Serviços
funerários serão reforçados para reduzir chances de contaminação
Morreu neste domingo em Serra Leoa o
quarto médico vítima do vírus ebola. Os serviços funerários das vítimas da
epidemia no país anunciaram um reforço das suas equipes para encurtar este
período particularmente propício à contaminação.
http://veja.abril.com.br
O Programa Alimentar Mundial (PAM)
lançou neste domingo uma intensificação de sua ajuda, a fim de "apoiar
353.000 pessoas nas regiões mais afetadas pela crise de ebola na Guiné por um
período de seis meses para evitar que esta crise sanitária se torne uma crise
alimentar”. De acordo com um comunicado, o PAM está intensificando suas
operações por meio de uma intervenção humanitária regional que irá fornecer
rações de arroz, legumes, óleo, sal e supercereal a cerca de 1,3 milhão de
pessoas afetadas pela epidemia de ebola na Guiné, Serra Leoa e Libéria.
Em Serra Leoa, o médico Olive Buck, que
dirigia o hospital público Lumley, no oeste da capital Freetown, morreu neste
domingo, aos 60 anos, após ser diagnosticado com o vírus na terça-feira e
internado no Hospital Connaught. "Esta é mais uma triste perda para a
profissão", declarou o responsável pelos serviços médicos, Dr. Brima Kargbo,
acrescentando que o Ministério da Saúde "lamenta o desaparecimento de
outro combatente na luta contra a ebola". Serra Leoa já perdeu outros três
médicos, sendo o primeiro seu único especialista em virologia, e cinquenta
enfermeiros.
Além disso, "o número de equipes de
sepultamento no oeste do país (incluindo a capital) foi aumentado para nove (em
vez de quatro) para reduzir os atrasos" nesta fase de máximo contágio,
anunciou o Centro de Operações de Emergência em um comunicado. Devido aos riscos
elevados de contaminação, essas equipes, bem como as de monitoramento,
terminarão o trabalho às 18h "para garantir sua segurança", indica o
Centro. Todo pedido de intervenção para além deste horário será respondido no
dia seguinte, ressaltou.
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Enquanto a epidemia não dá sinais de
trégua, dois médicos holandeses que trabalhavam em Serra Leoa e que trataram
pacientes com ebola foram repatriados, anunciou a fundação que os empregava. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) havia advertido em 25 de agosto sobre a
proporção alarmante de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde
contaminados desde o início da epidemia, cerca de 10% do número de casos
registrados. Esta avaliação é ainda mais grave dado que os três países mais
afetados, Libéria, Guiné e Serra Leoa, contam com apenas um ou dois médicos por
cada 100.000 habitantes.
Serra Leoa deve receber em breve
reforços substanciais de Cuba, um dos países com o maior número de médicos per
capita. As autoridades cubanas anunciaram na sexta-feira o envio de 62 médicos
e 103 enfermeiros do país. O ministro cubano da Saúde, Roberto Morales Ojeda,
não explicou a escolha de Serra Leoa, se não pelo desejo de "não dispersar
os recursos humanos", a fim de limitar o risco de contaminação.
De acordo com a secretária de Estado
francês para o Desenvolvimento e Francofonia, Annick Girardin, em visita a
Conakry, o ebola é muito menos importante na Guiné do que em Serra Leoa.
"Isso significa que a Guiné tem se saído melhor, mas temos de estar ao seu
lado para fazer com que a doença desapareça. A minha mensagem é para que as
pessoas venham a Guiné, venham aos três países afetados pelo vírus ebola",
declarou Annick neste domingo antes de seu retorno à Europa.
Na Libéria, o país mais afetado, a
presidência emitiu uma lista de dez altos funcionários, incluindo dois
secretários de Estado, demitidos por desobedecer à ordem de retornar em agosto
ao país para participar na luta contra o ebola.
(Com Agência France-Presse)
Imagem: Profissional de saúde da Cruz Vermelha desinfeta
local onde corpo de paciente infectado pelo ebola foi encontrado, em 10 de
setembro, na Libéria - Zoom Dossot/AFP
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