Quem já visitou um berçário
dificilmente pensou “uau, estou olhando para um monte de assassinos, viciados e
fracassados em potencial”.
Embora não seja possível prever o
futuro de uma criança com 100% de acerto, ou adivinhar que seu sobrinho de 5
anos vai para a prisão em 2032, a ciência mostra que alguns problemas da vida
adulta dão sinais desde cedo. Bem cedo…
1 – Se uma criança de 4 anos é
paciente, terá sucesso quando adulto
Na década de 1960, um psicólogo da Universidade de
Stanford (EUA) resolveu testar (literalmente) a paciência de 653 crianças de 4
a 6 anos.
A tortura… ou, melhor, o experimento funcionava
assim: as crianças eram colocadas em frente a um prato com um doce e podiam
escolher entre comê-lo imediatamente ou ganhar mais um depois. Tudo o que
precisavam fazer era aguardar por 15 minutos até que o pesquisador voltasse –
elas não eram informadas sobre o tempo de espera.
Apenas 30% das crianças conseguiram se controlar.
Muitos anos depois, um novo estudo realizado com as mesmas pessoas mostrou que
as crianças impacientes se tornaram, em geral, adultos mais estressados e com
dificuldade em manter amizades. Além disso, aqueles 30% do primeiro estudo se
saíam melhor em testes para entrar na faculdade e eram descritos por seus pais
como “mais competentes”.
Ao 30 anos, as “crianças pacientes” tinham uma vida
mais feliz e bem-sucedida, enquanto os outros 70% tinham uma tendência maior a
engordar e se viciar em drogas. Ao analisar as atividades cerebrais dos
participantes, os pesquisadores descobriram que os mais pacientes apresentavam
maior atividade no córtex pré-frontal, relacionado a comportamento social a
planejamento.
2 – Bebês alimentados quando querem serão mais
espertos
Antes de fazer seu filho passar fome para aprender
a esperar e se tornar um adulto de sucesso, leia isto: estudo realizado pelo
Instituto de Pesquisa Social e Econômica dos EUA mostrou que bebês alimentados
quando quiserem terão QI maior.
“Hora da papinha”? Que nada! Ao analisar 10.419
crianças, os pesquisadores descobriram que bebês alimentados apenas em horários
específicos tiveram desempenho pior em testes de inteligência. E isso tudo
levando em conta situações sociais desfavorecidas e mães que não conseguiam
alimentar seus filhos como deveriam. Aliás, crianças pobres tiveram o mesmo bom
desempenho que crianças ricas alimentadas quando queriam.
Segundo os autores, os resultados têm relação com o
desenvolvimento do cérebro do bebê, que está começando a aprender a se
comunicar.
3 – Bebês que roncam provavelmente serão crianças
problemáticas
“Oh, que bonitinho, ele está roncando!”. Alto lá!
Estudo mostrou que um bebê que ronca tem grandes chances de se tornar um
pequeno e hiperativo tirano. Os pesquisadores acompanharam 11 mil crianças do
nascimento aos 7 anos. Os pais respondiam questionários em seis momentos
diferentes no período, e aos 4 e 7 anos as crianças passavam por testes
neurológicos.
Resultado: os pequenos roncadores demonstraram
problemas de comportamento aos 4 e 7 anos – como agressividade e depressão. Os
autores do estudo sugerem que essas crianças, por não respirarem direito enquanto
dormiam, não tiveram um desenvolvimento cerebral tão bom (recebiam mais dióxido
de carbono do que oxigênio).
Ou talvez o ronco seja um sinal de possessão por
espíritos malignos. Quem sabe?
4 – Bebês pequenos vão mal na escola
Impacientes, famintos, roncadores… Qual o próximo
alvo? Ah, sim: bebês pequenos. Estudo feito com 334 crianças na Inglaterra
mostrou que aqueles que, ao nascer, eram menores do que o normal, se saíram
pior no teste GCSE (uma espécie de “prova final” do Ensino Médio) e em testes de
QI.
Não significa, porém, que aquele seu primo que
nasceu com 6 kg vai ganhar o Prêmio Nobel de Física…
5 – Bebês temperamentais serão adultos viciados em
jogos
Há mais ou menos quarenta anos, foi feito um estudo
na Nova Zelândia com bebês de temperamentos diferentes: bem ajustados;
reservados; confiantes; inibidos; e “descontrolados” (pra não dizer outra
coisa…).
O último grupo era formado por 10% das crianças,
que apresentavam “falta de autocontrole, rápida mudança de emoções,
comportamento impulsivo e altos níveis de sentimentos negativos”.
Os pequenos pesadelos ambulantes não se tornaram
criminosos, como muitos imaginariam, mas tinham mais chances de ter problemas
com jogos de azar do que os outros participantes do estudo.
Os pesquisadores ressaltam, porém, que crianças
malas não necessariamente vão gastar todo o seu dinheiro na loteria quando
adultos. A suspeita, na verdade, é de que algumas pessoas nascem mais
suscetíveis ao vício.
6 – Bebês corajosos têm mais chances de se tornar
criminosos
Para fechar com chave de ouro, um alerta aos
pais que se orgulham de seus filhos “que não têm medo de nada”: coragem em
excesso na infância pode ser sinal de problema.
Na década de 1970, um estudo avaliou 1.800
crianças de 3 anos de idade para ver como eles reagiam a um susto. Em 2009, uma
psicóloga da Universidade da Pensilvânia (EUA) foi investigar o que os
participantes originais estavam fazendo depois de todo esse tempo.
Ela descobriu que 137 deles tinham ficha
criminal – todos estes estavam no grupo dos bebês que não demonstravam medo.
Antes que você pense em mandar seu sobrinho corajoso para a prisão (por
garantia, sabe como é), vale lembrar que nem todos aqueles que não demonstraram
medo no estudo original se tornaram criminosos – ou, pelo menos, não foram pegos…[Cracked.com]
Agradecimentos ao leitor Diego Willrich pela dica de artigo.
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