, descartou uma epidemia fora do continente
africano, em entrevista à AFP.
Mesmo que um portador do ebola viaje até
Europa, Estados Unidos ou outra região da África, o cientista não acredita que
isto possa causar uma epidemia importante, pois a infecção requer um contato
muito próximo.
Mas Piot pediu que as vacinas e os
tratamentos, promissores nos animais, sejam testados em humanos.
Pesquisadores americanos planejam testar,
em breve, uma vacina experimental contra o ebola.
Se bem sucedida, poderá imunizar até
2015 trabalhadores de saúde, que estão na linha de fogo da epidemia.
No próximo mês, os Institutos Nacionais
da Saúde dos Estados Unidos começarão os testes em humanos da vacina, que já é
promissora nas experiências em macacos.
Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram
na sexta-feira (2) que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum,
onde surgiu o último surto do vírus ebola.
O anúncio foi feito durante uma reunião
de emergência para discutir a epidemia e depois de a Organização Mundial de
Saúde (OMS) alertar que o ebola pode provocar uma perda catastrófica de vidas e
prejuízos econômicos, caso a epidemia não seja controlada.
Segundo a AFP, até agora não se
conseguiu convencer as companhias farmacêuticas a investir em uma vacina contra
o ebola.
Andrea Marzi e Heinz Feldmann, do
instituto de virologia NIAID, disseram em artigo publicado em abril que, com
surtos esporádicos que costumam afetar um pequeno número de pessoas na África,
não existe um mercado comercial para uma vacina contra a doença.
Herve Raoul, especialista em patógenos e
pesquisador do Instituto Médico Francês de Saúde, disse à AFP que o ideal é
desenvolver um antiviral que ajude os doentes a superar a fase mais aguda da
doença.
No entanto, essa medicação não existe
hoje.
Atualmente, os especialistas só podem
aconselhar medidas preventivas, como isolar os infectados, tomar precauções
para evitar o contato com fluidos corporais e enterrar os mortos com rapidez.
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/nigeria-monitora-200-que-podem-ter-contraido-ebola
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